Alunos do Campus Glória exploram manguezal em trilha pelo Coqueirinho
Localizado no município de Itaporanga D’ ajuda, o povoado Coqueirinho foi o destino escolhido para uma aula a céu aberto sobre hidrografia, ecossistema e educação ambiental
Foram 16 quilômetros de aventura numa verdadeira imersão sensorial. Pés no lodo, pés na água, na areia fofa, pisando em tocos. Tinha pedra no caminho, não uma, mas várias. Galhos de árvores obrigando os trilheiros a pôr à prova toda a sua flexibilidade. No rio Vaza Barris, que se encontra com o mar, teve travessia a pé, em maré baixa, e de canoa, quando a maré subiu. Poucos corajosos se arriscaram nas boias. E o sol estava lá, firme e forte, potencializando ainda mais o grau de dificuldade da caminhada, que tirou o fôlego de alguns. Mas a maioria perdeu o fôlego mesmo foi na contemplação das paisagens que iam surgindo à medida que a caminhada avançava. A trilha ecológica realizada no último sábado, levou alunos dos 1º e 2º anos do curso técnico em Agropecuária para conhecer um importante ecossistema presente em Sergipe, o Manguezal. O propósito da atividade era exatamente esse: proporcionar aos alunos a experiência mais intensa possível de contato com o meio ambiente e, a partir dela, mostrar os impactos da intervenção do homem e despertar para a necessidade de preservação da natureza.
“Onde tem a presença humana, o impacto da degradação ambiental é maior, mas isso também é consequência da falta de educação ambiental. O lixo, por exemplo, é um dos impactos do turismo naquela região. O óleo encontrado nas margens do rio, usado nas embarcações, também gera impacto não só no mangue, como na restinga. Era importante que os meninos pudessem fazer essa observação in loco”, explicou Gardênia Alves, professora de geografia do Campus Glória e organizadora da atividade.
Na primeira parada da trilha, os alunos fizeram um exercício cuja proposta era fazer uma intervenção positiva no local. Grupos de alunos recolheram o lixo, trazido pela corrente fluvial e que, provavelmente, é jogado por turistas que visitam a Croa do Goré e a Ilha da Sogra, pontos turísticos próximos dali. Em seguida, houve uma breve discussão sobre ações simples de prevenção ambiental que poderiam ser adotadas para evitar o acúmulo de lixo no local, e um panfleto educativo será um elaborado posteriormente pelos estudantes.
Ao longo do percurso, mais uma tarefa: identificar elementos característicos do mangue, um ecossistema de transição entre ambientes terrestres e marinhos, encontrado em locais de encontro do rio com o mar. Aos poucos, os alunos iam percebendo a riqueza da biodiversidade local. O solo úmido e salino, que contorna o rio Vaza Barris, é tomado por uma vegetação composta de árvores de raízes aéreas, que possibilitam sua respiração. No caminho, alguns crustáceos, peixes e até tartaruga marinha foram encontrados. Outra observação feita pelo grupo, foi sobre a presença de alguns pescadores, recordando que é do mangue que vem boa parte do alimento que o homem captura no mar.
Ao final da trilha, o aluno Diogo Generino resumiu a experiência: “Foi muito interessante essa interação com a natureza, poder ver os animais, atravessar o rio e sentir o solo. Ter o contato com tudo que a gente aprende na sala de aula é a melhor forma de aprender. ”
Redes Sociais