Integração curricular é tema de uma série de eventos promovidos pelo Campus São Cristóvão
Inscrições via Sispubli
Associar os saberes prévios ao conteúdo das disciplinas escolares é uma das perspectivas da integração curricular, objeto de discussão do evento "Pensar a escola: currículo integrado", realizado pela Assessoria Pedagógica do Campus São Cristóvão e dirigida aos professores e equipe técnica educacional. Consiste em uma série composta por três encontros, realizados nos dias 5, 12 e 26 de novembro, às 9h, com inscrições pelo SisPubli e transmissão pelo Google Meet.
A coordenadora da atividade, Aristela Aristides, explica que a iniciativa visa esclarecer alguns questionamentos originários do processo de reformulação dos Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPC), no Campus São Cristóvão. Ressalta, ainda, a possibilidade de analisar os aspectos do Currículo Integrado aplicado no Instituto Federal de Sergipe (IFS) a partir do compartilhamento de outras experiências de ensino integrado em Institutos Federais e, também, da identificação das possibilidades e desafios encontrados no processo de reformulação dos PPCs dos cursos no IFS.
Refletir o passado
O primeiro encontro teve a participação de Joaquim Tavares, professor da Universidade Federal de Sergipe (UFS), pesquisador e egresso da unidade de ensino; Marco Arlindo Nery, diretor-geral do Campus São Cristóvão, além de Aristela Aristides, pedagoga. A mesa-redonda discutiu os modelos curriculares presentes na trajetória histórica do Campus, desde a sua origem (1924) até a ifetização (2008), destaca Aristela.
Os objetivos do currículo nos primeiros 10 anos da Instituição foram descritos por Marco Arlindo Nery. Explicou que nesse período era evidente o papel do trabalho como função moralizadora. "Se hoje temos o trabalho como princípio educativo, naquele momento o trabalho era uma ferramenta de regeneração social", afirma. Além disso, havia ênfase no trabalho manual. O aprendizado era prático, por meio das experimentações. "A ideia era aprender a partir da ação, a partir do contato com as coisas", diz. Ademais, ressaltou que o formato educacional entrou em declínio, entre outras coisas, pela indefinição do dever institucional de fornecer formação profissional ou correção, uma dúvida recorrente nas unidades do gênero.
Destacou a ênfase à organização do tempo e definição da rotina. “É interessante perceber como essa forma de organização, de certa maneira, perdurou”, frisa. Como os estudantes ficavam meses internos, havia programação para os finais semana com temas relacionados à educação cívica, ensinamentos históricos, agrícolas e geográficos. “É um dado importante, pois, era uma espécie de formação complementar”, aponta.
Joaquim Tavares expôs os modelos curriculares constituídos na trajetória do Campus São Cristóvão de 1934 até 1967 e indicou as três fases do período: a fase de aprendizado agrícola, nova configuração do ensino profissional agrícola, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1961 e a regulamentação do ensino agrícola profissional. “Currículo é o resultado de uma seleção não apenas de conteúdos, mas, também, a expressão da cultura escolar”, explica.
Realizou uma retrospectiva necessária para compreender as transformações na área de ensino. Dentre elas, a mudança na gestão que foi transferida do Ministério da Agricultura para o Ministério da Educação. Segundo Tavares, a formação era pensada por agrônomos, havia maior foco na produção agrícola, eficiência e produtividade. Perfil que foi modificado a partir da mudança para o Ministério da Educação e a gestão de técnicos vinculados à área educacional.
Aristela Aristides apresentou os modelos curriculares aplicados pela Instituição nas décadas de 1960 a 1980, modelo escola-fazenda. Onde apontou o princípio pedagógico adotado: "aprender a fazer e fazer para aprender". Destacou as grades curriculares do período, onde o modelo curricular passou a integrar o ensino teórico, e a carga horária. Por fim, as mudanças no currículo, posteriores ao modelo escola-fazenda, foram retratadas por Marco Arlindo.
Confira a programação do evento e as próximas discussões, de acordo com a coordenadora das atividades:
• Dia 12 de novembro: A abordagem será a problematização dos objetivos, estrutura e os determinantes políticos do projeto de Ensino Médio Integrado e seus impactos nos Institutos Federais, no contexto das políticas públicas educacionais atuais.
• Dia 26 de novembro:Enfoque na partilha de experiências de ensino integrado oriundas do Instituto Federal de Farroupilha e dos relatos das possibilidades e desafios enfrentados no processo de reformulação dos PPCs dos cursos no Instituto Federal de Sergipe.
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