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Serviço de fibra óptica vai garantir internet para todo o Campus São Cristóvão

Escrito por MONIQUE DE SA TAVARES VIARD | Criado: Quinta, 28 de Abril de 2022, 09h27 | Publicado: Quinta, 28 de Abril de 2022, 09h49 | Última atualização em Quinta, 18 de Agosto de 2022, 08h50

Servidor não vai precisar mais se deslocar para executar atividades. Conexão deve ficar pronta até o início de maio

Por: Anderson Ribeiro

Fotos: Reinaldo Moura

CAMPUS SC CAPAFinalmente, depois de mais de uma década, o Campus São Cristóvão vai estar completamente conectado. Setores como a bovinocultura, aviário e fruticultura, que estão entre os mais distantes do prédio central da instituição, terão pela primeira vez acesso à internet. Com isso, os técnicos administrativos que antes precisavam se deslocar para bater o ponto e professores, que anotavam num papel a presença dos alunos na aula, por exemplo, vão poder fazer os registros sem correria e preocupação. “Essa é uma demanda histórica do Campus. Somos um campus descentralizado; prédios muito distantes uns dos outros e há muito tempo queríamos cobrir todos os setores e agora está se tornando uma realidade. Pela primeira vez estamos com quase tudo pronto para ter todos os setores cobertos pela internet”, festeja Marco Arlindo, diretor-geral do Campus São Cristóvão.

A obra, que começou em outubro de 2019, deve ser completamente concluída na primeira quinzena do mês de maio. “A demora da execução foi por causa da pandemia, que tivemos diversas restrições e cuidados com alunos, por exemplo, isso demorou um pouco. Outro fator foi a disponibilidade dos equipamentos cedidos pela empresa parceira de São Paulo: a Lancore, onde desenvolvo, junto a alunos do Campus Itabaiana, um projeto de pesquisa acadêmica chamada de FiberSkills que tem entre outros objetivos o de padronizar métodos operacionais com teoria na prática para maior agilidade nos processos. Daí eu trouxe o projeto para o Campus São Cristóvão, aplicando-o na prática com o processo de recuperação da rede óptica”’, explicou Marcos Pereira, diretor de TI do IFS e responsável pela execução do projeto.

O início

mARCOS PEREIRADe acordo com Marcos Pereira, o serviço realizado no Campus São Cristóvão foi a reestruturação de todo o anel óptico que contempla o funcionamento da internet e dos computadores nos setores administrativos e acadêmicos da instituição. “Isso partiu da iniciativa da professora Ruth Sales em virtude de um problema detectado há mais ou menos 3 anos, da quebra da fibra por um caminhão que perdeu o controle e bateu num ponto importante onde se localizava a ramificação da fibra para as diversas áreas do campus. Na batida, houve um incêndio e derreteu a fibra óptica. Daí ela [Ruth Sales] me pediu para fazer uma avaliação e um levantamento das necessidades para reativar a infraestrutura, foi quando percebi que havia muita demanda a ser realizada para contemplar as outras áreas que não estavam sendo atendidas em função da insuficiência de suprimentos para rede óptica”, disse Marcos Pereira.

A equipe e o serviço

A equipe, além de Marcos Pereira, contou com o empenho e dedicação dos técnicos de Laboratório e de TI, Leandro Santos Gonçalves e Lucas dos Santos Aquino, do Campus São Cristóvão e dos alunos do campus Itabaiana, que fizeram parte do projeto FiberSkills, Cauã Reimond e Cândido Eduardo S. Paulino. “Nós contamos também com a Lancore; uma empresa que foi parceira nossa e que nos forneceu os equipamentos de informática e suprimentos que contemplou a possibilidade de poder engajar o projeto, inclusive essa empresa nos deu, a título de serviço, todo o projeto em CAD da malha óptica do campus”, esclareceu Marcos Pereira.

