Outubro Rosa mobiliza comunidade do Campus Estância
Programação se estendeu até novembro e contou com palestras, oficinas, rodas de conversa e momentos de integração
*Por Carole Ferreira da Cruz
No mês de conscientização sobre o câncer de mama, o Instituto Federal de Sergipe (IFS) - Campus Estância preparou uma agenda especial que mobilizou toda a comunidade acadêmica. A programação do Outubro Rosa terminou esta semana e contou com palestras, oficinas, rodas de conversa, além de momentos de integração e relaxamento. A realização foi do projeto Mulheres meninas, meninas mulheres: maternidade e suas interfaces, em parceria com as equipes da Assessoria Pedagógica (Asped), Saúde Escolar (Cose),Ciclo Fraterno e servidores voluntários.
Como o objetivo foi incentivar o autocuidado feminino nos âmbitos corporal e mental, a comissão organizadora planejou uma pauta ampliada. Ao longo do mês de outubro até o início de novembro foram promovidas ações educacionais de sensibilização não só à prevenção ao câncer de mama e outras doenças, mas à violência doméstica e direitos da mulher, além de oficinas de Yoga e de produção de dispenser de absorventes e de sabonetes vegetais com o intuito de favorecer a tranquilidade, harmonia, equilíbrio e o cuidado íntimo.
O projeto Mulheres meninas, de autoria da professora Aline Sá, que promove ações educacionais de extensão sobre saúde, sexualidade e maternidade, tem sido protagonista de iniciativas conscientizadoras e acolhedoras para as adolescentes e servidoras do campus, com o diferencial de envolver e sensibilizar os homens em todo o processo. As atividades do Outubro Rosa começaram no último dia 16 com a oficina de produção de dispenser de absorventes para os estudantes dos cursos técnicos integrados, na área da vivência.
A temática da chamada pobreza menstrual tem sido abordada com frequência entre os alunos e está relacionada à falta de acesso a produtos e à infraestrutura como água e saneamento para manter uma boa higiene no período da menstruação. Esse é um fenômeno multidimensional que pode ter consequências graves, como evasão escolar, comprometimento da aprendizagem, dano à saúde física e mental, privação de direitos e estigmas. A Organização das Nações Unidas (ONU) considera o acesso à higiene menstrual um direito humano e uma questão de saúde pública.
A programação se estendeu nos dias 22 e 23 com a palestra sobre saúde da mulher para os alunos dos cursos técnicos subsequentes e da graduação e a oficina de saboaria artesanal e aromaterapia para as servidoras. No dia 30 de outubro ocorreu uma prática de Yoga especialmente para as mulheres, tanto estudantes quanto servidoras. Na primeira semana de novembro, foram realizadas rodas de conversa, coordenadas pela equipe de Saúde Escolar, com as turmas do integrado para abordar a prevenção ao câncer de mama e de colo do útero.
Outra atividade relevante foi a conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mana promovida pela professora Hamona Novaes dos Santos, que coordena o projeto “Melhoramento de imagens mamográficas utilizando transformada de haar e filtro de difusão anisotrópica”. A pesquisadora está desenvolvendo um software que auxilia os médicos radiologistas na avaliação das mamografias para aprimorar o diagnóstico na fase inicial do câncer, a partir do uso de recursos da física, da matemática e da inteligência artificial.
Para a professora Aline Sá, o Outubro Rosa do Campus Estância superou as expectativas e conseguiu mobilizar toda a comunidade acadêmica. “O balanço sobre as ações foi maravilhoso, pois boa parte da participação surpreendentemente foi de meninos e homens, o que nos deixou extraordinariamente felizes. O homem precisa entender seu papel como rede de apoio para meninas e mulheres e assumir posturas contra a opressão e a favor do respeito e cuidado que nós tanto precisamos”, salientou.
A coordenadora de Saúde Escolar, a enfermeira Maria Ilda Alves, considerou o evento exitoso ao envolver os estudantes e servidores na rede nacional de prevenção ao câncer de mama. “Essas ações são muito importantes para a formação integral do indivíduo, pois promovem a conscientização sobre as doenças, o que é fundamental para o diagnóstico precoce e o seu tratamento eficaz. Houve uma participação ativa dos estudantes que, apesar da pouca idade, têm um papel muito importante na conscientização de seus familiares”, destacou.
As alunas do projeto Mulheres meninas partilharam o sentimento de realização ao ter a oportunidade de contribuir com ações fundamentais para o autocuidade feminino. “Em relação à minha experiência no projeto e em todas as atividades, foi de extrema relevância vivenciar cada uma delas, pois cada uma proporcionou um conhecimento único que eu vou levar para a vida toda, da produção de um simples sabonete até pautas mais complexas como a questão do câncer de mama e do aleitamento materno”, relatou Iara Nascimento Gois, 17 anos, do curso de Sistemas em Energias Renováveis.
Cíntia de Sousa Santos, 36 anos, do curso de Engenharia Civil, coordenou as atividades no turno da noite e teve um papel fundamental na ampliação da mobilização da comunidade para um público que tem uma faixa etária maior e normalmente já é pai ou mãe de família. “Percebi a importância de estar integrando as turma da noite e de despertar o autocuidado, a importância de cuidar da saúde tanto feminina quanto masculina, dos direitos da mulher, da prevenção às DSTs, violência doméstica e câncer de mama, assuntos esses que ajudam na conscientização dessa faixa etária”, destacou.
Sobre o Outubro Rosa
O Outubro Rosa é um movimento internacional de conscientização para o controle do câncer de mama, criado no início da década de 1990 pela Fundação Susan G. Komen for the Cure. A campanha tem o objetivo de compartilhar informações e conscientizar sobre a doença, proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento, assim como contribuir para a redução da mortalidade. No Brasil, o mês de conscientização sobre o câncer de mama foi instituído em 2018, pela Lei nº 13.733.
O câncer de mama é o que mais acomete mulheres no Brasil e em todo o mundo. Os principais sinais de alerta são: nódulo endurecido, fixo e indolor; pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja; alterações no bico do peito e saída espontânea de líquido de um dos mamilos. Também podem aparecer pequenos nódulos no pescoço ou na região das axilas. O diagnóstico precoce é fundamental para que o tratamento seja exitoso e vidas possam ser salvas.
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