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C&T

Campus Lagarto é sede do Projeto ‘Cápsula da Ciência’

Criado: Terça, 08 de Novembro de 2022, 13h50 | Publicado: Terça, 08 de Novembro de 2022, 13h50 | Última atualização em Quarta, 09 de Novembro de 2022, 09h27

Comunidade é convidada a uma experiência de viagem pelo mundo microscópico

CapaPor Anderson Ribeiro

Crédito das fotos: Andrei Ferreira

Até a próxima quarta-feira (9), o Campus Lagarto do Instituto Federal de Sergipe (IFS) recebe a comunidade para uma experiência de viagem pelo mundo microscópico. Trata-se do Projeto ‘Cápsula da Ciência”, idealizado pelo Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

De acordo com Ângelo Pitanga, professor de Química do Campus Lagarto e um dos organizadores local, o objetivo na instituição é promover, divulgar, fomentar e despertar a ciência nas pessoas. “Queremos despertar no público o desejo de trilhar a carreira acadêmica, de se tornar um cientista”, enfatizou.

1Em Lagarto, o projeto apresenta um domo geodésico de 95m². “No domo mostramos um pouco do que a gente faz, que é um mergulho por essa escala dos átomos e das moléculas dos materiais, mostrando um pouco como essa investigação nessa escala, consegue-se resolver problemas muito importantes e concretos para a sociedade. Sejam nas áreas de agricultura; para desenvolvimento de medicamentos; para desenvolvimento de fertilizantes; paras as novas fontes de energia que vão ser mais amigáveis ao meio ambiente; para muitas áreas de pesquisa diferentes”, explicou Luciana Norinha, especialista em Comunicação da CNPEM e uma das organizadoras do projeto itinerante.

2Outra atração é uma maquete do Sirius, o acelerador de elétrons e principal projeto da ciência brasileira que já foi feito até hoje no país. “É um dos equipamentos científicos desse tipo mais modernos do mundo. Só há dois equipamentos comparados ao Sirius hoje em funcionamento no mundo: Um na Suécia e outro na França. Ele foi todo construído por brasileiros. Cérebro e braços brasileiros e é um equipamento onde a gente usa a aceleração dos elétrons para gerar uma luz muito especial e brilhante usada para fazer experimentos científicos. Dentro dessa luz tem, principalmente, raio X que consegue identificar a organização espacial; química; moléculas de átomos; materiais dos mais diversos e com isso colabora em pesquisas nas mais diversas áreas”, detalhou Luciana.

3Para Fábio Henrique Lisboa de Souza, aluno do 3º ano do curso de Redes e Computadores do Campus Lagarto, que visitou o projeto, a experiência foi prazerosa. “Gostei da proposta de despertar o espírito curioso das pessoas. Quando despertamos para a ciência é muito prazeroso, porque é o mundo em nossa volta que estamos percebendo. Então, foi bom aproveitar uma experiência como essa porque nem sempre temos algo assim por aqui. Foi algo diferente; foi perfeito”, declarou.

Sobre o ‘Cápsula da Ciência’ em turnê

4O projeto Cápsula da Ciência foi desenvolvido em parceria com a ESPEM – Escola de Professores do Ensino Médio, que é um curso ofertado pela CNPEM todos os anos. Por causa da pandemia, nos últimos dois anos ele foi ofertado de forma online e teve participação de vários professores de todo Brasil. “Ao final solicitamos que [os professores] apresentassem um projeto pedagógico relacionado ao curso que fizeram e os melhores projetos foram selecionados a receber o ‘Cápsula da Ciência’, explicou Joana Schossler, que compõe a equipe da Comunicação do CNPEM e da organização do projeto.

Sete cidades brasileiras foram selecionadas para receber o projeto este ano. Além de Lagarto, também foram contemplados os municípios de Gaspar (SC), onde a turnê científica teve início; Campinas (SP), sede da CNPEM; Guarapari (ES), Quixeramobim (CE), Brasília (DF), onde fará parte da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia e encerrando as atividades em 2022, Manaus (AM).

Segundo Joana Schossler, o objetivo é levar e expandir a ciência para a sociedade. “Queremos, aproximar as pessoas da ciência, fazer com que saibam o que a gente faz no CNPEM, que conheçam a infraestrutura dos laboratórios que a gente tem e o que pode ser desenvolvido em termos de tecnologia e de estudos e também como eles [os estudos] podem fazer parte do nosso cotidiano e da nossa vida”, ressaltou.

O início

5O ‘Cápsula da Ciência’ nasceu após pesquisa de opinião realizada pelo MCTI. “A pesquisa mostrou que o número de pessoas que já tiveram experiência em museus, centros de ciências e em laboratórios de ciências no Brasil é muito reduzido”, disse Ângelo Pitanga. A pesquisa a que se refere o professor é sobre percepção pública de Ciência e Tecnologia, realizada pelo MCTI, e que apontou que apenas 6,3% dos entrevistados visitaram um museu de ciência nos últimos 12 meses e que 34,5% dos participantes informaram sobre a inexistência desse tipo de espaço em sua região. O intuito foi o de conhecer a visão, o interesse e o grau de informação da população em relação à C&T no País.

Diante dos dados obtidos, o MCTI, em parceria com o CNPEM, resolveu criar uma experiência digital imersiva para divulgação de diferentes temas científicos pesquisados pelo Centro de Pesquisas, como por exemplo, ‘emergência climática’, ‘produções de alimentos’, ‘geração mais eficiente de energia’, ‘novos medicamentos a partir da biodiversidade’ e ‘proteção contra vírus de potencial pandêmico’.

6“Com o projeto itinerante a gente quer principalmente encantar, mostrar que ciência pode ser muito envolvente, que pode ser legal, pode ser interessante. A gente quer mostrar que a gente tem ciência de qualidade, de ponta, feita no Brasil; que a gente tem cérebro e que é capaz de construir equipamentos de classe mundial. Queremos despertar o encantamento pela ciência e que os visitantes podem seguir a carreira científica; que é para eles também e que a ciência é importante para o nosso futuro. A gente quer mostrar que a ciência, que olhar para dentro da matéria, tem um impacto direto nas tecnologias que a gente vai usufruir no futuro e que a gente também pode fazer parte do desenvolvimento dessas tecnologias”, finalizou Luciana.

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