CONEXÃOAinda de acordo com Marcos Pereira, para o serviço foram gastos mais de 1.400 metros de fibra óptica para atender todo campus; inclusive a própria coordenação de TI que deverá mudar brevemente. “O local atual da TI está condenado e deverá ser demolido. A coordenação vai migrar para um prédio novo, onde também abriga o alojamento feminino do campus, que já está equipada com toda a infraestrutura de fibra”, comemorou.

Desde que começou esse serviço de fibra óptica, basicamente a internet estava limitada a parte mais central do campus. “O Campus São Cristóvão tem uma área total de 868 hectares. Sem a parte cedida a UFS, possui 600 hectares. A distância, por exemplo, do prédio da direção até o de bovinocultura dá uns 800 metros e lá nunca teve internet. Com esse serviço, esperamos que os alunos e professores possam acessar a internet. Isso vai facilitar até a chamada dos alunos que antes o professor tinha que anotar num papel para registrar depois no computador. Então, pela primeira vez, esses setores estão sendo ativados”, salientou Marco Arlindo.

As dificuldades

SC ESTUDANTESAs maiores dificuldades para Marcos Pereira foram a compreensão e a complexidade de toda infraestrutura, além dos valores cobrados pelas empresas. “É uma malha óptica extremamente complexa onde as empresas que vinham fazer levantamento cobravam muito caro por ter receio do que poderiam encontrar de problemas pela frente e acabavam distanciando a idealização e realização desse projeto em tempo recorde, de acordo com a necessidade que o campus tinha e isso inviabilizava financeiramente a estrutura do campus para o andamento do projeto” revelou.

Ainda segundo Marcos, por causa dessa parceria com a Lancore, os custos dos serviços executados ficaram bem abaixo do que o mercado demanda. “Com isso conseguimos baratear a obra. O recurso utilizado aqui foi oriundo da Reitoria, no valor de cerca de 17 mil reais para aquisição dos cabos ópticos. Daí a empresa já vendeu os cabos e lançou. A parte de execução foi toda do IFS”, contou. “A reitoria já dá um suporte grande ao campus com outros recursos, mas destinamos um recurso específico para essa ação”, disse a reitora Ruth Sales Gama de Andrade.

Cândido Eduardo S. Paulino, um dos alunos do Campus Itabaiana que participou da execução da obra, conta que, para ele, a parte mais complexa foi a não documentação da rede. “Não sabíamos o que podia ou não ser desligado, pois não havia um mapa que indicasse em quais setores da instituição os cabos levavam. Isso foi desafiador. Mas ao mesmo tempo, esse projeto foi um aprendizado enorme para mim que fui ‘criado’ em laboratório. Colocar em prática os conhecimentos me elevou a outro patamar”, relatou.

Já para Lucas dos Santos Aquino, técnico de Ti do Campus São Cristóvão e que fez parte da equipe do projeto, as dificuldades foram da própria estrutura burocrática da instituição e do tempo de aprender para realizar esse tipo de serviço, de manutenção de fibra óptica. “Era algo que não sabíamos e aprendemos junto com Marcos [Pereira] na execução desse projeto. O que acabou virando para nós, um ponto positivo”, disse.

Opinião compartilhada por Leandro Santos Gonçalves, técnico de laboratório do Campus São Cristóvão, que também fez parte da equipe de revitalização e implantação da rede. “Aproveitamos a oportunidade de aprender com o projeto a ponto de continuar até ligando outros lugares que anteriormente não estavam preparados ou nem estavam na expectativa que fossem alcançados, como são os casos da fruticultura e da bovinocultura que são mais distantes”, completou.

Os benefícios

DIRETOR GERALO diretor do Campus, Marcos Arlindo, disse que agora tudo vai melhorar. “Do professor que vai poder utilizar a internet como instrumento nas suas aulas, que não podia; até as coisas mais burocráticas ou servidores que tinham que sair do setor para bater o ponto em outro local. Então vai melhorar tanto do ponto de vista administrativo quanto do ponto de vista pedagógico que pode usar a internet como ferramenta. Já os alunos terão o mundo a seu dispor. Desde streaming até baixar material para auxiliar nas aulas. Antes eles vinham até o prédio central para ter acesso à internet”.

