Nota Pública Conif Covid-19
A Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, composta pelos Institutos Federais, Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFETs) e Colégio Pedro II, sempre pautou suas ações pela educação pública, gratuita, inclusiva e de qualidade, tomada em seu conceito mais amplo. E assim tem sido em tempos de coronavírus.
Desde o anúncio da pandemia no Brasil, a orientação institucional segue os protocolos indicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), Ministério da Saúde (MS) e autoridades sanitárias, que estão ancorados em fundamentos da ciência.
O colegiado representativo da Rede – Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) – monitora, com atenção, a observância dessa orientação, focada em preservar a vida humana e a saúde pública. A Rede Federal aderiu à mobilização nacional em construir uma barreira sanitária, restritiva e impeditiva da propagação viral, por meio do isolamento social, medida de atestada eficácia, para conter o contágio descontrolado que possa resultar na elevação de perdas de vidas dos brasileiros e no colapso do sistema público de saúde.
Na Rede Federal, campanhas educativas são promovidas e insumos são gerados, pela comunidade científica e tecnológica, na extensão e na inovação, objetivando o combate à escalada viral. São produzidos itens, como álcool líquido e em gel 70% e máscaras de proteção, feitas em impressoras 3D, respiradores, plataformas de monitoramento da evolução do vírus, e outras tantas iniciativas. Além do quê, ações estão sendo gestadas nos Polos de Inovação, junto à Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e ao setor produtivo, visando à concepção de startups, ações inovadoras, protótipos, arquétipos e produtos funcionais e aplicados no combate à pandemia.
A educação é imprescindível para conhecer e combater o vírus, haja vista que as políticas públicas de saúde são regidas por postulados científicos, os quais só podem ser auferidos mediante estudos processados pela cognição humana. O tema dessa pandemia virótica está inserido num campo macro do conhecimento, a ciência médica, que dialoga com outros ramos científicos transversais, como a infectologia, a biotecnologia, a biologia, a bioquímica, a farmacologia, dentre outras.
Investigações científicas recentes, desenvolvidas em laboratórios brasileiros, revelaram que o vírus, após penetrar no território nacional, sofre uma transfiguração na estrutura do seu genoma que resulta numa mutação genética, descoberta que pode ser importante para combater esse inimigo invisível e conquistar a cura da doença por ele provocada. Análises se processam no universo dos institutos e das universidades federais, regidos pela razão humana e em favor da vida.
A educação pavimenta os caminhos das pesquisas, as quais, historicamente, têm gerado ganhos para a humanidade e, em relação a este surto pandêmico, certamente a ciência prosseguirá nessa direção.
Tais reflexões indicam que é imperioso investir, incisivamente, na educação brasileira, em especial, na estrutura das instituições integrantes da Rede Federal, no fomento à pesquisa e no estímulo e na valorização dos seus professores e técnicos, no plano dual de educar, tanto na atividade-fim quanto na atividade-meio. E para manter essa força operativa sempre estimulada é preciso flexionar gastos e ampliar os investimentos na educação, em estrutura e em pessoal, para garantir a aplicação do conhecimento em favor da vida dos brasileiros.
A Rede Federal tem papel relevante, tanto no tempo presente, para mitigar os efeitos devastadores da crise, quanto no tempo futuro da pós-crise, para que o País possa retomar a regularidade da atividade econômica, recuperar empregos, revigorar a produção industrial e revitalizar os arranjos produtivos locais, na agricultura, nos serviços e na inovação tecnológica, campos essenciais para reativar e reaquecer nossa economia.
Neste sentido, o Conif, sensível ao clamor do povo brasileiro, reafirma o compromisso da Rede Federal com a Nação, e exorta os entes federados, os poderes constituídos e os agentes públicos a atentar para a vital necessidade de valorizar a educação pública socialmente referenciada, e dos agentes que nela atuam, em todo e qualquer tempo, especialmente nesse delicado momento da vida nacional.
Brasília, 30 de março de 2020.
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