Tecnologias sociais são destaques na abertura da 9ª SEMEXT
Evento integrado à SNCT conta com mostras multicampi de arte e cultura, além de palestras, mesas redondas e oficinas
Por Anderson Ribeiro
A Semana de Extensão Tecnológica e Cultura (SEMEXT) é um evento integrado à Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), cujo o tema central deste ano é "Biomas do Brasil: diversidade, saberes e tecnologias sociais". O evento que acontece até amanhã (4), na reitoria do IFS em Aracaju, conta com mostras multicampi de arte e cultura, além de palestras, mesas redondas e oficinas. “Temos uma programação intensa e extensa, mas com objetivo de mostrar que sem extensão a pesquisa em si não se vai pra lugar nenhum, já que a rede federal foi feita pra esse fim”, explanou Otacílio Cerqueira, diretor de Extensão (DIREX).
De acordo com Otacílio, a SEMEXT além de ser um evento que integra tecnologia com cultura, também gera parcerias que impulsionam os estudantes, razão de ser do IFS. “Tecnologia significa dizer aplicação da ciência para soluções que a sociedade precisa. Pensando nisso estamos trabalhando fortemente para aprofundar parcerias comunitárias e sociais. Fechamos parcerias importantes que sobretudo vão ajudar nossos estudantes a empreender. Além disso, temos diversos programas, quinze, para ser mais exato, que estão atualmente em atividade no IFS por meio da DIREX, voltados para nossos alunos”, disse.
Pensando a tecnologia nesse sentido, aconteceu na manhã desta terça-feira, uma mesa redonda sobre ‘Saberes Tradicionais e Tecnologia Sociais’, com o professor Márcio Eric Figueira, agroecólogo e doutorando em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA – UFS). Para ele, temas como esse só são possíveis serem abordados pelo pilar articulado e bem sucedido no IFS entre ensino, pesquisa, extensão e inovação. “É a partir desse pilar que o tema pode ser articulado, principalmente da questão daquilo que chamo de conhecimentos tradicionais e não saberes, pois não há hierarquia sobre isso. Dentro de todas as dimensões que as tecnologias sociais têm, existe o caráter de empoderamento e de desenvolvimento humano, além dos aspectos culturais e econômicos que estão embutidos”, explanou.
E falando de tecnologias sociais, Márcio, diz que não se pode falar delas sem colocar a palavra ‘participação’. “O ponto chave das tecnologias sociais são as metodologias participativas. A partir delas é que são construídas as tecnologias, o fazer. Não se pode simplesmente deixar que uma tecnologia seja aleatoriamente desenvolvida; tem que ter um acompanhamento, com padrões de análise para que ela seja melhorada e ser difundida. Portanto, articular esse processo com o que é estudado em sala de aula, é fundamental”, explicou.
Um exemplo dado por Márcio, que também é egresso do IFS, foi de um projeto, enquanto era aluno da instituição, desenvolvido na comunidade Padre Nestor, em Pacatuba. “Foi na fabricação de óleo de coco extra virgem, na qual se encaixa na tecnologia social. A partir de uma demanda local, construíram uma tecnologia para dinamizar todo o processo de fabricação. Hoje, as pessoas da comunidade estão vendendo para todo o Brasil, para as feiras de economia solidária.
Além de discussões como esta, a 9ª SEMEXT ainda conta com apresentações orais, exposições de trabalhos desenvolvidos pelos estudantes e oficinas.
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