LabHist realiza visita técnica ao Arquivo Público de Sergipe
Objetivo foi adentrar na história da Primeira República por meio de jornais sergipanos e explorar questões políticas, econômicas e socioculturais
*Por Carole Ferreira da Cruz
O ‘Laboratório de História (LabHist): experiências pedagógicas criativas e encantadoras’ realizou uma visita técnica ao Arquivo Público Estadual de Sergipe (APES) com os alunos dos cursos técnicos integrados ao ensino médio na última sexta, dia 28. O objetivo foi adentrar na história da Primeira República por meio de jornais sergipanos selecionados pelos alunos e assim explorar questões políticas, econômicas, sociais e culturais. A visita ocorreu conjuntamente com a disciplina Sociologia, já que o período histórico estudado é fundamental para o surgimento do conhecimento sociológico no país.
Além disso, a atividade buscou revisitar a experiência republicana no estado e, a partir dela, ampliar análise para o âmbito nacional; promover a conscientização da importância dessas instituições como salvaguarda do patrimônio documental e da memória do Brasil; desenvolver habilidades e competências de pesquisa, análise, produção do conhecimento histórico e protagonismo. Os alunos também analisaram a participação de teóricos como Tobias Barreto, Sílvio Romero e Manoel Bomfim na imprensa sergipana e como são citados nas documentações de 1889-1930.
A iniciativa resulta do aprofundamento da parceria do LabHist com o Arquivo Público, firmada desde o surgimento do projeto, em 2019, para manter um diálogo fértil e estimulante entre escola e instituições de documentação. O laboratório já participou de Webinar da 5° Semana Nacional de Arquivos (Empoderando Arquivos), em 2021, com a palestra "Os documentos de arquivo no processo de ensino-aprendizagem". Agora, depois da pandemia Covid-19 e do retorno às possibilidades de visitas técnicas, recebeu o IFS de portas abertas.
Durante a visitação, os alunos analisaram a materialidade do jornal impresso acessado, selecionaram e pesquisaram peças jornalísticas que noticiaram a Primeira República a partir da história de Sergipe. Numa segunda etapa, serão feitas novas análises do material selecionado e exploradas questões político-econômicas e socioculturais do período abordado. O resultado será a construção de produtos em grupo, que serão reunidos num jornal com imagens das fontes selecionadas, contextualização dos conteúdos e análise do material, a ser apresentado na I FEILABHIST em novembro, juntamente com III Feira de Ciências do Campus Estância.
Segundo a coordenadora do Laboratório de História, a professora Lorena Campello, a atividade superou as expectativas. “Foi uma grata surpresa a experiência que tivemos na visita técnica. Os estudantes mostraram-se conscientes com relação à importância das fontes consultadas para o entendimento do nosso passado e para a produção do conhecimento histórico. Vi os alunos empolgados com a experiência e ávidos por cumprir os objetivos propostos. Demonstraram cuidado e respeito pelas fontes e pela instituição. Foi lindo de ver e de vivenciar”, comentou.
Os depoimentos dos estudantes reforçam o comprometimento deles. “Olha, foi uma experiência fantástica. Sempre tive curiosidade sobre como seria o trabalho de um historiador, já que eu tenho afinidade com a matéria e até penso em seguir na área. E ter a oportunidade de vivenciar esse momento, em que pudemos estar no lugar de um historiador e ver como acontece todo o processo de pesquisa antes de chegar no livro didático ou em qualquer fonte secundária foi, assim, fascinante”, relatou Graziella Vitória de Jesus Silva, do curso técnico integrado ao ensino médio de Eletrotécnica.
Para Brenno Argemiro, do curso integrado de Eletrotécnica, analisar jornais antigos foi uma oportunidade enriquecedora. “Ao folhear páginas amareladas e empoeiradas, foi possível viajar no tempo e compreender profundas transformações na sociedade. Tivemos a oportunidade de analisar fatos ocorridos durante a Primeira República por jornais produzidos no nosso estado. Isso abriu nossas mentes para entender o cotidiano das pessoas na época e como eram veiculadas as informações em um tempo sem tantos avanços nas comunicações como o moderno”, avaliou.
Sobre o LabHist
O LabHist nasceu como um projeto de extensão em 2019 com o objetivo de desenvolver experiências pedagógicas em sala de aula a partir do uso de fontes históricas, das metodologias de ensino-aprendizagem e das tecnologias digitais, numa perspectiva multidisciplinar. A iniciativa dialoga com outras áreas do conhecimento, busca o protagonismo estudantil e se apropria de mídias como site e instagram (@projetolabhist) de forma lúdica e criativa. A rede de parceiros abrange dezenas de estudantes bolsistas e voluntários, Memorial do IFS, Centro de Pesquisa Documentação e Memória do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Sergipe (Cemdap), Arquivo Público de Sergipe e grupos de pesquisa da UFS.
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