Curso de Desenho realizado no Campus São Cristóvão promove inclusão
Curso de Desenho realizado no Campus São Cristóvão promove inclusão
A sensação de pertencimento permite que o indivíduo seja não somente parte do ambiente, mas que sinta-se reconhecido, apesar das especificidades. Assim, com o propósito de proporcionar reconhecimento e consolidar o processo de inclusão, o Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Específicas (NAPNE), em parceria com a Assessoria Pedagógica (ASPED), promoveu o Curso de Desenho, ministrado pelo estudante com surdez Marcos Daniel Pinheiro Santos. A formação foi realizada no Instituto Federal de Sergipe (IFS)- Campus São Cristóvão, durante o mês de outubro, e atendeu cerca de 70 participantes.
Marcos Daniel foi estudante do curso de Manutenção e Suporte em Informática. Devido à surdez, foi acompanhado pelas intérpretes de Libras Sarah Pinto dos Santos e Eliane Nascimento durante todo o ciclo acadêmico na instituição.
Com o olhar sensível, mãos firmes e didática eficiente, mostrou aos participantes que todos podem desenhar, se realmente quiserem. Para isso, utilizou técnica própria, baseada em suas experiências particulares, em busca do desenho perfeito. “Não importa se surdo ou ouvinte, o que importa é que você pode aprender a desenhar bem e eu posso ajudar”, afirma.
A coordenadora do NAPNE, Domytilya Barbosa, acredita que a relevância da oficina está na integração. “Foi uma ótima oportunidade de promover a inclusão na comunidade do campus, além de incentivar o desenvolvimento de novas habilidades, a convivência dentro da diversidade e a cooperação”, acredita.
A estudante Ariadne Luduvice Ávila, discente de Agropecuária, disse estar satisfeita com a iniciativa. Ela, que gosta de desenhar, definiu a atividade como hobby e considerou a iniciativa divertida. “Espero que aconteça mais vezes”, confessa. Para Ana Carolina Santos, aluna do curso de Agroindústria, a experiência permite o uso de técnicas que vão aprimorar sua forma de fazer ilustrações.
Eliane Nascimento revela que Marcos Daniel participou de todo o processo para implementação da atividade. Destaca, ainda, a importância dos intérpretes no processo de inclusão, uma vez que forneceram suporte aos alunos ouvintes e encaminhavam as demandas para o professor. “Acredito que para ele foi muito prazeroso, como foi para a gente”, aponta.
Marcos Daniel acabou de concluir o ensino médio. Entende que ofertar o curso representa sua colaboração à instituição que o acolheu, integrou e, por fim, permitiu aflorar o sentimento de pertença. Sarah Santos concorda. “A realização do curso de desenho apresentado pelo aluno Marcos Daniel é um ganho muito grande para a instituição. Hoje ele realiza a oficina com pertencimento. Ficou muito empolgado por pertencer e o curso manifesta uma forma de gratidão à instituição que dedicou para ele tempo, uma organização, uma estrutura de ensino, de educação”, frisa.
Ela reforça que o estudante é muito inteligente e muito capaz. Ressalta que tais capacidades foram desenvolvidas e estimuladas dentro do instituto. “Ele é um aluno que se sente aceito, logo a inclusão foi, verdadeiramente, realizada. Além disso, a própria instituição abriu as portas para ele expressar uma paixão. É muito emocionante para a gente, como profissional, pois o intérprete é a voz do surdo”, declara.
Domytilya Barbosa salienta que a relevância da atividade ultrapassa o âmbito artístico. “Além de estimular as habilidades artísticas através de técnicas de desenho, o discente ultrapassou barreiras de comunicação ao proporcionar aproximação entre as pessoas surdas e ouvintes. O espaço visou contribuir com a inclusão de todas as pessoas para que sejam igualmente valorizados na sociedade”, finaliza. O material produzido durante as aulas irá compor uma exposição realizada em novembro, mas alusiva ao aniversário do Campus, celebrado dia 31 de outubro.
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