Incentivo ao uso da biblioteca é prática recorrente no IFS
No Campus Tobias Barreto sessões de cinema e cafés literários estão entre as ações desenvolvidas para atrair os leitores
As bases da educação oferecida pelo Instituto Federal de Sergipe (IFS) são o Ensino, a Pesquisa e a Extensão, por isso o aprendizado extraclasse é fundamental na construção do estudante como profissional e também como cidadão. Nesse contexto o incentivo a outras formas de obter conhecimento, o desenvolvimento do senso crítico e a valorização da cultura são objetivos de diversas ações realizadas pela Instituição.
Entre essas ações destacam-se os festivais de talentos, exibições cinematográficas, grupos de Pesquisa além de palestras e debates organizados pelos professores e profissionais técnicos em todos os Campi do IFS. Muitas dessas ações e projetos são voltadas ao incentivo dos espaços das Bibliotecas, para o estudo e pesquisa, mas também para a leitura de livros que ajudam a desenvolver a imaginação, o pensamento crítico e principalmente instigar o hábito da leitura nos alunos.
Pesquisa Acadêmica
É através dos resultados de pesquisas acadêmicas que é possível conhecer as realidades e a partir disso desenvolver estratégias e Políticas Públicas para fomentar a leitura, exemplo disso é o trabalho desenvolvido pela Coordenadora da Biblioteca do Campus do IFS localizado em Itabaiana, Jeane Gomes. A bibliotecária é mestre pelo Programa de Mestrado em Educação Profissional e Tecnológica do IFS (ProfEPT), e trabalha na biblioteca do Campus Itabaiana há seis anos.
Durante o mestrado, Jeane estudou as bibliotecas do IFS, motivada pela crença de que todo os profissionais de uma instituição como o IFS, podem ser educadores. “Os bibliotecários ao reunir, tratar e disseminar a informação para os leitores exercem papel fundamental no processo educativo. A informação de qualidade fundamenta inúmeras mudanças sociais e é possível educar de muitas maneiras”.
Na pesquisa, que teve o título “A biblioteca na educação profissional: análise das práticas educativas de serviço de referência desenvolvidas nas bibliotecas do Instituto Federal de Sergipe”, foram consultados os coordenadores das bibliotecas dos campi, com o objetivo de descobrir até que ponto os bibliotecários se enxergam como educadores, a partir das atividades que realizam nas bibliotecas. A pesquisa constatou que apesar de as bibliotecas ofertarem ações e aperfeiçoarem o atendimento aos usuários, ainda enfrentam algumas limitações. “Essas dificuldades não afastam os leitores das bibliotecas, mas certamente não ampliam o nível de confiança dos usuários nestes espaços”, explica a bibliotecária.
Campus Tobias Barreto
Exemplo dessas ações de incentivo encontradas na pesquisa de Jeane, acontece no Campus de Tobias Barreto onde ao longo do ano são realizados projetos que possam gerar uma efetiva utilização do espaço da biblioteca pelos alunos e também pelos servidores. O resultado esse tipo de ação tem sido comprovado pelos dados de empréstimo de livros no Campus Tobias Barreto. De acordo com os registros do Pergamum, sistema que organiza os empréstimos da Biblioteca, houve no Campus Tobias Barreto um aumento exponencial entre os anos de 2018 e 2019 enquanto no primeiro semestre de 2018 a biblioteca efetuou 173 empréstimos no primeiro de semestre deste ano os números passaram para 405.
Uma dessas ações desenvolvidas no Campus é o Bibliocine projeto que acontece em todos os Campi do IFS promovendo o debate pedagógico a partir do Cinema. De acordo com o bibliotecário do Campus Tobias Barreto, já que o Bibliocine é um evento que fomenta a cultura e busca
despertarem o senso crítico e a valorização a própria cultura nos estudantes, “aqui no campus Tobias eu trago apenas personagens da cultura nordestina para eles terem a oportunidade de debater a nossa própria história”, explica o Servidor.
Na última edição do Bibliocine, que aconteceu em agosto de 2019, os alunos assistiram a dois documentários do jornalista Eduardo Bueno. Um filme sobre Virgulino Ferreira da Silva, o famoso cangaceiro Lampião e outro sobre a Guerra de Canudos. O Bibliotecário, explica que ao final de cada exibição uma pessoa é convidada para falar sobre o tema provocando debate entre os alunos. Sobre a efetividade da ação o bibliotecário conta que a seleção dos temas dos filmes exibidos dialoga com o acervo da Biblioteca do Campus. “ No caso dos documentários escolhidos na última exibição foi muito interessante, pois ao final o jornalista sempre diz que o espectador deve ler para saber mais e apresenta a bibliografia que ele utilizou. Eu sempre digo aos alunos que alguns desses livros e outros sobre esse tema nós temos na biblioteca e na mesma hora os alunos foram pegar”, comenta.
Além do Bibliocine, outra ação que está sendo planejada para o acontece no Campus de Tobias Barreto é a “Semana do livro e da Biblioteca” que acontecerá em outubro.
Leitura na Prática
O Professor dos cursos de Desenvolvimento de Sistemas e de Informática do Campus Tobias Barreto, Flaygner Matos, acredita que a leitura é fundamental para o desenvolvimento do Português, que é uma língua complexa e carregada por uma grande variação cultural, além dos impactos causados pelas abreviações e neologismos que se tornaram prática com o desenvolvimento da internet. “A leitura do português facilita a interpretação do aluno, por exemplo, na disciplina de Programação de Computadores, a interpretação de texto faz com que o aluno acelere o processo de desenvolvimento. É mais fácil trabalhar com um aluno que lê muito, porque ele já está acostumado a se concentrar por um longo período de tempo”, comenta.
Para ele é de extrema importância que os alunos utilizem a biblioteca não apenas para consultar livros técnicos mas também outros tipos de leituras. “Os livros são ferramentas que auxiliam na educação e não apenas essa educação que fazemos dentro da sala, mas também a de fora, um bom livro ajuda muito nesse processo porque o aluno que lê, reflete mais, é questionador e ele não aceita o que é simplesmente dito, fazemos um ser humano mais completo a partir da leitura”, afirma o professor.
Fã de Gabriel García Márquez, Kailane de Souza, aluna do segundo semestre do curso de Desenvolvimento de Sistemas conta que o primeiro livro que leu na Biblioteca do Campus foi “Cem anos de solidão” e desde então não deixou de frequentar esse espaço. Feliz em estudar no IFS a aluna relata que descobriu muitas oportunidades quando iniciou os estudos na Instituição “aqui nós temos a capacidade de sonhar e temos muitas pessoas que nos apoiam.
O gosto pela leitura é tanto que junto com alguns colegas de turma, Kailane, organizou um café literário na biblioteca do Campus. “Eu acredito que todos devem frequentar a biblioteca, já que é uma oportunidade ter acesso gratuito a livros que são muito caros. Além disso, há a falta de interesse dos colegas em estar na biblioteca, poucos deles vêm aqui pesquisar ou ler.”Eu sempre li muito, então quando eu soube que o Campus tinha uma biblioteca já sabia que passaria os intervalos aqui”, conta a estudante de 17 anos.
Kailane acredita que sua relação coma leitura influencia o jeito como ela lida com os estudos “a gente acaba tendo uma abrangência diferente dos assuntos, mesmo que eu não pegue livros sobre Java, que é o assunto que estou estudando, eu pego livros que abordem sobre ciência, ou história e isso faz com que eu preste mais atenção nos assuntos em sala”, afirma a estudante.
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