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“Escola e família devem caminhar juntas no combate ao cyberbullying”, explica psicólogo Emerson Lins

Criado: Terça, 20 de Setembro de 2016, 15h25 | Publicado: Sexta, 06 de Março de 2015, 10h04 | Última atualização em Terça, 20 de Setembro de 2016, 15h25
200por150Na última década, o tema cyberbullying ganhou jornais e revistas e pautou os assuntos dos acadêmicos da área de psicologia e educação. E a atenção dada à questão não foi à toa. Segundo uma pesquisa feita pela ONG Plan, e divulgada pela Revista Nova Escola, 17% dos estudantes brasileiros de 10 a 14 anos já foram vítimas do problema ao menos uma vez. O cyberbullying é a transposição para o ambiente virtual dos atos nocivos do bullying. Torpedos com fotos íntimas e mensagens constrangedoras em redes sociais são novas práticas para velhos problemas. Mas enquanto na versão tradicional do transtorno bastava sair da escola para se afastar da situação, no modelo digital as ameaças ultrapassam espaços e se potencializam.
 
Emerson Feitosa Lins, psicólogo do Instituto Federal de Sergipe – Campus Itabaiana, explica o mecanismo de funcionamento do cyberbullying e as formas que os alunos têm de serem ouvidos e contornarem, ao menos parcialmente, o problema.

Como definir de forma mais precisa o cyberbullying? Se trata de toda e qualquer agressão feita no ambiente da internet?
O cyberbullying se caracteriza pelo mau uso das tecnologias de informação e de comunicação (como o Facebook, o Twitter, o Instagram e o Whatsapp) com a finalidade de agredir, hostilizar, intimidar, difamar e destruir a reputação de uma pessoa. Geralmente, o que diferencia o cyberbullying de outros tipos de agressão na internet é que o este se direciona especificamente para uma pessoa e costuma ser praticado repetidas vezes. É bem possível que o agressor se utilize de mais de um tipo de rede social para poder atingir a vítima, e que procure divulgar informações ao respeito dela para diferentes pessoas.

A prática do bullying envolve 3 atores básicos: a vítima, o agressor e a plateia. Como funciona esse mecanismo de agressão no ambiente escolar?
Podemos entender a vítima de cyberbullying como alguém que tornou-se vulnerável ao ataque do agressor, por alguma razão específica. É comum, por exemplo, com o constante uso das redes sociais, a troca de fotos íntimas entre os jovens. Não quero trazer à discussão se esse é um fato que deve ser socialmente aceito ou não. O importante é entender que, ainda que a vítima tenha uma parcela de responsabilidade no contexto do cyberbullying (como ter, por exemplo, enviando fotos íntimas para uma pessoa), a escola não pode concordar com a hostilização e a agressão à vítima. A instituição deve deixar o julgamento moral de lado e procurar sensibilizar todos os agentes envolvidos para que essa situação não se perpetue. Nesse contexto, a plateia – geralmente os outros estudantes – pode funcionar como um agente incentivador do cyberbullying ou como um agente inibidor. O diálogo com os três agentes envolvidos é fundamental.

Como o aluno pode saber se uma agressão feita por um colega de classe numa rede social é problema da escola ou dos pais? Até onde vai a responsabilidade das instituições de ensino e onde começa a da família?
A integração entre escola e família é essencial em todos os momentos. A instituição de ensino pode contribuir com uma formação crítica e cidadã, proporcionando ao educando a chance de crescer intelectual e emocionalmente. A família é um agente indispensável nesse processo. Entretanto, não podemos ver a escola como substituta do papel da família, e vice-versa. Ambos têm sua parcela de responsabilidade e de contribuição para o melhor solucionamento possível em um contexto onde o cyberbullying se configura.

De que forma os educadores podem identificar o cyberbullying? Os alunos deixam pistas no seu comportamento de que estão sofrendo do problema?
Geralmente, tanto os alunos vítimas de bullying quanto aqueles que são vítimas de cyberbullying apresentam algumas características de comportamento que indicam que há algo acontecendo. Ausências injustificadas, introversão, isolamento, agressividade sem motivo aparente, hostilidade e até mesmo a evasão escolar são alguns desses indicadores. Os educadores devem considerar, sobretudo, se houve uma mudança de comportamento explícita de algum aluno, e procurar, dentro de sua prática profissional, abrir espaços para o diálogo. É importante considerar que nem todas as pessoas que estão sendo vítimas do cyberbullying reagirão da mesma forma. Enquanto um aluno pode apresentar uma introversão mais evidente, há também a possibilidade de que ele se torne cada vez mais agressivo.

As escolas, de modo geral, devem lidar de que maneira com o cyberbullying?
O comportamento de cyberbullying não pode ser tolerado, pois incide diretamente sobre a autoestima da vítima, causa prejuízos psicológicos, sociais e pedagógicos, e em casos mais graves pode levar ao suicídio. As escolas precisam se mobilizar em torno do tema, discuti-lo e começar a pensar em estratégias de prevenção ao cyberbullying antes que a situação aconteça.

Como um aluno do Campus Itabaiana deve proceder se estiver sofrendo cyberbullying? Há alguma ação no sentido de orientar as vítimas desse problema?
O ideal é que o aluno procure conversar com seus familiares, professores e com a equipe técnica da instituição, para pensar coletivamente em estratégias de enfrentamento da situação, além de informar-se a respeito de medidas legais cabíveis.
 
Ascom - Campus Itabaiana
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