Lucas Aquino diz que a importância de levar internet aos setores mais distante do campus e que nunca teve internet e nem um bom sinal de celular é viabilizar a comunicação entre as pessoas que habitam o Campus. “Não havia possibilidade de usar o próprio sinal e nem de fazer uma ligação do próprio celular. Esse projeto vai viabilizar atividades administrativas e do ensino. Agora será possível acessar material em tempo real”, festejou. “Fico muito feliz em ver que vai atender outras áreas que anteriormente, por exemplo, os servidores precisavam se locomover porque não tinham internet e saiam de um setor para ir para outro para ter acesso aos sistemas”, completou Leandro Gonçalves.

Quem viveu essa experiência de “isolamento comunicacional” sabe muito bem do que Lucas Aquino e Leandro Gonçalves citaram. Mesmo para setores onde os computadores ainda não estão instalados, o fato da rede chegar ao prédio em que trabalham já é um avanço enorme. Lívia Regina Lima Santana, médica do trabalho e coordenadora de Saúde Escolar do Campus São Cristóvão, conta que o setor fica localizado numa área muito baixa e que nem o telefone, nem qualquer sinal de operadora de celular pegavam e que, com a expansão da rede, agora consegue se comunicar com os diversos servidores e setores da instituição. “Agora conseguimos usar o telefone e aplicativos de mensagens. O fato de haver sinal de celular ajudou e muito na comunicação, pois precisamos entrar em contato com o ensino, por exemplo, sobre algum aluno que precisa ser levado à urgência ou eles precisam nos avisar sobre alguém que passou mal em sala de aula. E quando os computadores forem instalados, e eles já estão no setor, vamos poder fazer prontuários online dos alunos. Nunca fizemos isso pela falta da internet”, relatou.

Para a reitora Ruth Sales, a garantia de ter internet nos setores aumenta a qualidade dos serviços prestados à comunidade. “Hoje São Cristóvão tem a garantia de uma internet de qualidade; claro, dentro da nossa realidade. Então, além de facilitarmos o acesso, fizemos entrega de computadores e tablets para o Campus. Dessa forma percebemos que os projetos poderão ser desenvolvidos com qualidade e ainda possibilitar ao aluno e ao professor, que estão nos prédios novos, utilizar internet em suas aulas, nos laboratórios, porque como sabemos, hoje somos dependentes da internet”, disse.

O futuro

O próximo passo é ofertar mais recursos tecnológicos à comunidade. “A perspectiva é que esse seja o início do momento em que o aluno possa estar no ponto mais distante do campus e poder ter acesso à internet. Mas um passo de cada vez”, disse o diretor-geral do Campus. Segundo o diretor de TI, Marcos Pereira, os serviços de Wi-Fi podem ser instalados ainda em 2022. “A reitoria já está com orçamento voltado para investimento na rede sem fio; está na prioridade das licitações para acontecer ainda este ano. Mas é bom lembrar que esse sem passo que foi dado, não poderíamos nem pensar em fazer uso de recursos tecnológicos da rede Wi-Fi no Campus São Cristóvão. Todos queremos o melhor para o IFS; queremos integração. Queremos ver o professor em campo, atuando com tecnologia para fazer demonstração num espaço aberto”, declarou.

ruth ifsc fotoRuth Sales diz que a TI nos campi do IFS tem prioridade apesar de reconhecer que os recursos nem sempre são suficientes. “A TI dentro de cada campus e de fundamental importância. A gente sabe e entende que ainda o recurso não é suficiente para consolidar toda infraestrutura de TI na instituição, mas a cada ano oferecemos algo a mais. Quanto ao Wi-Fi, não só o Campus São Cristóvão será beneficiado, mas todos os campi serão beneficiados com reforço de recurso da reitoria; melhorando a qualidade do trabalho tanto para o aluno quanto para o servidor em cada campus. E afirmo: o trabalho continuará no Campus São Cristóvão”, sentenciou a reitora.

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