Egressos do IFS trazem histórias inspiradoras para alunos da instituição
Setor de comunicação ouviu ex-alunos que veem na educação um fator de transformação social
Por: Adrine Cabral e Monique de Sá
“A educação é direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. O artigo 205 da Constituição Federal é um importante dispositivo jurídico que assegura o direito à educação a toda sociedade. Educar é transpor barreiras, propiciar formas de mudanças de ciclo e garantir um futuro favorável à população.
Neste 11 de agosto, Dia do Estudante, a educação anda de mãos dadas com esse protagonista do processo de ensino-aprendizagem: o aluno. Como ferramenta de transformação social, a educação vem mudando a realidade de milhares de estudantes brasileiros e o Instituto Federal de Sergipe (IFS) é um desses agentes transformadores na oferta de educação pública, inclusiva e de qualidade, por meio de uma equipe de profissionais dedicados a este bem maior: A EDUCAÇÃO!
Hoje, em especial, o IFS parabeniza os protagonistas dessa história, cerca de sete mil estudantes da instituição. Em 2021, só de ingressantes o Instituto teve 1692 alunos matriculados em cursos técnicos subsequentes; 863 em cursos integrados; e 1108 em cursos superiores. Além disso, o IFS dispõe também de cursos de pós-graduação, de Formação Inicial e Continuada (FIC) e na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Em celebração a esse dia, o setor de Comunicação do Instituto conversou com egressos que deixaram a instituição, após a conclusão de seus cursos, e hoje trilham caminhos exitosos em suas áreas de atuação. Histórias inspiradoras de ex-alunos que carregam na memória boas lembranças nos tempos de IFS.
De técnica a engenheira civil: a trajetória de Anny Salonny
Ter um campus do IFS no litoral sul sergipano, mais especificamente no município de Estância, possibilitou para Anny Salonny Santos Nascimento, 28 anos, um ensino médio aliado ao técnico em Edificações, entre os anos de 2012 a 2014; e a realização da graduação em Engenharia Civil, no período de 2014 a 2019. Anny faz parte da primeira turma de Engenharia Civil do campus Estância e sua formação é resultado do chamado processo de verticalização do ensino, quando em uma única instituição, o aluno cursa não apenas o nível técnico, mas também um superior na mesma área.
Engenheira Civil, hoje Anny é dona de sua própria empresa de Engenharia e Projetos e já está há um ano e sete meses no mercado. No entanto, como todo o começo de um negócio, ela passou por algumas adversidades. “Após a conclusão do meu curso, veio a pandemia e acabou parando todos os setores. Nesse contexto, minha primeira oportunidade de trabalho veio na área de projetos, ocorrendo em “home office” (trabalho remoto).
Os desafios persistiam, mas Anny é detentora de dois ingredientes básicos que a permitiriam alçar voos maiores: coragem e determinação. Assim, em 2021, ela deu início a sua própria empresa na área de Engenharia e segundo ela: “sempre tentando fornecer o melhor para nossos clientes, colocando em prática todos os ensinamentos relacionados à construção civil obtidos no IFS, desde a elaboração de projetos e orçamentos, até o acompanhamento das obras”.
Anny, que passou um quarto da sua vida sendo aluna da instituição, carrega em sua memória bons momentos vividos durante a sua adolescência até a fase adulta. “São boas memórias das aulas práticas e em laboratório, do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), que me fez por algum tempo passar meus dias mais dentro das instalações do Instituto, já que meu tema era mais voltado à área experimental, sendo imprescindível a realização de ensaios que são feitos nos laboratórios”, lembra a egressa.
Após quase três anos que Anny deixou os muros do IFS e partiu para o mercado de trabalho, ela conta que ainda permanece casada e tem um filho. Além disso, a engenheira tem como sócia da empresa sua irmã, que também foi aluna do Instituto. “Estou buscando também me encontrar no mundo dos concursos, pois sempre foi meu objetivo, mas a pandemia e essa fase inicial da maternidade fizeram com que eu desse uma pausa, mas aos poucos, estou retomando”.
Indígena e gestor em TI: Reidson Ruan leva conhecimento de tecnologia à aldeia
Reidson Ruan Tononé Silva é indígena, da etnia kariri-chocó, em Porto Real do Colégio, no estado de Alagoas, e se formou em janeiro desde ano em Gestão da Tecnologia da Informação pelo Campus Propriá do Instituto Federal de Sergipe. Para ele, a formação na área de TI significa, para além de seu objetivo profissional, a possibilidade de proporcionar o acesso de novas tecnologias à sua comunidade.
