Debate sobre consciência negra mobiliza comunidade do Campus Estância
Programação acontece durante o mês de novembro e inclui apresentações culturais, roda de conversa, contação de história, oficinas, palestra, exposição fotográfica, produção de maquetes, cartazes e vídeos
Apresentações culturais, roda de conversa, contação de história, oficinas, palestra, exposição fotográfica, produção de maquetes, cartazes e vídeos. Essas atividades têm mobilizado a comunidade do Instituto Federal de Sergipe (IFS) – Campus Estância durante o mês de novembro para comemorar o Dia da Consciência Negra, data que marca a história de luta dos afro-brasileiros pelos direitos humanos no país.
O debate sobre a consciência negra começou há cerca de um mês em sala de aula. Um grupo de docentes tomou a iniciativa de fomentar entre os alunos reflexões sobre a questão racial. Inicialmente, as turmas dos cursos integrados foram divididas entre professores/orientadores, que definiram os seguintes eixos-temáticos para discussão: religião, culinária, dança, música, resistência e identidade.
Os estudantes criaram produções tão ricas e diversas, que foi montada uma comissão interdisciplinar para organizar uma programação especial, com a participação da Assessoria Pedagógica, Coordenadoria de Assistência Estudantil (COA) e Coordenadoria de Biblioteca. As atividades se concentraram no último dia 13 com o objetivo de expor os trabalhos, que envolveram múltiplas expressões culturais: teatro, dança, audiovisual, poesia e instalação.
A programação contou ainda com participações externas, como o grupo de capoeira de Estância e a oficina de turbantes da Universidade Federal de Sergipe (UFS). No próximo dia 22, será realizada uma roda de conversa com os estudantes sobre diversidade, bullying e preconceito. O encerramento ocorrerá no dia 30 com o Café Literário, cujo tema será: Cosi ewé, cosi orixá: salve as folhas!
No Café Literário estão programadas apresentações culturais da banda dos estudantes dos cursos de Edificações e Eletrotécnica, do Maculêlê do mestre Santos e do grupo de dança teatral Raízes e Religiosidade, da Escola Municipal Laura Cardoso Costa, sob a coordenação do professor Weverton Barbosa Santos. Além disso, ocorrerá uma palestra com o babalorixá Everton de Oxóssi e o mestre de capoeira professor Santos.
“Fiquei muito emocionada com o resultado do evento do dia 13. Não só pelo conteúdo histórico, político e reflexivo, mas porque os alunos abraçaram a causa e deram o melhor de si”, afirmou a professora Carla Karinne Santana Oliveira, integrante da comissão organizadora. Fizeram parte da organização do evento docentes das disciplinas História, Geografia, Sociologia, Biologia e Inglês.
Para a comunidade, o Dia Consciência Negra deve fazer parte do calendário de eventos do campus. “A questão racial e temas ligados ao preconceito, discriminação, cultura e identidade sempre me despertaram interesse. A produção dos trabalhos foi algo importantíssimo, que ajudou a ampliar nossa visão de mundo e com certeza contribui para a conscientização da sociedade”, destacou Adilson Alves Bezerra Júnior, 15 anos, do curso de Aquicultura.
Sobre a data
O 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, passou a ser comemorado no Brasil a partir de 2003 para demarcar a luta dos afro-brasileiros contra o racismo e em defesa dos direitos humanos. A data refere-se à morte de Zumbi dos Palmares, o último líder do Quilombo dos Palmares, o mais importante espaço de resistência e luta contra escravidão no país. O 20 de novembro foi durante 30 anos reivindicado pelo Movimento Negro para reverenciar essa história de luta, em contraposição ao 13 de maio, dia da Abolição da Escravatura.
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