Mutirão Agroecológico: Estudantes realizam plantio de milho em horta comunitária
A iniciativa promove cidadania e permite difundir a educação ambiental.
Os estudantes do curso de Agroecologia, do Instituto Federal de Sergipe (IFS)- Campus São Cristóvão, participaram do plantio de milho, na última semana, na horta urbana localizada no conjunto Jardim Esperança, bairro Inácio Barbosa, em Aracaju. As hortas urbanas oportunizam a otimização dos espaços públicos, por meio da participação da comunidade local.
Há, em Aracaju, sete hortas comunitárias. O projeto integra atividades apoiadas pela prefeitura do munícipio que incentivam ações de cidadania, por meio da economia social.
A agroecologia é fundamental no processo, pois permite, por meios de técnicas sustentáveis, a harmonia entre o espaço semeado e o entorno urbano. “A poluição atmosférica – com os carros passando envolta e produzindo CO2 – para as plantas, fisiologicamente, está bom. A queima de combustíveis fósseis gera enxofre e ele é macro nutriente que beneficia os vegetais”, assegura a professora Liamara Perin. Ela explica que, a partir da análise do solo local, é possível desmistificar o conceito que solo urbano é contaminado ou poluído. “Fiquei surpresa com o resultado da avaliação. Os teores de matéria orgânica, fósforo, potássio, cálcio e magnésio estão altos e são perceptíveis pelo bom desenvolvimento das plantas”, observa.
Na área de 160 m2, a comunidade produz quiabo, alface, couve, macaxeira e plantas frutíferas. A produção é destinada ao consumo dos moradores, garantindo acesso à alimentação saudável. Além disso, o excedente representa possibilidade de aumentar a renda dos participantes.
A senhora Linalva Dias, membro da comunidade, aplica na horta a experiência adquirida no período em que trabalhou com agricultura. Entusiasta da atividade, dedica-se ao cultivo de produtos e manutenção do espaço. “Eu adoro o projeto. Eu gosto de trabalhar com roça e venho toda tarde”, diz.
A agricultura urbana representa, ainda, ganhos no que se refere à segurança alimentar, com produtos livres de agrotóxicos, e educação ambiental. “A forma de cultivo que a gente propõe é um paradigma a ser quebrado dentro da agricultura, especialmente na agricultura urbana”, garante Chaski, voluntário e membro do grupo de trocas que apoia o projeto.
Ensino e prática
Anderson Vasco, coordenador do curso de Agroecologia, aponta que priorizou a participação dos novos alunos. “Para os estudantes que estão ingressando no curso, o mutirão representa uma oportunidade para entender, de forma prática, o potencial da agroecologia”, afirma.
O mutirão, ao permitir o contato com as hortas urbanas, agrega valor à formação dos discentes. “É uma novidade para mim e que está trazendo muita alegria. Eu vejo a maneira como podemos ajudar as pessoas e o meio ambiente, mas, principalmente, melhorar a qualidade de vida no planeta”, salienta a estudante Silvana Pinheiro. Fernando Guimarães, graduando do curso, revela que tem interesse em agroflorestas e produção de alimentos saudáveis. Ele acredita na agroecologia como base da existência de modo sustentável.
Ingresso
Os estudantes que têm interesse pela sustentabilidade, alimentação saudável, segurança alimentar e outras temáticas podem ingressar no Curso Superior de Tecnologia em Agroecologia. O processo seletivo está com inscrições abertas até 20 de abril e são ofertadas 30 vagas. Mais informações: ifs.edu.br/seletivo.
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