IFS oferece apoio psicológico e assistência remota aos alunos
Profissionais lançam mão da tecnologia para orientar e acolher estudantes durante o isolamento social
Por Ana Carla Rocha
Ainda é muito cedo para saber o tamanho real do impacto causado pela pandemia da Covid-19 no mundo inteiro. Mas, assim como em outros países, a chegada do novo Coronavírus ao Brasil modificou radicalmente a vida da população, impondo uma nova rotina após a adoção das medidas de contenção do vírus adotadas em todo o território nacional. Quem vive o isolamento social já começou a sentir os efeitos psicológicos. Queixas de fadiga, indisposição, apatia, medo, dificuldade de concentração e foco, privação de sono e tantos outros têm crescido significativamente.
Atentos a essas questões, as coordenadorias de assistência estudantil (Coaes) do Instituto Federal de Sergipe (IFS) se mobilizaram para promover ações de apoio psicológico e assistência remota aos estudantes, lançando mão da tecnologia como forma de dar um suporte emocional para minimizar os efeitos do isolamento social. “Foi uma iniciativa conjunta para dar continuidade ao trabalho de orientação e acolhimento que já é feito aos estudantes, mas agora com foco neste momento de isolamento social e seus impactos”, contou a psicóloga da Pró-reitoria de Ensino (Proen), Christianne Rocha.
As equipes são multidisciplinares, contando com psicólogos, assistentes sociais e pedagogos para a realização do trabalho. As ações têm perspectiva de orientação e acolhimento aos alunos e são divididas em duas frentes de trabalho: a divulgação de orientações através de posts no instagram e a oferta de atendimento individualizado pelo canal do direct nos perfis de instagram ou e-mail dos campi. A assistência é feita de modo confidencial, garantindo a preservação da identidade do estudante.
“É importante reforçar que não se trata de um atendimento psicoterapêutico. Esse é um canal de orientação e acolhimento, da mesma forma que é feita no espaço escolar”, esclarece Christianne Rocha. “Estamos discutindo também a proposta de realizar atividades em grupo, propondo discussões de filmes e rodas de conversas de diversas temáticas. Mas, ainda estamos buscando a melhor plataforma para esse tipo de atividade”, completa.
Os psicólogos têm percebido que a procura até o momento está mais relacionada a ansiedade e a dificuldade na gestão dos estudos. Por esse motivo, há um planejamento de ação da equipe para trabalhar diversas temáticas nesse sentido. O Campus Tobias Barreto, inclusive, já fez uma live, outro recurso que está sendo utilizado, com orientações de como estudar durante a pandemia. A psicóloga do campus, Giceli Formiga, também já fez uma live sobre o que é o Coronavírus e seus impactos e também explicou sobre as ações de apoio psicológico e assistência ofertadas. “A live teve um bom resultado, demos orientações de como proceder em casos de crises emocionais, assim como informação sobre os serviços disponíveis no Estado para atender os casos mais graves”, contou.
Auxílios
Outra demanda que tem chegado aos profissionais diz respeito aos pagamentos dos auxílios da política de Assistência Estudantil, especialmente devido às inseguranças sociais e econômicas que muitos estudantes vivenciam cotidianamente, agravadas pela atual conjuntura. Nesse sentido, os assistentes sociais também estão realizando os atendimentos, através dos e-mails institucionais e direct do instagram, dando informações e tirando dúvida e, quando necessário, auxiliando nos encaminhamentos às redes socioassistenciais dos municípios para o acesso dos estudantes e suas famílias aos serviços.
Como estratégias de cuidado durante a pandemia, os psicólogos recomendam investir em exercícios que auxiliem na redução do estresse, como meditação, leitura, técnicas de respiração; criação de uma rotina diária, respeitando momentos de pausa para alimentação e descanso; manutenção da rede socioafetiva, estabelecendo contato, mesmo que virtual, com familiares, amigos e colegas; e redução do tempo que passa assistindo ou ouvindo coberturas midiáticas. “É importante também trazer estratégias de trabalho que desfoquem do assunto Coronavírus para aliviar um pouco a tensão”, alerta a psicóloga Christianne Rocha.
A psicóloga Carla Storino, que atua no Campus Lagarto, também chama atenção para a importância de tentar exercitar o olhar positivo e observar o aprendizado que a situação pode trazer. “Esse momento também nos faz refletir sobre várias questões importantes, como o valor da ciência e, sobretudo, do senso coletivo, da empatia, da união em prol do bem coletivo.”, observa.
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