Projeto integrativo Historiando promove debates sobre loucura, candomblé e cotidiano indígena
Evento fomentou o respeito às diferenças e aguçou o potencial crítico dos discentes
Por Andrêzza Castro
Nos dias 6, 13 e 16 de agosto, os discentes do curso Técnico Integrado em Agropecuária participaram das rodas de conversa do I Historiando, evento que promoveu debates e experiências em torno de temas pouco discutidos em sala de aula, como a loucura, o candomblé e o cotidiano indígena. O evento foi realizado pela plataforma Google Meet e teve como objetivo promover reflexões acerca do respeito à diversidade.
Cada encontro teve como convidados representações e estudiosos das temáticas propostas: a mestranda em História das Ciências e da Saúde, Renata Mascarenhas que abordou o tema “Um olhar histórico sobre a loucura e suas instituições no estado de Sergipe”, a professora doutora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) Fabíola Amaral Tomé de Souza com a temática “O candomblé: alvo da intolerância religiosa” e o indígena Ricardo Jesus dos Santos que trouxe “O cotidiano indígena da aldeia Kiriri de Mirandela-BA”.
Idealizadora do projeto, a professora doutora do Campus Glória, Mariana Barreto, considera como um dos pontos mais positivos, a quebra de preconceitos. “Proporcionamos aos discentes experienciar momentos com pessoas que possuem lugar de fala, como o indígena Ricardo Santos que proporcionou um dos momentos mais marcantes, quando ensinou algumas palavras na língua nativa Kiriri aos participantes”, o que se reflete da fala do discente Hudson Moreira. “Eu tive acesso a informações que antes eram desconhecidas para mim, tais conhecimentos me mostraram como o respeito é importante e que eu sempre devo buscar conhecer mais e também entender o seu caminho histórico, ‘como se deu origem a isso?’ é o tipo de pergunta que deve ser sempre formulada”, relatou o discente.
O I Historiando foi articulado entre as disciplinas propedêuticas, com ênfase para História, Língua Português e Filosofia, no eixo principal de articulação, com integração das disciplinas de Biologia e Geografia nos debates dos encontros. “Os resultados foram incríveis, conseguimos disseminar um olhar mais crítico nos nossos discentes em relação a temas tidos como marginalizados, ou seja, à margem da sociedade”, comemorou a professora Mariana Barreto.
Para o discente Leônidas dos Santos, tudo foi muito intuitivo, divertido e explicativo. “Todas as rodas de conversa prenderam a minha atenção. me trouxeram conhecimentos que levarei pro resto da minha vida, a exemplo da língua e hábitos da etnia Kiriri, gosto muito quando trata da temática indígena, pois todos nós ou algum parente nosso é descendente dos povos originários”, pontuou Leônidas.
“Acredito em uma escola ‘viva’, que coloca o discente no centro do conhecimento, aguçando o seu potencial crítico. Através das rodas de conversa do Historiando, conseguimos colocar em prática um ensino mais dinâmico em que a pessoa que aprende é transformada pelos saberes ali expostos”, comemorou a professora de História e idealizadora do projeto, Mariana Barreto.
A organização do Historiando informa aos participantes que os certificados das rodas de conversa estarão disponíveis no Sistema de Publicações do IFS - Sispubli no dia 10 de setembro e finaliza informando que no próximo período letivo será realizada a segunda edição do projeto.
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