Muitos nomes, longa história e dois aniversários: Campus São Cristóvão celebra 87 anos

Criado: Terça, 10 de Janeiro de 2017, 18h08 | Publicado: Terça, 08 de Novembro de 2011, 11h27 | Última atualização em Terça, 10 de Janeiro de 2017, 18h08

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Lembrança de um passado ainda recente na mente de muitos, a instituição tem características bastante peculiares. Primeiro o fato de estar situada em zona rural, depois o sistema de internato. O IFS - Campus São Cristóvão é a única instituição em Sergipe a oferecer esse serviço.

Para José Rodrigues, ‘seu Zequinha’, o servidor mais antigo em atividade no campus, as diferenças estão na maneira como o processo de ensino era realizado. “Os alunos plantavam mandioca, pinha, milho, arroz, havia bastante gado. Esses exercícios permitiam uma maior prática daquilo que era aprendido em sala de aula”, afirma.

História

Com origem no Patronato de São Maurício, criado em 1924, sua função era oferecer curso de aprendizes artífices às crianças e adolescentes com problemas de ajustamento social e emocional, além de ter caráter assistencial destinado a abrigar e educar menores tendo com fim readaptá-los à vida em sociedade.

A nomenclatura da instituição foi alterada diversas vezes e, a partir de 1979, passou a denominar-se Escola Agrotécnica de São Cristóvão, com a missão de promover um processo educativo integrando todos os segmentos e a comunidade, proporcionando uma educação tecnológica-científica e profissionalizante.

A partir de 2008, quando passou a denominar-se Instituto Federal de Sergipe - Campus São Cristóvão e integrou-se à Rede Federal de Educação, a partir da fusão com os Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefet) e escolas técnicas federais vinculadas às universidades federais.

Educação de qualidade

Para o professor e diretor de Ensino, Marco Arlindo Nery, o campus tem contribuído socialmente com a comunidade e possibilitou a população do 'hinterland' sergipano, em um tempo que era escasso o número de instituições educacionais, uma educação de qualidade e uma perspectiva de ascensão social sustentada pela qualificação técnica desenvolvida pela instituição.

Tanto é assim que todos os órgãos que trabalham com o meio agrícola no estado possuem egressos da instituição. “Dessa forma, estudar no 'Colégio Agrícola' era um forma de ampliar os horizontes e tornar cada vez mais real a esperança de uma melhor qualidade de vida. Por isso, ainda hoje, é possível ver egressos da instituição ocupando postos de destaque no cenário político sergipano e nacional”, enfatiza.

Peculiaridade

Pesquisadores como o doutor Jorge Carvalho do Nascimento, mestre Joaquim Tavares da Conceição, além do doutor Marco Arlindo Nery, estudaram e escreveram acerca da história da instituição. Este último fala sobre outra particularidade do campus, as duas datas de aniversário.

Citando publicação de autoria de Joaquim Tavares, ex-aluno da casa, ele escreve: “Costumava-se comemorar o aniversário da instituição no dia 18 de outubro, pois essa é a data de aniversário de um dos patronos da instituição, Benjamin Constant, sendo que dentre as denominações que a escola teve nestes 87 anos duas delas foram Aprendizado Agrícola Benjamin Constant e Colégio Agrícola Benjamin Constant”. No entanto, nos registros mencionados na obra do doutor Jorge Carvalho do Nascimento, há informações que a instituição foi criada em 31 de outubro de 1924, daí o aniversário ser celebrado, verdadeiramente, nesse dia.

IFS - São Cristóvão

Com a missão de contribuir com a educação do cidadão em bases científicas e ético-políticas, para que possa participar produtivamente do desenvolvimento social e tecnológico, o campus São Cristóvão disponibiliza à comunidade cursos de nível médio e superior, além de manter, ainda hoje, o sistema de internato que atende, aproximadamente, a 150 estudantes de Sergipe e de outros estados da região.

Para os atuais e novos alunos, o professor Marco Arlindo pede para que valorizem a instituição. “Procurem explorar suas qualidades, reivindiquem de forma propositiva por melhoras, aproveitem cada momento para aprimorar seus conhecimentos e colocar em prática aquilo que têm aprendido. Penso que devemos retomar o antigo lema institucional 'Aqui nós aprendemos para fazer e fazemos para aprender'”, diz.