Alunos do Campus Lagarto lançarão obras na 5ª Bienal do Livro de Itabaiana
As obras de Luiz Henrique Mendes e Gisela Nascimento serão expostas amanhã, 14, naquele que é um dos grandes eventos da cena literária de Sergipe
Um projeto de educação integral deve necessariamente passar pelo estímulo ao aprimoramento de múltiplas habilidades e competências, como o raciocínio lógico-matemático e a compreensão de obras de arte e do fenômeno estético. No caso das artes, há quem vá além da compreensão e dê o passo seguinte, que é o da criação artística. Esse é o caso de Luiz Henrique Mendes, aluno do 3º ano do curso integrado em Eletromecânica, e Gisela Nascimento, do 3º ano do curso integrado em Redes de Computadores, do IFS - Campus Lagarto, que lançarão suas obras amanhã, 14 de setembro, na 5ª Bienal do Livro de Itabaiana.
O livro de Luiz Henrique, intitulado de Nada mudou, nasceu como roteiro para um curta-metragem da oficina de audiovisual desenvolvida no Campus Lagarto em 2018, mas logo depois foi ampliado e transformado em um romance. Segundo o autor, a obra, que foi lançada na escola em fevereiro deste ano, faz uma crítica ao impacto da sociedade de consumo nos jovens e em suas crenças. "Sempre gostei muito de literatura e comecei a escrever por volta dos 15 anos, após assistir a Sociedade dos Poetas Mortos. Iniciei com poesia, mas não demorou para chegar na prosa", afirma Luiz Henrique, que possui outros projetos de livros em andamento.
Já Codinome Girassol, livro de Gisela, é composto por poemas inéditos e dividido em quatro partes, as quais fazem um diálogo com as estações do ano e fases da vida da escritora. Gisela conta que, antes dos poemas, escreveu textos em prosa, mas que em ambos os casos o impulso criativo vem de sua maneira intensa de sentir. "Encontrei na escrita uma forma de desabafar e até de me compreender melhor", comenta a poetisa, que não recorda exatamente quando começou a escrever, mas garante que não quer parar.
Embora tenham escolhido gêneros diferentes, os dois estudantes salientam que o ambiente escolar do Campus Lagarto vem sendo determinante em suas formações como pessoa e como escritores. As amizades, os professores, os projetos de pesquisa e extensão, tudo isso, de alguma forma, se converteu em laboratório para a escrita de cada um. A propósito, Gisela ressalta que boa parte da coragem para a publicação do livro veio dos docentes da instituição, os quais, por meio de comentários técnicos e palavras de apoio, não mediram esforços no estímulo à concretização da obra.
O professor de português Anselmo Vital diz que vê com bons olhos a produção de literatura dentro de uma instituição de perfil técnico, cuja vocação principal, pelo menos em tese, tenderia a inibir esse tipo manifestação. "Mas, ao contrário, felizmente, os professores de literatura somos interpelados a cada instante por estudantes lotados de talento e autodidatismo, que, submetendo ao nosso crivo suas produções, parecem tatear estrada por onde possam espraiar o fazer literário e acabar sempre declamando e escrevendo e publicando e se revelando", destaca o docente, que também é escritor.
Sobre a Bienal
A Bienal do Livro de Itabaiana é um evento que congrega escritores, academias literárias e demais agentes culturais de todo o estado de Sergipe. O evento homenageia personalidades de destaque na produção literária e científica e abre espaço para os novos escritores do estado. Ao terem seus livros selecionados para participar do evento, Gisela e Luiz Henrique farão a exposição de suas obras no Espaço do Escritor, grande stand da bienal dedicado ao lançamento e exibição de obras literárias e historiográficas. Em sua quinta edição, contando também com apresentações culturais, a bienal se iniciou na última quarta-feira, 11, e vai até o próximo domingo.
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