Campus Poço Redondo implanta projeto Hortas Pedagógicas em escolas do município
Objetivo é despertar na comunidade estudantil hábitos de alimentação saudável
O Campus Poço Redondo do Instituto Federal de Sergipe está implantando no próprio campus e em escolas do município, o projeto Hortas Pedagógicas, um espaço que proporciona a alunos e professores estudar e aprender através do plantio e do cuidado com o solo e com as plantas. Além disso, a horta pode proporcionar à escola um cardápio mais variado e, ao mesmo tempo, auxiliar nos custos e gastos habituais com fornecedores hortifrutigranjeiros. Dessa forma, contribui-se para o meio ambiente e ajuda na manutenção de um cardápio escolar rico em cores e sabores.
De acordo com Irineia Nascimento, diretora geral do Campus Poço Redondo e coordenadora do projeto, depois da aprovação pelo Ministério da Cidadania, foram implantadas quatro hortas. “Uma em Aracaju, no Colégio Jornalista Paulo Costa, no Bugio e mais três no município de Poço Redondo, no Alto Sertão Sergipano, em duas escolas, nas comunidades de Queimada Grande, uma municipal e outra estadual, além da que implantamos no próprio campus”, explicou.
O projeto será desenvolvido durante um ano e para que as hortas sejam concebidas, o projeto conta com bolsistas, egressos do curso técnicos de agroecologia e agropecuária, bem como de agrônomos e veterinários. Jadson dos Santos é bolsista da região de Poço Redondo. Ele fica disponível nas escolas para dar suporte técnico, prestando consultoria para alunos e professores e ajudando nas práticas do projeto.
Jadson diz que as hortas são pensadas com base na região. “As hortaliças usadas são as já adaptadas ou até as que possam ser adaptadas ao local. Elas são de fácil manejo para professores mesmo que não sejam da área agrícola e para alunos. Também plantamos as que possam suprir as necessidades das escolas que estão sendo atendidas pelo projeto para que sejam parte da alimentação das crianças”, salientou.
Na horta implantada no Campus Poço Redondo tem alface, coentro, tomate, cebolinha, beterraba, cenoura, couve, rúcula, abóbora, feijão de corda, entre outras. “Esperamos que essa horta aqui no Campus possa ser referência para as demais hortas. Que seja um local onde outras escolas, agricultores familiares, professores possam vim até aqui para tirarem dúvidas em relação ao manejo, já que aqui na nossa horta, são feitos testes, experimentos com variedades de hortaliças dentro do modelo agroecológico de produção”, ressaltou Irineia.
Irineia espera ainda que as hortas sejam fonte de produção de alimentos saudáveis. “Como resultado do projeto, queremos levar para as escolas alternativas de alimentação natural e, portanto, saudáveis para os alunos. Esperamos trazer professores para dentro das hortas numa visão de multidisciplinaridade do ensino, tornando o aprendizado mais fácil e mais contextualizado à realidade dos alunos e do Sertão”, destacou.
Tecnologia à serviço da agricultura
Augusto Andrade, diretor de Inovação e Empreendedorismo (Dinove) e responsável pela incubadora Inov@IfsLab, diz que a inovação pode atuar em projetos como o Hortas Pedagógicas, levando tecnologia e automação ao campo. “A ideia é encaminhar novas soluções, usar a inovação como diferencial, a exemplo da Startup TratoTek, que trouxe o TratoBot para auxiliar na irrigação e na aplicação de defensivos agrícolas”, salientou.
De acordo com o CEO da TratoTek, startup incubada na Inov@IfsLab da Dinove, Matheus Teles, o TratoBot foi desenvolvido para ajudar pequenos agricultores e agricultores familiares. “Nós pretendemos ajudar, levando nossa tecnologia de robótica acessível para o campo. O TratoBot pode evitar que o agricultor fique exposto, na hora da aplicação dos defensivos agrícolas, já que ele pode pulverizar e adubar a 400 metros de distância do operador”, explicou.
Além disso, Matheus enfatiza que o TratoBot também livra o agricultor de carregar o peso dos irrigadores nas costas. “Nosso robô carrega até 130kg. Então aquelas bombas costais que servem tanto para irrigar, quanto para fazer adubação granular ou líquida, são dispensáveis já que essa atividade pode ser feita totalmente pelo TratoBot”, disse.
Para o Projeto Hortas Pedagógicas, Matheus disse ainda que, junto a Dinove, está à disposição para poder ajudar os alunos envolvidos. “Podemos auxiliar com mentoria; em como desenvolver produtos; como maturar ideias; dar ideias e fazer demonstrações com o TratoBot. Assim, acreditamos que ao vivenciar nosso robô, mostrando que foi desenvolvido no IFS, podemos motivá-los a também desenvolverem novas soluções agrícolas, novas tecnologias”, concluiu o CEO da TratoTek.
Sobre o Projeto
O Projeto Hortas Pedagógicas foi desenvolvido pelo Ministério da Cidadania em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), empresa pública de referência internacional em pesquisa agrícola, desenvolvimento e inovação para a sustentabilidade da agricultura, e contou com o apoio do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE), que é uma instituição de referência na educação brasileira.
Para concretização da abordagem pretendida, a etapa-piloto do projeto foi implantada em quatro escolas, nos municípios de São Luís (MA) e José de Freitas (PI), contando com o apoio de instituições locais.
Com a implantação do projeto, a horta passa a ser ponto de partida para processos de educação alimentar e nutricional e para a adoção de novos hábitos alimentares, saudáveis e sustentáveis, com a inserção dos produtos dela no cardápio escolar.
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