Pesquisadores do IFS passam a ter acesso à maior plataforma sobre biodiversidade do Brasil
Sistema foi criado através de recomendação da Lei de Biodiversidade e tem o intuito de mapear e garantir a conservação e o uso sustentável da biodiversidade nacional
Servidores do Instituto Federal de Sergipe (IFS) que desenvolvem pesquisas na área de biodiversidade passaram a ter acesso à plataforma digital que reúne as principais informações de estudos sobre animais, plantas e outros organismos do país, o Sistema Nacional de Gestão do Patrimônio Genético e do Conhecimento Tradicional Associado (SisGen). Com implementação prevista em lei, o sistema permite que os pesquisadores cadastrem seus trabalhos e disponibilize-os à sociedade, de modo que seja possível mapear e garantir, pelos órgãos responsáveis, a conservação e o uso sustentável da biodiversidade nacional.
Entre as vantagens na utilização do SisGen estão a possibilidade de inclusão dos detalhes sobre a categorização da espécie, o local exato de coleta (é possível, inclusive, incluir o posicionamento através de GPS) e o ecossistema no qual se encontra. As pesquisas com patrimônio genético ou fruto do conhecimento tradicional associado - ou seja, as práticas do povo indígena, dos agricultores ou de comunidades - do ano 2000 em diante devem constar na plataforma.
No IFS, o responsável pela orientação técnica acerca do cadastramento no sistema é o servidor Sérgio Carlos Resende, vinculado à Pró-reitoria de Pesquisa e Extensão (Propex). Ele explica que o objetivo do SisGen é dar a noção do quanto está sendo produzido cientificamente no Brasil no que diz respeito à biodiversidade. “Além disso, com o cadastro e a utilização efetiva da plataforma, será possível resguardar de forma mais assertiva as pesquisas protegidas por patentes, por exemplo”, ressalta Sérgio Resende.
Perspectivas
Até fevereiro deste ano, cerca de dois mil pesquisadores brasileiros fizeram o cadastro na plataforma e quase 100 instituições ligadas ao estudo da biodiversidade foram incluídas. O número, porém, tende a crescer em virtude de a obrigatoriedade do cadastro dos estudos no sistema passar a valer apenas em novembro. Os dados expressivos ligados à bio e à sociodiversidade nacionais, bem como à capacidade científica e o complexo industrial nacionais - o qual conta com empresas de referência mundial nas áreas de cosmético, farmácia, agricultura e pecuária - devem aumentar ainda mais as perspectivas em relação à inclusão dos dados na plataforma.
De acordo com números do Ministério do Meio Ambiente, o Brasil possui mais de 200 mil espécies já identificadas em seus biomas e nas zonas Costeira e Marinha estima-se que o número possa chegar a mais de 1 milhão e oitocentas mil espécies. Além disso, são mais de 305 etnias indígenas, com cerca de 270 diferentes idiomas, além de diversas comunidades tradicionais e agricultores familiares que detêm importantes conhecimentos associados à biodiversidade.
*Com informações do Ministério do Meio Ambiente
Redes Sociais