Debates sobre tecnologia e inauguração de laboratório marcam a primeira edição do Eintec
Momento inicial do evento teve ainda explanações sobre os caminhos que servidores e alunos podem percorrer para empreender e desenvolver novas tecnologias
“O problema não é a falta de tecnologia, mas a sua disponibilização para todos os seres humanos”, disse o superintendente do Sebrae/SE, Paulo do Eirado Dias Filho, durante a abertura do I Encontro de Inovação e Tecnologia (Eintec) do Instituto Federal de Sergipe (IFS). A palestra, que ocorreu na manhã de hoje, 25, no Centro de Pós-graduação, foi a primeira de uma programação que vai até amanhã e contará também com mesas-redondas, discussões e inauguração do Inov@IFS Lab.
Durante a sua explanação, que teve como tema “A Inovação em Sergipe”, Paulo do Eirado fez um passeio histórico sobre o avanço tecnológico, a partir da década de 50, e o surgimento de tecnologias contemporâneas que representaram mudanças de hábitos profundas na sociedade. Como exemplo, ele citou a plataforma de compartilhamento de corridas Uber e ressaltou que, em muitos casos, a nova tecnologia não resulta no fim do trabalho manufatureiro.
“No caso específico do aplicativo Uber, que é um exemplo atual de inovação disruptiva, a plataforma substituiu apenas a equipe de colaboradores que estaria no nível gerencial da organização. O motorista permanece lá. E novos fatores passaram a ser levados em conta, como a reputação que os usuários do sistema atribuem à pessoa que está executando o serviço”, aponta o superintendente do Sebrae/SE.
Estrutura para inovar
A realização do Eintec representa o momento em que o IFS está buscando estimular nos alunos e servidores o envolvimento em tecnologias que possam resultar em inovação. Como forma de situar os cerca de 150 presentes no evento sobre o que a instituição já dispõe, o diretor de inovação e empreendedorismo, José Augusto Andrade Filho, mencionou os caminhos que podem ser percorridos para desenvolver projetos e os equipamentos que o setor pelo qual é responsável já possui na sua estrutura.
Outro ponto em destaque na abertura do Eintec foi o anúncio do lançamento do Inov@IFS Lab, um laboratório criado para dar base para que as pesquisas aplicadas sejam desenvolvidas e que já possui na sua estrutura equipamentos como impressoras 3D, cortadora laser, óculos de realidade virtual, kit de robótica Lego e lousa digital. O diretor Augusto lembra que, durante o processo de escrita de uma patente, saber dissertar sobre todo o ciclo de vida do processo, da ideia à execução, é fator determinante para o êxito.
“Estamos lançando também o projeto CRIE, que é o acrônimo de Criar Representa Inovar e Empreender. O objetivo é o de fomentar a inovação e o empreendedorismo no IFS com o foco de transformar ideias em realidade através do protagonismo de servidores e estudantes”, explica Augusto, que ainda mencionou alguns editais da Pró-reitoria de Pesquisa, Extensão e Pós-graduação (Propex) como forma de os membros da comunidade acadêmica iniciarem as pesquisas.
Programação
O primeiro dia do evento contou ainda com a apresentação do coordenador de Incubação e Empreededorismo, Edson Costa Filho, que falou da importância do empreendedorismo nas instituições de ensino, sobre a Empresa Júnior e a atuação de sua coordenadoria, e com a palestra do examinador de patentes do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), Hélio Santa Rosa. "A comunidade científica, empresários e a sociedade civil como um todo precisam aprender sobre propriedade industrial. É preciso saber valorizar e proteger de forma adequada seus ativos", afirmou Hélio, durante a sua apresentação.
A programação do turno matutino da sexta-feira, 26, iniciou com uma palestra do professor Luam de Oliveira Santos sobre a atuação do Núcleo de Inovação Tecnológica, do qual é coordenador. Ele explicou as áreas de atuação, entre elas a de direito autoral, e explicou o edital Dinove, que selecionou agentes de inovação no IFS. "Esses agentes se tornarão multiplicadores do NIT, levando a cultura de inovação para os campi", ressaltou o coordenador.
A seguir, houve uma mesa redonda com convidados externos ao IFS e que atuam no Estado como representantes de organizações que promovem a inovação. Roger Barros, coordenador do Movimento Inova+Sergipe falou sobre sua trajetória na área de tecnologia e de gestão empresarial, e destacou que Sergipe precisa de mais investimento em tecnologia para retomar seu crescimento.
Já Diego Costa, diretor do SergipeTec, explicou como funciona o parque tecnológico, que é uma organização social criada em 2004 e atua nos eixos de inovação, tecnologia da informação e comunicação, energias renováveis, CVTR e biotecnologia. "A inovação perpassa pelas demais áreas, e está diretamente ligada ao nosso objetivo organizacional que é o desenvolvimento científico e tecnológico. É um local onde estão instaladas empresas de diversos segmentos e com atividades de encubação de startups", explicou.
Por fim, foi a vez de Marcos Vasconcelos falar sobre o movimento Acelera-SE e apresentar reflexões sobre inovação. "O ifs tem toda a condição de permitir que a inovação seja uma realidade, repensar modelos didáticos pedagógicos, pensar na ampliação do uso tecnológico, além também de métodos validados para que isso aconteça dentro da sala de aula. Quanto mais a instituição se voltar para pensar seu modelo de atuação na relação de aluno e professor, mais espaços serão criados", ressaltou.
Segundo o representante do Sebrae/SE, Aládio Sousa, eventos como esse incentivam os participantes à informação. “As coisas estão acontecendo na área de inovação e existem várias oportunidades que tanto os pesquisadores como as empresas podem ter para desenvolvam suas ideias. Em vista disso, foram apresentados alguns pontos desse processo”, expõe Aládio, participante da mesa durante a tarde do dia 25.
Pela primeira vez no IFS como palestrante, a procuradora-chefe da Procuradoria Federal junto ao IFCE, Diana Guimarães Azin, situou em sua fala aspectos do novo Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação na mesa de discussões na tarde do dia 26. “É importante mostrar possibilidades de parceria com iniciativa privada e institutos federais, seja para melhorar a estrutura da instituição devido os recursos privados que refletem na melhoria de laboratórios, pagamentos de professores e bolsistas”, discorre a procuradora.
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