Alunos do Campus Estância aprendem técnica artesanal de impressão fotográfica
Oficina de cianotipia trabalha conceitos químicos do desenvolvimento histórico da fotografia no século XIX
*Por Carole Ferreira da Cruz
Divulgar a técnica artesanal de impressão fotográfica em tons de azul e trabalhar conceitos químicos do desenvolvimento histórico da fotografia. Esse foi o objetivo principal da “Oficina de cianotipia: uso de materiais alternativos para obtenção de imagens”, realizada nesta quarta, dia 14 , com os alunos dos cursos técnicos integrados do Instituto Federal de Sergipe (IFS) - Campus Estância. A atividade faz parte do processo criativo da pesquisa desenvolvida pelo laboratório QuimArt, coordenado pelo professora Angelina Maria de Almeida.
A oficina integra ainda o plano de trabalho dos bolsistas do projeto “Estudo teórico-prático de processos fotográficos do século XIX na perspectiva da química”, aprovado em 2002 no edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/EM). O projeto se debruça sobre a técnica de cianotipia de forma teórica, prática e interdisciplinar e divulga os resultados produzidos no instagram @labquimart, coordenado pela professora Lorena Campello.
Além dos estudos teóricos, os estudantes promovem a aplicação prática dos conhecimentos, desenvolvem momentos criativos com a impressão de imagens e fotografias em papéis e aprofundam a técnica através de viragens (mudanças de tonalidades) empregando diferentes substâncias como bicarbonato de sódio, sabão, chás, café, dentre outros. A cianotipia é um processo alternativo de impressão fotográfica em tons de azul usado nos séculos XIX e XX para copiar desenhos e diagramas com baixo custo.
O projeto está sendo desenvolvido de forma integrada com outras pesquisas e professores do campus, a exemplo da oficina de desenho e impressão de azulejos históricos em cianotipia, realizada em parceria com a professora Thalita Nascimento. Também serão oferecidos cursos, oficinas, palestras e atividades gratuitas em escolas do município para fortalecer a aproximação com a comunidade externa. O ponto alto dessa interlocução com a sociedade será a III Feira de Integração Científica do Campus Estância (Feice), prevista para ocorrer em outubro.
Ciência e arte
Para a professora Angelina, a cianotipia promove a integração com outras áreas do conhecimento e é uma ferramenta importante para despertar o interesse dos estudantes pelo estudo de ciências e pelas artes. “A técnica permite ampliar nosso olhar, fazer arte com a natureza que nos cerca e parar para observar belezas que passam despercebidas em nosso dia-a-dia. É fazer arte com a luz do sol, criar um momento de conexão e transformar a química em poesia”, ressaltou.
A oficina ocorreu no laboratório de química onde os alunos e professores convidados atuaram no preparo de soluções, fizeram a acidificação e aplicaram os químicos no papel para, depois, submetê-los à exposição solar - etapa onde ocorre a reação química para formação do pigmento azul da prússia (incidência de luz ultravioleta, natural ou artificial). A atividade buscou uma abordagem sustentável da cianotipia através do uso de papéis e materiais alternativos para obtenção das imagens.
Os participantes produziram suas imagens num clima de muito descontração e empolgação. “Foi uma experiência única. Passar conhecimento para diversas pessoas é algo único. As oficinas são sempre espaço de aprendizado e diversão. Fiquei ainda mais realizada por ver como as pessoas se interessavam e saiam de lá com olhares orgulhosos daquilo que eles tinham feito. Por mais oficinas como aquela, é algo incrível!”, comemorou a bolsista Maria Eduarda dos Anjos Santos, 16 anos, do curso integrado de Edificações.
Voluntária do projeto há pouco mais de uma semana, Laura Sophia de Jesus Santos, 15 anos, do curso de Edificações, adorou a oportunidade de aprender se divertindo e de conhecer o universo que alia o conhecimento da química com a arte. “ A minha experiência foi incrível, me diverti bastante ontem, com pessoas maravilhosas, aprendi bastante também! E espero que tenham outras oficinas como a de ontem”, relatou.
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