Preparativos finais para a Feira de Ciências mobilizam Campus Estância

Escrito por CAROLE FERREIRA DA CRUZ | Criado: Terça, 04 de Julho de 2017, 12h19 | Publicado: Terça, 04 de Julho de 2017, 12h19 | Última atualização em Terça, 04 de Julho de 2017, 15h03

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Os preparativos finais para a I Feira de Ciências do Instituto Federal de Sergipe (IFS) – Campus Estância estão a todo vapor. Nesta quarta, dia 5 de julho, das 14h às 22h, os alunos terão a oportunidade de apresentar à comunidade o resultado do que aprenderam em sala de aula por meio de produções acadêmicas e experimentos científicos representativos da construção do conhecimento de forma interdisciplinar, criativa e contextualizada.

A movimentação nos corredores, na sala dos professores, na biblioteca e nos laboratórios tem sido intensa desde o início da semana. Estudantes manipulam equipamentos e materiais, recorrem aos professores para tirar dúvidas, reúnem-se para tomar decisões e lotam os computadores para concluir os trabalhos. Cerca de 500 estudantes devem participar da feira. A expectativa é que um público de mil pessoas circule pelo campus nos turnos da tarde e da noite.

A preparação para o evento se intensificou desde o mês de junho. Exemplo disso foi a visita técnica realizada por um grupo de alunos do curso integrado de Eletrotécnica à comunidade pesqueira de Porto do Mato, sob a supervisão das professoras Aline de Jesus Sá, Mirela Assunção e Márcia Maria de Jesus Santos. A intenção foi conhecer os ecossistemas locais e vivenciar na prática o aprendizado em sala de aula nas disciplinas Geografia e Biologia.

Os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer a fauna típica do ecossistema manguezal, que está bastante preservado e abundante no povoado, banhado pelo rio Piauí. Durante a atividade, foram coletados frutos de mangue, mariscos, caranguejos, plantas aquáticas, e ouriços para apresentação no evento. O grupo também pode constatar a beleza na região, que tem grande potencial para o turismo ecológico.

Os alunos conversaram com os pescadores e obtiveram informações sobre as modalidades de pesca (rede, tarrafa, linha, cruzeira, caracol e cata de siri, caranguejo, aratu, sururu e marisco), assim como as espécies de pescado mais comuns. São abundantes na região tainha, robalo, sardinha, carapeba, vermelha e o camarão. Também é possível encontrar no mangue outros animais, como garças, maçaricos, gaivotas e martins.

Segundo a professora Aline Sá, outro aspecto observado pelo grupo foi a importância da pesca artesanal e do extrativismo para a economia local. “Esse conhecimento é passado de pai para filho e famílias inteiras vivem da pesca. A comunidade ajuda a preservar o meio ambiente por que tem consciência da importância da natureza para a sua sobrevivência”, explicou.

O pescador Tainan Nascimento Vidal, 22 anos, que conduziu o barco durante a atividade, trabalha na pesca artesanal desde os dez anos e aprendeu o ofício com os pais. “Se sair para pescar de manhã e à tarde, dá para tirar uns R$ 100 por dia. A gente já tem comprador certo. O pessoal vem buscar o peixe lá em casa mesmo”, relatou.

No final da vista, os alunos conheceram um ponto de venda de produtos beneficiados a partir da extração de mangaba, ligado à Associação Sergipana das Catadoras de Mangaba. Na loja são vendidos geleias, biscoitos, bolos, doces, sorvetes etc. Sergipe é o maior produtor brasileiro da fruta e quase toda a produção vem da vegetação nativa, encontrada em abundância no litoral Sul.

Preservar

“Foi uma experiência e tanto. Pudemos observar na prática o que aprendemos nas aulas e conhecer de perto o ecossistema manguezal, que é tão rico em nossa cidade. Estância tem um litoral muito bonito. Não conhecia Porto do Mato e fiquei impressionado com a beleza desse lugar. É nosso dever ajudar a preservar nossas belezas naturais e fazendo a divulgação na feira tenho certeza que ajudaremos”, afirmou Gilliard Nascimento da Silva, 17 anos, do curso de Eletrotécnica.

A Feira de Ciências contará com a participação cursos técnicos de Eletrotécnica, Edificações, Recursos Pesqueiros e Aquicultura, nas modalidades integrado e subsequente, e do curso superior de Engenharia Civil. Será uma excelente oportunidade para os alunos aplicarem na prática o que aprenderam e apresentarem à sociedade de Estância o resultado do processo de aprendizagem”, destacou o organizador do evento, professor André Luís Canuto Duarte Melo.

Fará parte programação do evento não só a mostra de experimentos, como também as atividades comemorativas à Semana da Água, que discutirá temas como a importância do extrativismo para a sustentabilidade da região Sul, onde está situado o município de Estância. Uma equipe de professores do campus está fazendo um levantamento da realidade local para propor às autoridades competentes políticas de desenvolvimento sustentável com foco na pesca artesanal.