Vídeo-poema do Coletivo (Re)existir é selecionado para Festival Internacional de Cinema
Produção estudantil simboliza ato de resistência e de luta contra o machismo e o racismo no Brasil
O vídeo-poema “RUIM” escrito pela aluna Lilia Santos e produzido pelo Coletivo (Re)existir do Instituto Federal de Sergipe (IFS) – Campus Estância foi selecionado para o Festival Internacional de Cinema de Itabaiana. A produção simboliza um ato de resistência e de luta contra o machismo e o racismo - arraigados de tal modo na cultura brasileira que, muitas vezes, acabam sendo relativizados ou negados.
A escolha dos vídeos e filmes premiados nas mostras competitivas acontecerá de 05 a 09 de novembro deste ano. “Recebemos com imensa alegria a notícia de que o nosso trabalho foi selecionado para o Festival Internacional de Cinema de Itabaiana. Nós ficamos muito felizes e realizados em saber que nossa arte vai emocionar e conscientizar ainda mais pessoas sobre a urgência da luta antirracista”, comemorou a aluna Lilia Santos, 19 anos, do curso técnico de Eletrotécnica.
O festival é considerado o maior evento cinematográfico do interior sergipano, abrange todas as categorias e gêneros do cinema e nasce com o objetivo de incentivar os jovens produtores audiovisuais do Brasil e do exterior a investir em novas produções e divulgar sua arte. A programação inclui palestras e exibições, competitivas e não competitivas, nos espaços concedidos pelo Shopping Peixoto e pelo Cine Laser.
O roteiro e a direção do vídeo-poema são do Coletivo (Re)Existir: Literatura, Audiovisual e Performance, formado por Lilia, Larissa Carvalho, Talysson Raony, Yuri Damascene, Roquissane Oliveira, Matheus Andrade, Daniel Santos, Elyssete Oliveira e Gilvani Costa. O grupo é fruto de um projeto de extensão que há três anos usa a arte como instrumento de transformação e conscientização e já se apresentou no Festival de Arte de São Cristóvão (Fasc) e em instituições como a Universidade Federal de Sergipe (UFS) e o IFS – Campus Aracaju.
Empoderamento e potencialização
Para o coordenador do projeto, professor Tiago Silva, é significativo não só ver o sucesso do coletivo, mas como o IFS é um espaço de mais acolhimento afetivo, de empoderamento e potencialização da comunidade estudantil. “A seleção do vídeo-poema representa a projeção da poesia, da arte e das demandas de quinze alunos e ex-alunos do Campus Estância que encontraram no projeto uma plataforma para projetar suas vozes e preocupações, mobilizando a escola em torno de discussões urgentes na nossa sociedade”, destacou.
Segundo Tiago, tal reconhecimento comprova que o trabalho realizado na instituição funciona, toca as pessoas e sensibiliza. “Esse resultado mostra ainda a importância das políticas públicas de educação e cultura, que vêm sofrendo cortes consideráveis nessa gestão. Finalmente, embora tenha sido coordenado por Lu Silva e eu, essa seleção é resultado de um trabalho coletivo maior; é fruto sobretudo do empenho dos alunos, mas também do trabalho da Propex, da Reitoria e dos servidores do Campus Estância. Sem esse trabalho coletivo e humano, esse sucesso seria impossível”, enfatizou.
A técnica em audiovisual Lu Silva, que participa da coordenação do projeto, considera gratificante saber que o trabalho do coletivo está circulando, sendo ouvido e reconhecido. “A seleção para o festival mostra que a percepção desses jovens sobre suas dores e o processo de racismo, machismo e homofobia importa e está chegando a outras pessoas. Ampliar as percepções de mundo e exercer o pensamento crítico fortalece não só os alunos como cidadãos, mas toda a sociedade”, ressaltou.
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