IFS distribui milhares de produtos sanitizantes e EPIs em todo o estado
Produção segue a todo vapor e contabiliza 2765 protetores faciais, 200 óculos de segurança, 278 litros de água sanitária e 32 litros de álcool a 70%
Por César de Oliveira e Adrine Cabral
Na semana passada, o Instituto Federal de Sergipe (IFS) lançou um edital com o objetivo de liberar recursos para que sejam desenvolvidos projetos de combate e prevenção à Covid-19. No entanto, desde meados de março, quando essa emergência de saúde pública chegou ao estado e foram adotadas medidas de isolamento social, diversos servidores já vêm colocando seu conhecimento e experiência à disposição de ações que visam diminuir os impactos da crise e contribuir com a sociedade.
As iniciativas vão desde a produção de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como protetores faciais e óculos de segurança, à fabricação de produtos sanitizantes, a exemplo de água sanitária e álcool a 70%. Até então, as matérias-primas de todos esses itens vieram de doações ou de recursos provenientes de outros projetos já em andamento no IFS. Com o essencial em mãos, servidores, alunos e outros colaboradores arregaçaram as mangas e passaram a trabalhar diuturnamente para levar mais proteção às pessoas, especialmente quem está na linha de frente do atendimento aos infectados.
Os números falam por si. Somando os resultados de todas as linhas de produção existentes atualmente no Instituto, já foram distribuídos 2765 protetores faciais, 200 óculos de segurança, 278 litros de água sanitária e 32 litros de álcool a 70%. Entre os beneficiados, estão profissionais da saúde de todo o estado de Sergipe, que são o foco da fabricação dos protetores e dos óculos, e comunidades carentes de Aracaju, às quais foram doados os itens para higienização das mãos e de superfícies.
“Esses números mostram que o IFS está cumprindo sua missão não apenas como instituição de ensino, mas também de ciência e tecnologia, ao colocar a serviço da sociedade profissionais de diferentes formações no momento em que ela mais precisa”, destacou a professora de Química do Campus Estância, Elaine Lima, que está à frente da fabricação dos produtos sanitizantes com o apoio de voluntários dos campi Aracaju, Lagarto, Itabaiana, Tobias Barreto, São Cristóvão e Estância.
Impacto social
Os profissionais da área da saúde constituem um grupo estratégico no combate a pandemias, porque, além de cuidarem dos pacientes suspeitos e infectados, eles podem se tornar foco de disseminação se adquirirem o vírus e não forem diagnosticados precocemente. Por isso, o IFS está levando protetores faciais e óculos de segurança a hospitais, laboratórios e unidades básicas de saúde de norte a sul do estado. De acordo com Amanda Prata, da Secretaria Estadual de Saúde, além de continuar abastecendo as unidades de saúde, a secretaria vai começar a destinar protetores faciais para a Polícia Militar e para o Corpo de Bombeiros.
Já contemplada com um protetor, a biomédica Aline Marinho, do Laboratório Municipal de Nossa Senhora do Socorro, afirma que agora possui mais poder de ação na relação com o paciente. “Normalmente, quando realizamos uma coleta, estamos protegidos com óculos e máscara. Porém, nessas condições, se o paciente tossir ou espirrar, ainda estaremos expostos. Com os protetores faciais é diferente, pois, como eles cobrem totalmente o rosto, a gente se sente bem mais seguro”, frisou Aline, que é uma das responsáveis pelos testes para Covid-19 no município.
A odontóloga Cinthya Lobo, que trabalha numa Unidade Básica de Saúde na cidade de Brejo Grande, partilha da mesma visão. Lá, apesar de os atendimentos eletivos terem sido suspensos, o serviço de odontologia continua funcionando para casos de urgência. “No atendimento odontológico, a exposição é prolongada e consequentemente o risco de contaminação aumenta. Nesse sentido, os protetores faciais foram de suma importância”, comentou.
Além da cobertura aos profissionais da saúde, em doenças como a Covid-19, também é estratégico conscientizar a população sobre a necessidade de higienização pessoal e limpeza frequente dos ambientes onde vivem, já que, em algumas superfícies, o vírus pode sobreviver durante dias. Contudo, o conhecimento se torna insuficiente quando não se têm os produtos necessários para a assepsia. É justamente essa lacuna que a produção de água sanitária e álcool a 70% quis preencher.
“Esse é um momento em que precisamos zelar muito pela higiene. Somos uma comunidade carente e esses produtos vão ser de grande valia”, afirmou Rosana de Jesus, líder comunitária do Loteamento Coqueiral, em Aracaju, ao receber as doações. Os itens foram entregues ao Conselho Estadual de Saúde, que está distribuindo em comunidades e instituições de caridade da capital sergipana. “Esse projeto do IFS é fundamental para que as pessoas com menor poder aquisitivo possam limpar suas residências no combate à pandemia”, destacou Sheyla Andrea, segunda vice-presidente do conselho.
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