IFS realiza aula inaugural do curso de nível superior para assentados do MST
"Este é um momento histórico, pois está sendo dada uma grande oportunidade de educação para nós, que vivemos da agricultura". Essas foram as palavras de Maria Nazareth da Silva, uma das 50 novas alunas que assistiram à aula inaugural da graduação em Tecnologia em Agroecologia do Instituto Federal de Sergipe (IFS). Resultado da parceria com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o curso tem como objetivo dar aos estudantes conhecimentos relativos à produção agrícola através de conteúdos apropriados à realidade local.
A oferta do curso de Tecnologia em Agroecologia aos assentados faz parte do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera). Um dos entusiastas do projeto é o Secretário Estadual de Agricultura, Esmeraldo Leal. Ele explica que o lançamento do curso representa que os assentados estão vencendo duas barreiras. "Eles ganham hoje a chance de terem um ensino de excelência e de aprender práticas que vão de encontro à ofensiva mundial de produção de alimentos de forma irresponsável. Aqui eles vão aprender técnicas alternativas e sustentáveis".
A aula magna foi proferida pela coordenadora do curso, Eliane Dalmora, e versou sobre "Expansão e Agravos Decorrentes do Uso de Agrotóxicos no Brasil". Para o advogado Everton José dos Santos, que representava o Secretário de Estado da Educação, Jorge Carvalho, as temáticas que serão abordadas durante o curso estão em sintonia com as práticas mais conscientes. "Precisamos de parceiros na tarefa de educar e essa iniciativa é muito oportuna", esclarece.
Carlos Fontenele compareceu à aula inaugural do curso para representar o deputado federal João Daniel (PT). Ele ressalta que o parlamentar pertenceu ao MST e tem como uma das suas principais preocupações a questão da educação. "A partir da oferta do ensino nós fizemos as principais transformações. Neste momento, abordamos a agroecologia, pois cremos que não é possível continuar com o modo capitalista de produção".
O reitor do IFS, Ailton Ribeiro de Oliveira, destaca a preocupação do instituto com a inclusão e lembra que sempre houve parcerias com os movimentos sociais. "Oferecemos aos mais necessitados oportunidade de acesso a bens e serviços que beneficiam a todos, sem distinção. Hoje, literalmente, estamos sendo ocupados pelo MST, mas através dos alunos do curso superior em Tecnologia em Agroecologia", finaliza.
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