“Foi uma meta: trazer conhecimento para agregar à minha comunidade. A gente sabe que a cultura indígena, as aldeias em si, ainda têm ainda certa limitação no acesso e no conhecimento das tecnologias modernas. Com minha formação, pude apresentar soluções para agregar à nossa cultura. Podemos utilizar, por exemplo, a internet para ter acesso a informações relevantes, guardar nossos conhecimentos para as próximas gerações e até para obter recursos com a venda de artesanatos e especiarias. Com conhecimento de TI, foi possível abrir lojas digitais e ferramentas de marketing para a aldeia”, relata.
Além da contribuição que proporcionou ao seu povo, Reidson é um microempreendedor e, com apenas sete meses de graduado, já presta serviço de consultoria em soluções tecnológicas para três empresas. “Fornecemos monitoria, assessoria, scripts e auxiliamos a gestão dessas instituições em suas necessidades relacionadas à tecnologia da informação. No momento, atendo uma empresa de animação e duas lojas de artesanato, sendo uma delas indígena e quilombola”, explica.
De acordo com egresso de Gestão da Tecnologia da Informação, a vivência que ele experimentou na graduação foi um divisor de águas em sua vida profissional e pessoal, com a possibilidade de realizar um intercâmbio com colegas e servidores. “Foi uma experiência enriquecedora, pois tive contato com diversas pessoas, de diferentes culturas e formas de viver. Também tive a opotunidade apresentar a cultura indígena, junto a Coordenadoria de Assuntos Estudantis do campus, com palestras e outros evento. São momentos que contribuem para a quebra do estereótipo que ainda se tem da nossa cultura”.
Edson Barbosa e a experência de retornar como professor
Quando ingressou na então Escola Técnica Federal de Sergipe em 1987, Edson Barbosa Lisboa estava com 16 anos e deixou sua família no interior do estado para realizar o curso técnico de segundo grau em Eletrônica. Não sabia ele, naquela época, que retornaria a essa mesma instituição em 1988 para lecionar nos cursos de eletrônica e de computação e ser testemunha do crescimento dessa casa - hoje chamada Instituto Federal de Sergipe - que lhe proporcionou tanto aprendizado.
“O curso era equivalente ao atual curso técnico integrado, com disciplinas básicas do ensino médio e outras da área técnica. Desde aquela época já percebemos a qualidade na formação, com derecionamento para nossas áreas e possibilidade de passarmos em vestibulares. Ainda duranteminha formação fui indicado para um curso pelo Senai fora do estado e houve a possibilidade de ingrassar na Petrobras, a seguir, ingressei na graduação em ciência da computação e segui carreira nessa área. Antes mesmo das pós-graduações fui aprovado no concursos para professor da Escola Técnica e não mais saí”, ressalta Edson.
Atualmente, o egresso e atualmente professor do IFS dá aulas no mesmo ambiente em que frequentava na adolescência, e onde passava a maior parte de seu tempo. “O recado que dou aos meus alunos é que aproveitem para fazer uma experiência de imersão nessa instituição, aproveitando todas as oportunidades que lhe forem proporcionadas. Isso deu certo para mim e para diversos ex-colegas que estão muito bem colocados em suas profissões, inclusive que retornaram como professores”.
Edson Barbosa ressalta o amadurecimento proporcionado durante sua formaçao técnica e de segundo grau na então escola técnica. “Já naquela época, apesar de não ter ainda a dimensão que é hoje como IFS, era algo muito organizado e de experências práticas. Imagina vir de um ensino fundamental e entrar num laboratório de informática: foi fascinante. Além disso, é um modelo de educação que nos ensina a aprender, pois nos são mostradas as ferramentas e precisamos nos desenvolver. Hoje, as possibilidades se multiplicaram, podendo desenvolver pesquisas e continuar sua formação numa graduação, por exemplo”, pontua.
Aprender sempre
Multiplas são as possibilidades de transformação social por meio da educação e ser aluno do IFS, como ilustram as três histórias, é entender que o aprendizado não se resume ao fim, mas sim ao início de uma vida de conquistas e de superação. Seja continuando nas carreiras de sua formação técnica ou partindo para novas formações, o que os estudantes e egressos desta instituição têm em comum é o desenvolvimento de habilidades de aprendizagem diferenciada, focado no diálogo e vivência com diferentes culturas e formas de pensar.
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