Marco Arlindo é reeleito para direção-geral do Campus São Cristóvão e reforça seu compromisso com a educação
Entrevista com diretor-geral faz parte de uma série promovida pelo Departamento de Comunicação do IFS, que apresenta os perfis de gestores da instituição
O professor Marco Arlindo Amorim Melo Nery, 44 anos, é uma figura bastante conhecida pela comunidade acadêmica do Instituto Federal de Sergipe (FS). Afinal, há quase 20 anos faz parte do corpo docente da instituição, quando ainda era a antiga Escola Agrotécnica Federal de São Cristóvão. Ao longo dessas quase duas décadas, Marco passou por setores e órgãos importantes no âmbito institucional.
O professor, por exemplo, já ocupou a vaga de membro do Conselho Docente, foi também presidente da Comissão Permanente de Pessoal Docente e membro do Conselho de Ética da Escola Agrotécnica. Além disso, já atuou como diretor de ensino, esteve como representante do Conselho Superior do Campus São Cristóvão e foi pró-reitor de Gestão de Pessoas.
Formado em Educação Física pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), mestre em Educação também pela UFS e doutor em Educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Marco foi reeleito como diretor-geral do Campus São Cristóvão, com 56,60% dos votos. Destes, 50 vieram da categoria docente, 80 dos técnicos administrativos e 232 dos alunos.
Confira abaixo a entrevista que o Departamento de Comunicação (DCOM) do IFS fez com o docente. Conheça seu perfil, suas aspirações e, sobretudo, seu amor pela educação.
DCOM/IFS: Professor, o que representa a educação para o senhor?
Marco Arlindo: A educação é o alicerce de qualquer sociedade. É a forma que transmitimos de geração a geração nossa cultura e os nossos valores. As instituições educacionais, neste sentido, são os espaços que construímos para transmitir a cultura produzida pela humanidade de forma sistematizada. Em um país como o nosso, com tanta desigualdade social, as instituições educacionais também são espaços que possibilitam a ascensão social e ajudam a melhorar a sociedade.
Como dizia o educador Paulo Freire, a educação não transforma o mundo, a educação transforma pessoas, as pessoas transformam o mundo. Para mim, esse é o grande desafio da educação escolar, formar pessoas comprometidas com o desenvolvimento social, com a inclusão, com a diversidade, com o meio ambiente, enfim, com a edificação de um mundo mais justo e empático.
DCOM/IFS: O que te motivou a escolher a docência como profissão? Por que optou por seguir essa profissão?
Marco Arlindo: A opção pela docência vem da influência de professores que tive, sobretudo no ensino médio. No entanto, a certeza pelo caminho da docência só veio mesmo quando já estava cursando a graduação em Educação Física. Entrei no curso pensando mais em ser um profissional liberal, voltado para a prática esportiva e atividades de academia. No decorrer do curso, percebi que as discussões sobre a escola e a vivência em sala de aula eram o que mais gostava.
O contato com os estudantes mexia e ainda mexe com minhas emoções. A cada início de ano surge aquele “friozinho na barriga”! A vivência docente é transformadora, é rejuvenescedora e, ao mesmo tempo em que ensinamos, possibilita-nos novos aprendizados.
DCOM/IFS: Qual sua motivação diária no exercício do magistério?
Marco Arlindo: Exercer a docência é uma grande honra, pois de algum modo podemos contribuir com a formação de pessoas e, dessa forma, com a formação de um mundo melhor. Outro fator motivador é a possibilidade de novos aprendizados com os estudantes, pois o processo de ensino e aprendizagem é um momento de troca entre professor e alunos.
DCOM/IFS: Quais os principais desafios nessa fase como gestor? Por que escolheu ser diretor e dar continuidade no cargo da direção?
Marco Arlindo: O principal desafio neste momento é atender às necessidades estruturais da instituição com um orçamento que há muitos anos não acompanha o aumento dos gastos. Outro desafio está na autonomia institucional, visto que a natureza agrícola da instituição o difere dos demais campi do IFS e, para isso, é fundamental que as instâncias superiores compreendam a diferença e propiciem maior autonomia à instituição.
Neste sentido, entendo que serve a máxima aristotélica de tratar os iguais com igualdade e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade. Quanto à escolha de concorrer à direção do campus foi muito motivada a partir dos estudos que desenvolvi no mestrado e no doutorado e da importância que consegui perceber da instituição para educação sergipana e de toda a região nordeste. Desse modo, sinto-me honrado e motivado a contribuir com o desenvolvimento institucional no momento que o campus está prestes a completar 100 anos.
DCOM/IFS: Quais as principais propostas a serem desenvolvidas para o próximo quadriênio?
Marco Arlindo: A maioria das ações depende de recursos orçamentários, mas para isso precisamos planejar. É isso que estamos fazendo. Já existem comissões responsáveis pela elaboração do diagnóstico e que irão propor um plano de recuperação dos setores voltados para a formação profissional na área de Agropecuária e Aquicultura. Também estamos elaborando um levantamento das áreas degradadas do campus e vamos efetuar a recuperação delas.
Numa outra direção, buscaremos recursos para: a cobertura da quadra poliesportiva; para adquirirmos equipamentos fundamentais para o curso de Licenciatura em Ciências Biológicas; criarmos áreas de convivência em prédios que serão demolidos; aumentarmos a cobertura de câmeras de segurança na instituição; buscarmos recursos junto à bancada federal para construirmos uma usina fotovoltaica no campus e buscarmos parcerias para construirmos novo abatedouro e/ou contratarmos os serviços de abate. Além dessas ações, estão previstas a reforma do prédio onde funciona a Coordenadoria de Tecnologia da Informação (CTI) e o Curso de Manutenção e Suporte em Informática; a climatização do prédio onde funciona o Curso de Agroindústria e aquisição de equipamentos para Agrimensura.
DCOM/IFS: Qual a expectativa da gestão para essa nova fase?
Marco Arlindo: A expectativa é colaborar com o desenvolvimento institucional do IFS e, sobretudo, do Campus São Cristóvão, possibilitando que este continue contribuindo com a formação integral daqueles que buscam a instituição e, com isso, levando ao desenvolvimento regional.
DCOM/IFS: Deseja deixar alguma mensagem final para a comunidade acadêmica?
Marco Arlindo: A mensagem é de esperança, uma esperança ativa como dizia Paulo Freire, do verbo esperançar, da certeza que podemos contribuir com a construção de um mundo melhor, justo socialmente, economicamente igualitário e ambientalmente sustentável. Concluo de algo que tenho como um mantra para a minha vida e que é um pensamento do filósofo italiano Antonio Gramsci, de que temos que ver o mundo com o pessimismo da razão e o otimismo da vontade, ou seja, que tenhamos clareza das dificuldades que temos pela frente para edificar uma sociedade melhor, mas que isso não abale nossa vontade transformadora, nossa certeza de que juntos podemos mudar a realidade.
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