Projeto Lab-SE promove imersão na história de Sergipe
Iniciativa tem como base a pesquisa de campo, a abordagem participativa e a disseminação do conhecimento
*Por Carole Ferreira da Cruz
Explorar e escrever a história de Sergipe com base na pesquisa teórica e de campo, na abordagem participativa e na disseminação do conhecimento são o objetivo do projeto Lab-SE: um desdobramento do Laboratório de História (LabHist) do Instituto Federal de Sergipe (IFS) - Campus Estância. A iniciativa busca enriquecer a experiência educacional, incentivar o protagonismo estudantil e promover o aprendizado por meio da produção de material pedagógico contextualizado envolvendo a participação tanto de alunos quanto de professores.
O projeto tem como base a construção de ação pedagógica que estimula a pesquisa, o engajamento e uma aprendizagem significativa a partir da promoção de atividades de pesquisa e produção de material pedagógico contextualizado. Os estudantes são envolvidos ainda na disseminação do conhecimento histórico, que inclui a organização de eventos de compartilhamento com a comunidade do Campus Estância das vivências durante as visitas técnicas. O primeiro ocorreu no dia 5 de agosto e outros devem ser realizados em 2025.
As visitas técnicas são uma etapa fundamental do desenvolvimento do projeto e contam com a colaboração interdisciplinar de diversos professores. A equipe passou dois dias no alojamento do Museu de Arqueologia de Xingó (MAX), no sertão sergipano, estudando os primeiros habitantes que há 9 mil a.c. ocuparam o território onde hoje é Sergipe. Já a segunda visita incluiu dois dias de imersão na comunidade Xokó, na Ilha de São Pedro, pesquisando sobre os habitantes originários, os primeiros contatos e as relações com os europeus que por aqui passaram e se fixaram.
“Nessa visita a quantidade de produção foi altíssima e de uma variedade e qualidade incríveis. Ainda desenvolvemos uma oficina de Cianotipia, intitulada O mundo Xokó através do azul, com a parceria do projeto LabQuimArt. Para a terceira visita, no dia 31 de outubro, estão programados dois dias na cidade de São Cristóvão para abordar a temática da fundação da cidade, assim como sua importância administrativa, política e cultural no período colonial de Sergipe”, destacou Lorena, que contará com o apoio da Fundação Municipal de Cultura e Turismo, do sanfoneiro Lucas Campello e do cordelista Chiquinho de Além Mar.
Protagonismo estudantil
As estratégias para promover o protagonismo estudantil incluem a sensibilização sobre a temática e o envolvimento dos estudantes na pesquisa por meio do direcionamento de determinada produção em que apresentem mais habilidade. Além disso, são promovidas oficinas e atividades práticas para estimular a produção de material educativo inovador, incorporando recursos digitais e promovendo uma abordagem interdisciplinar. As vivências são uma rica oportunidade para conhecer, trocar saberes, questionar, criar e enriquecer as abordagens sobre a história de Sergipe.
Os bolsistas envolvidos no projeto estão motivados e encantados com a possibilidade de mergulhar na história sergipana. “É incrível participar do LabHIST e das visitas técnicas, observando e aprendendo presencialmente sobre a história de Sergipe. Aproveito cada momento que eu posso nas viagens, faço perguntas, tiro fotos e observo bastante. Essa experiência agrega na minha formação, não apenas academicamente, mas também como sergipana, compreendendo a história do lugar que eu pertenço”, comemorou Glória Santos Lima, 15 anos, do curso de Edificações.
Para Yasmim Santos Oliveira, 18 anos, do curso de Edificações, as vivências superaram todas as expectativas e contribuíram para a formação acadêmica. "Sou do LabHIST desde o meu primeiro ano no IFS, então já venho aprendendo muito com o projeto de lá pra cá, e agora com o Lab-SE sinto que minha trajetória no instituto federal vem ficando mais completa com a gama de conhecimentos e experiências acadêmicas que vou levando na minha jornada de estudante", ressaltou.
Quem teve a oportunidade de acompanhar os alunos partilha da mesmo encantamento. “A visita ao MAX proporcionou uma singular imersão nos contexto histórico sergipano e conhecer mais sobre os primeiros grupos humanos que habitaram o território despertou um sentimento de pertencimento, que também foi complementado na visita ao povo Xocó. Foram duas experiências enriquecedoras para o meu autoconhecimento, principalmente os dias imersos na cultura indígena, uma realidade próxima, mas ainda desconhecida”, ressaltou a condenadora de Assistência Estudantil e assistente de aluno, Dayane Oliveira.
Os principais canais de difusão do material pedagógico produzido pelo Lab-SE incluem o YouTube (LABHIST), TikTok (@labhist), Spotify (PODHISTORY) e o site do LabHist, além do Instagram @projetolabhist. O projeto conta com parceiros externos, como o MAX, o Arquivo Público do Estado de Sergipe (APES), o Centro de Pesquisa, Documentação e Memória do Colégio de Aplicação (Cemdap) e Memorial do IFS, selecionados com base na relevância e disponibilidade para colaboração e envolvidos através de parcerias institucionais que possibilitam acesso a recursos e locais históricos, colaboração na produção e disseminação do material educativo.
Sobre o Laboratório de História
O LabHist nasceu como um projeto de extensão em 2019 com o objetivo de desenvolver experiências pedagógicas em sala de aula a partir do uso de fontes históricas, das metodologias de ensino-aprendizagem e das tecnologias digitais, numa perspectiva multidisciplinar. A iniciativa dialoga com outras áreas do conhecimento, busca o protagonismo estudantil e se apropria das mídias sociais forma lúdica e criativa. A rede de parceiros abrange dezenas de estudantes bolsistas e voluntários, além de instituições de ensino, pesquisa e áreas afins.
Dentre as ações desenvolvidas estão: a divulgação de laboratórios de história; o desenvolvimento de site como repositório de experiências desenvolvidas; a criação do perfil do Instagram para a difusão do conhecimento; a formação núcleos a partir das habilidades dos alunos; a colaboração de instituições, docentes e líderes comunitários de todo o Brasil; a produção de artigos científicos e capítulos de livros; a participação dos alunos em eventos acadêmicos e em comissões de projetos interdisciplinares; a implantação de novos projetos, como: o Lab-SE, o LudoHist e o Projeto Nossa Ancestralidade.
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