Documentário debate entrada, permanência e êxito do aluno cotista no campus Aracaju
Com participação de estudantes, o filme foi exibido nos dias 12 e 13 de junho em uma roda de conversa
A entrada, permanência e êxito do aluno cotista no campus Aracaju do Instituto Federal de Sergipe motivaram Raquel de Oliveira Mendes, aluna do curso de Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica do IFS, a produzir um documentário que traz respostas a problemas sentidos por estudantes que ingressaram na instituição por cotas sociais e raciais.
O filme recebeu o nome de "Entrada de cor” e é produto educacional da dissertação de mestrado da assistente social Raquel de Oliveira, com orientação do professor Rodrigo Bozi, no programa de pós-graduação em rede nacional, ProfEPT, iniciado em agosto de 2017.
O documentário de 30 minutos aborda discussões atinentes à questão étinicorracial. A produção conta com depoimento dos alunos cotistas Carlos Aleandro Bezerra Santos, Victor Louhan Oliveira Santos, Nyckoll Hayanne Santos e Thaisa Andrade Barreto (aluna desistente), principais personagens do filme.
Segundo Raquel , o filme discute, junto aos estudantes cotistas sociorraciais, o terma da diversidade, enfocando o debate étinicorracial no IFS. Ela ressalta o apoio da Direção-geral do campus Aracaju , Diretoria de Educação a Distância (EaD) e a parceria de produção com os coletivos Sala de Reboco e Nós Negros, da Universidade Federal de Sergipe.
A exibição nos dias 12 e 13 de junho no campus Aracaju reuniu 80 alunos, os professores Ricardo Sérgio Gomes de Albuquerque (História) e Alysson Cristian Rocha (Sociologia), além da equipe de produção e elenco. A atividade foi realizada para validar o documentário junto à comunidade acadêmica e socializar a experiência de construção do filme.
Na roda de conversa, Raquel Oliveira falou sobre as suas motivações e hipóteses, enquanto os estudantes, personagens do filme, também expressaram como foi a experiência de participar do documentário.
O ESTUDO
O projeto se propõe a analisar o processo de acesso, permanência e êxito dos estudantes cotistas que entraram por cotas sociais e raciais no campus Aracaju do IFS. “Discutimos muito essa questão e buscamos saber como o IFS vem tratando esses estudantes cotistas”, explica Raquel.
O recorte para esta investigação foram os estudantes que ingressaram por cota no curso mais concorrido do ensino médio integrado, Informática, nos processos seletivos de 2016 e 2017. Além disso, o estudo buscou aqueles alunos cotistas assistidos pela Coordenadoria de Assistência Estudantil, CAE. No final, a amostra baseou-se em quatro discentes que participaram da pesquisa e das gravações.
Foram quatro meses, janeiro a abril, de planejamento e gravações e dois meses de edição. O material estará disponível para o público após a defesa da dissertação que poderá ocorrer no mês de agosto, mas a mestranda tem até outubro, como prazo final, para apresentar o seu projeto à banca examinadora.
CONCLUSÃO
A pesquisa concluiu que o Instituto Federal de Sergipe, embora promova o debate sobre a temática atinente à questão étinicorracial , desigualdade e diversidade , tem um desafio pela frente: estabelecer uma política permanente para os alunos cotistas. “Percebemos o Instituto Federal de Sergipe muito tímido nessas discussões. Não existe uma ação específica. O IFS faz debates pontuais na Semana Nacional da Consciência Negra, por meio de iniciativas individuais de docentes de algumas disciplinas, mas não existe uma proposta efetiva”, ressalta a Raquel.
O estudo também discutiu a Lei 10.639/03, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de história da África e das culturas africana e afro-brasileira no currículo da educação básica, que completou 16 anos, mas que ainda não consta no plano político-pedagógico da maioria das instituições.
Após a defesa da dissertação e validação do documentário na banca, Raquel de Oliveira encaminhará o filme para depósito na Plataforma Educapes, que é o repositório oficial do Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional e Tecnológica – ProfEPT, e o material está disponível para quem quiser acessar. O repositório de pesquisa do IFS e a biblioteca do campus Aracaju também receberão uma cópia física do “Entrada de cor” para que seja utilizado pela comunidade acadêmica.
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