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CONSCIÊNCIA NEGRA

Debates e mostra de cinema marcam Novembro Negro em Estância

Criado: Quinta, 07 de Dezembro de 2023, 13h25 | Publicado: Quinta, 07 de Dezembro de 2023, 13h25 | Última atualização em Quinta, 07 de Dezembro de 2023, 13h50

Atividades incluíram ainda apresentações de trabalhos e palestras sobre o combate ao racismo na escola

*Por Carole Ferreira da Cruz

NovembroNegro 1O Novembro Negro no Instituto Federal de Sergipe (IFS) - Campus Estância foi marcado por uma programação diversificada que abrangeu debates, palestras, mostra de cinema, apresentações de trabalhos e se estendeu até dezembro. As atividades são alusivas ao Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro para ressaltar a importância da promoção da igualdade racial, do respeito à cultura afro-brasileira, da luta e da resistência do povo negro no Brasil.

NovembroNegro CapaO ponto alto das ações de conscientização foi o ciclo de palestras “Desconstruindo barreiras: combatendo o racismo na escola”, realizado no ultimo dia 6 com a participação de alunos, professores, servidores do quadro técnico, advogados e militantes do movimento negro e encerrado com a apresentação cultural da Batucada Santo Antônio. A temática é mais do que oportuna já que 2023 marca os 20 anos de promulgação da Lei 10.639/2003 que estabeleceu a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas.

NovembroNegro BatucadaAs discussões ocorreram simultaneamente no auditório e nas salas de aula, contaram com ativa participação da comunidade acadêmica e contribuíram para sensibilizar alunos e servidores sobre a importância do combate ao racismo em suas diversas manifestações. Entre os professores presentes foi consenso que a temática deve ser abordada de forma transversal no contexto das disciplinas para a formação de agentes de mudança numa sociedade em que o racismo ainda é uma chaga e está presente de forma tão arraigada no cotidiano.

Para a professora de Biologia, Aline Sá, um das grandes contribuições do evento foi reforçar a necessidade de se combater o racismo recreativo, que ocorre disfarçado de piada para diminuir e ridicularizar pessoas negras, indígenas e asiáticas. “Racismo recreativo também é crime e a escola é o ambiente onde mais se pratica. Quem deve ter conhecimento disso não é apenas quem sofre racismo, mas quem pode intervir para evitá-lo. Todos estão inseridos nesse processo de mobilização educacional”, ressaltou.

As palestras foram uma realização do Núcleo de Estudos Afro-brasileiro e Indígenas do IFS (NEABI), que tem promovido ações sistemáticas para construir um ambiente escolar mais inclusivo e respeitoso. No Campus Estância foi criada uma comissão para organizar as atividades do Novembro Negro, que contaram ainda com a apresentação do projeto de extensão "Educaquadrinhos: educação ambiental e resistência quilombola" e a mostra de cinema sobre ‘Ditadura Militar: o papel do movimento negro no combate ao regime’.

De acordo com o coordenador do NEABI, professor Alexandre Oliveira, o evento teve um grande potencial de conscientização, mas sinaliza a necessidade de mobilizações para além do mês de novembro. “É fundamental que a instituição, de modo geral, e o campus, de forma específica, ampliem as discussões sobre a implementação das leis 10639 e 11645 e as políticas de acesso, permanência e êxito para que os estudantes negros se reconhecem e encontrem um local de acolhimento diante das dificuldades no tocante ao racismo institucional, recreativo e às diversas formas de racismo presentes no IFS, por que estão presentes na sociedade brasileira”, evidenciou.

Educaquadrinhos

NovembroNegro 2 EduquadrinhosO projeto de extensão "Educaquadrinhos: educação ambiental e resistência quilombola" apresentou os resultados da integração entre estudantes e a comunidade quilombola Porto D'areia, no município de Estância. O projeto aborda os aspectos socioambientais da prática da pesca comunitária e é resultado do produto desenvolvido pelo orientando da professora Márcia Maria de Jesus Santos, Weslei Santos, do Programa de Pós-graduação em Mestrado Profissional em Ciências Ambientais (PROFCIAMB/UFS).

A partir dessa pesquisa aplicada, foi pensada uma experiência de capacitações e troca de conhecimentos envolvendo os alunos do IFS, da Escola Estadual Gumercindo Bessa e da comunidade quilombola, que resultou na produção de quatro histórias em quadrinhos. As temáticas que inspiraram as produções foram resistência, quilombos e meio ambiente e expressam a construção de um processo coletivo entre diferentes instituições e profissionais que fortalecem a causa antirracista no ambiente escolar.  

Segundo a professora Márcia Maria, é muito gratificante visualizar o resultado do trabalho nos aspectos técnicos, criativos e sociais. “A produção e depoimentos apresentados se refletem na partilha colaborativa diante de uma causa que deve ser prioridade de todos, além do resgate da valorização da ancestralidade e da identidade local que reverbera no pertencimento. Os resultados evidenciam que estamos no caminho certo de engajarmos por uma sociedade mais justa e solidária e que não podemos nos aquietar diante de questões que,  muitas vezes, infelizmente, são naturalizadas no meio social”, reforçou.

Aluna do curso técnico integrado de Edificações, Rayssa Suyhany Santos Gomes, 18 anos, adorou compartilhar os conhecimentos adquiridos na construção das histórias em quadrinhos com estudantes de outras instituições. “Acredito que projetos como esse fazem a diferença dentro das escolas. É a integralidade e a oportunidade de contato com a cultura desses povos que nos unifica e nos torna mais próximos das nossas raízes. Usar quadrinhos para mostrar as histórias de um povo, de uma raça ou de qualquer outro tema relevante dentro da sociedade é ótimo, pois se volta principalmente aos jovens, que são o futuro de um país”, opinou.

Mostra de cinema

A II edição da mostra de cinema sobre a Ditadura Militar propôs um diálogo com o Novembro Negro e destacou a participação da comunidade e do movimento negro no processo de combate à ditadura militar brasileira. O evento, que vai até o dia 22 de dezembro, tem aprofundado os olhares para o entendimento sobre o papel dessa parcela expressiva da população na mobilização popular, na diversificação e na representatividade da resistência ao regime.

Os alunos dos cursos técnicos integrados ao ensino médio têm participado ativamente dos debates após a exibição dos filmes e terão que apresentar um vídeo sobre a temática a partir de uma abordagem que integre as diversas disciplinas envolvidas, que vão de língua portuguesa e arte, passando por sociologia, física e matemática. O evento é uma realização do Laboratório de História (LabHist) e da coordenação das Disciplinas do Núcleo Básico, que têm assento na comissão organizadora do Novembro Negro.

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