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AVALIAÇÃO

Pesquisa propõe modelo inédito de avaliação de cursos técnicos

Escrito por GERALDO BULHOES BITTENCOURT FILHO | Criado: Terça, 20 de Dezembro de 2016, 13h49 | Publicado: Terça, 20 de Dezembro de 2016, 13h49 | Última atualização em Terça, 20 de Dezembro de 2016, 13h59

Orientações teóricas são adaptações das diretrizes do MEC para o ensino superior

LEOPOLDOEm 2004, o Brasil atravessava um momento de forte expansão da oferta de cursos superiores e de ampliação do número de faculdades. Para dar conta do aumento e da ameaça de perda de qualidade, o Ministério da Educação criou o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), com o qual buscava garantir a correta avaliação das instituições, das graduações e do desempenho dos alunos. O ensino técnico brasileiro, por sua vez, remete aos tempos do Império e até hoje não possui uma legislação robusta que oriente o setor – as iniciativas, em muitos casos, surgem através de projetos isolados que identificam critérios aplicáveis aos cursos. Um exemplo desse esforço é a pesquisa de Leopoldo Ramos de Oliveira, docente do Instituto Federal de Sergipe (IFS) que utilizou técnicas estatísticas para criar um modelo de autoavaliação do ensino profissionalizante.

O trabalho desenvolvido por Leopoldo Ramos busca ser uma alternativa para avaliação dos cursos e tem potencial para ser utilizada em maior escala na rede federal. Para se ter uma idéia da lacuna existente, as orientações básicas dos cursos técnicos de nível médio envolvem o regimento interno da Comissão Executiva Nacional de Avaliação do Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos (CONAC) e pareces do Conselho Nacional de Educação. Já os cursos superiores têm à disposição, além do Sinaes, aproximadamente 20 normas legais - entre decretos, portarias e resoluções - que versam sobre os diversos aspectos das graduações. A comprovação da relevância acadêmica da pesquisa do IFS veio em forma de reconhecimento: a proposta foi premiada no Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação (Connepi) com o segundo lugar na modalidade de banner de ciências exatas.

A pesquisa de autoavaliação de cursos profissionalizantes necessitou de cerca de 10 meses de trabalho e contou com a participação dos alunos Danilo Jesus e Thiago do Santos, além do professor Damião Melo. Baseada fortemente nas orientações do Sinaes, o trabalho buscou criar instrumentos úteis orientados às necessidades específicas da instituição para autoavaliação do ensino técnico. “O curso subsequente em química ofertado no Campus Aracaju foi o nosso piloto. Estipulamos uma amostragem que nos garantisse 95% de confiabilidade e, então, elaboramos questionários para que os estudantes respondessem. Os discentes apontaram pontos de melhoria no curso, os quais foram base para elaboração das diretrizes”, explica Leopoldo, ressaltando ainda que o esforço acadêmico tem como objetivo principal apoiar os gestores vinculados à área de ensino do IFS na tomada de decisão.

A próxima etapa do trabalho do professor consiste na realização de seminários para apresentar os resultados obtidos com a investigação à comunidade acadêmica e disponibilizá-la às coordenações de curso. Apesar de ter como foco o técnico subsequente em química, a pesquisa pode ser customizada e aplicada também aos outros cursos profissionalizantes do IFS. “Temos agora um mecanismo desenvolvido dentro da própria instituição e que possui ela mesma como alvo. Isso permite que a gente saia na frente, faça boas avaliações dos nossos cursos e, assim, torne-os ainda melhores”, encerra Leopoldo.

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