Campus Glória aplicará inovação tecnológica em unidades produtivas do Alto Sertão
O projeto é fruto de parceria com o Instituto Nordeste de Inclusão Social
O Instituto Federal de Sergipe – Campus Glória já desenvolveu, ao longo dos seus seis anos de existência, diversos projetos e parcerias que contribuíram não apenas para desenvolvimento de seus alunos, mas também para a região, dentre eles, a participação no trabalho de regularização das fabriquetas de queijo de Nossa Senhora da Glória, já citada na edição de junho do A Prévia. Agora, o Campus Glória está bem próximo de dar um passo que representará um importante avanço: experimentar pela primeira vez sistemas com inovação tecnológica.
O experimento será aplicado em cerca de 15 unidades produtivas de famílias do Alto Sertão Sergipano e é a segunda fase de projetos desenvolvidos através de parceria com o Instituto Nordeste de Inclusão Social (INIS). Alunos do curso técnico em Agroecologia participaram na elaboração e acompanhamento desses projetos, como estagiários, e agora farão parte da implantação. O programatem como objetivo trazer a inovação tecnológica para o semiárido, principalmente nas áreas produtoras de criadores de bovinos de leite. No município de Graccho Cardoso, por exemplo, será implantado projetos da ovino e caprinocultura, que consistem em sistemas de produção agroecológicos, com criação animal, utilizando matrizes de ovelhas de genética apropriada para o clima – raça Santa Inês - e reprodutores para a região; além de áreas de pastagens, sendo algumas melhoradas para a região e outras já existentes.
Será realizado ainda um trabalho de alimentação desses animais empregando alimentações alternativas, como por exemplo a forragem, desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Sergipe (UFS). Além da produção de forragens adaptadas para região, o programa pretende trabalhar a conservação delas durante o período seco e experimentar sistemas de irrigação em algumas áreas. O intuito é a reduzir os gastos com a compra de insumos e de rações, principalmente a soja, que é o que mais onera o sistema. “O Instituto tem um papel fundamental em trazer um retorno social. Já conseguimos inserir alguns alunos no mercado de trabalho e já temos colhidos alguns frutos dessas parcerias”, salienta a Gerente de Ensino e professora de anuais e pastagens, Roseane Santos.
Leguminosas
Outra atividade inédita na região que será aplicada pelo programa é a utilização de leguminosas, apropriadas para o semiárido, na alimentação dos animais. Essas tecnologias já são usadas em outras regiões com características semelhantes ao semiárido e já demonstraram bons resultados, mas ainda estão sendo estudadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e algumas universidades. As leguminosas serão plantadas com utilização da técnica de plantio consorciado, que é um sistema um sistema no qual duas ou mais espécies são cultivadas em conjunto, o que permite, por exemplo, o manejo ecológico de insetos e pragas que atacam culturas mais vulneráveis, dentre outros benefícios.
Alunos do curso de Agropecuária também farão parte nessa fase de implantação dos projetos, eles terão a oportunidade de vivenciar na prática o papel da assessoria técnica em campo. O programa prevê ainda oferta de capacitação aos produtores para o manejo adequado desses sistemas produtivos. “O que a gente busca é trabalhar a questão do enfrentamento à pobreza e do acesso a tecnologias sócio produtivas e, para os alunos, essa experiência é uma oportunidade de construção da identidade profissional, em que ele pode vivenciar na prática o papel do técnico, prestando assessoria e conhecendo também outros modelos de produção além da monocultura, como neste caso, a agricultura familiar, explica o Gestor em Projetos Sociais, Andrenito Santos Menezes.
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