Biotecnologia é apresentada aos alunos em fábrica que produz mudas de frutíferas de qualidade
Estudantes aprenderam sobre pesquisas para a produção de mudas com espécies arbóreas da mata atlântica, a palma do sertão, o abacaxizeiro e a bananeira
Uma das áreas mais promissoras para a agricultura brasileira é a que aproxima pesquisa científica de ponta com os processos biológicos. O nome para esse fenômeno é biotecnologia e os seus benefícios podem ser sentidos pelos agricultores quando eles recebem, por exemplo, mudas de plantas que são mais resistentes a pragas e doenças. No estado, a Biofábrica de Mudas de Sergipe é o melhor exemplo do trabalho de aplicação dessa técnica. Em virtude da qualidade da produção, na última segunda, 20, alunos do Instituto Federal de Sergipe – Campus São Cristóvão foram à fábrica para aprimorarem seus conhecimentos sobre o tema, bem como conhecerem as instalações, equipamentos e a rotina do laboratório.
A aula fora das salas do Campus São Cristóvão foi voltada aos alunos do sétimo período do curso de nível superior em Agroecologia. Sarita Campos, professora da disciplina Fruticultura Agroecológica, ressaltou a importância da parceria entre o IFS e o Sergipe Parque Tecnológico (SergipeTec), instituição que abriga a fábrica e que sempre recebe com solicitude os alunos do campus, proporcionando um aprendizado significativo a respeito da produção in vitro. “É gratificante presenciar o entusiasmo dos nossos estudantes diante das possibilidades que a biotecnologia oferece. Além da sala de aula, através do contato com outras instituições, os estudantes são despertados para as inúmeras possibilidades do mundo do trabalho”, comenta Sarita.
A aula foi conduzida pelo Doutor em Biotecnologia Ronaldo Fernandes Pereira, que é analista da Companhia de Desenvolvimento do Vale São Francisco (Codevasf) e integra os quadros da Biofábrica. Na oportunidade, os estudantes receberam informações acerca de pesquisas realizadas para a produção de mudas com espécies arbóreas da mata atlântica, como a palma do sertão, o abacaxizeiro e a bananeira. “Eles tiveram noções sobre a importância das técnicas biotecnológicas na produção de mudas e como isso poderá ser utilizado nas suas vidas profissionais”, pontua Ronaldo. As primeiras mudas produzidas pela Biofábrica e repassadas para os agricultores foram de banana e abacaxi.
Processo
A produção do abacaxi melhorado geneticamente na Biofábrica obedeceu inúmeros processos, alguns dos quais puderam ser visualizados pelos estudantes do Campus São Cristóvão. Tudo começa com a simples lavagem da fruta e a posterior extração de dez das suas gemas, que são manipuladas e dão origem, após alguns meses, a cerca de quinhentas mudas. Em um ambiente controlado, as sementes são cultivadas em recipientes adequados com nutrientes e sais. O processo finaliza com a passagem pela sala de crescimento e inclusão em viveiros, que servem como adaptação à fase do plantio.
Elaine Santos Vieira foi uma das estudantes que compareceu à Biofábrica e comenta que a experiência de ver como a teoria realmente funciona na prática é importante. Ela ainda ressalta que, durante a aula, foi possível perceber os desafios e as possibilidades da micropropagação, principalmente no que diz respeito ao leque de opções que para o mercado de trabalho. “Sem contar a possibilidade de contribuir para melhorar o desenvolvimento das mudas frutíferas, extraindo o melhor que cada espécie tem a oferecer, como por exemplo, a resistência a uma determinada praga”, revela Elaine.
Redes Sociais