Saiba como se proteger do “vírus” das informações falsas
Em tempos de pandemia é fundamental verificar a fonte da notícia e, na dúvida, nunca compartilhar
Por César de Oliveira
É natural que situações de crise como a pandemia da Covid-19 gerem medo e insegurança na sociedade. Afinal, além de a situação no Brasil ainda não estar sob controle, tudo é muito novo e algumas informações são atualizadas com uma frequência grande. Configura-se, assim, o cenário ideal para o surgimento de notícias falsas, que desconsideram o respaldo científico e as fontes oficiais e se propagam com uma velocidade extraordinária devido à facilidade das mídias sociais.
No contexto de uma emergência de saúde pública, as chamadas fake news podem fazer as pessoas subestimarem a gravidade da situação ou alimentar nelas um pânico que é igualmente nocivo. Fórmulas milagrosas, fatos deturpados, vídeos apelativos, toda uma variedade de informações infundadas está disponível em diversos sites e plataformas, a um clique de chegar a pessoas de várias partes do mundo através dos disparos em redes digitais.
Muitas vezes, notícias verdadeiras são levemente alteradas e causam grande repercussão. Exemplo disso é a busca de uma vacina contra o novo coronavírus, que já se iniciou, mas levará um tempo considerável para ser validada. Há postagens apregoando nas mídias sociais que essa vacina deve sair nos próximos meses e será a responsável pelo fim da pandemia. É diante de informações como essa que se torna fundamental a consciência cidadã de cada indivíduo, cujos atos podem gerar consequências negativas nas vidas de outras pessoas.
Segundo Carole Ferreira da Cruz, jornalista do Campus Estância e coordenadora do Comitê de Comunicação de Crise do IFS, na dúvida, é melhor não passar a informação adiante para evitar o agravamento de situações que já são críticas, especialmente num momento tão delicado como o que estamos vivendo. “A saúde e o bem-estar de milhares de pessoas podem ser afetados por um simples clique feito de maneira irrefletida e automática. Quando necessitamos da confiabilidade das informações, o melhor a fazer é acessar os grandes portais e as agências internacionais de notícias, que contam com repórteres e jornalistas capacitados para informar com precisão, rigor técnico e compromisso ético”, destacou a jornalista.
Como identificar uma notícia falsa
Embora seja melhor não compartilhar caso esteja com dúvida, existem informações que, se verdadeiras, valem a pena ser repassadas. Esse dilema pode ser resolvido de uma maneira muito simples: verificando com atenção e critério a fonte da notícia. A autoria e as fontes usadas na exposição dos fatos são pontos cruciais para a identificação da credibilidade de uma informação. Se mesmo assim o texto parece coeso, a próxima medida a ser tomada é pesquisar pela mesma informação em portais de notícias maiores. “Apesar das diferentes linhas editoriais e ideológicas, esses portais possuem acesso às fontes primárias e são testemunhas oculares dos acontecimentos”, esclarece Carole.
Além disso, manchetes sensacionalistas, informações com datas “vencidas” e frases escritas totalmente em letras maiúsculas são alguns elementos que podem revelar uma notícia falsa. Chamado pela Organização Mundial de Saúde de “infodemia”, o compartilhamento massivo desse tipo de informação é um dos grandes inimigos do combate à Covid-19 no mundo e pode causar mortes. Acesse o Portal do Ministério da Saúde que, além de listar fake news, também traz informações verdadeiras sobre o novo coronavírus (Covid-19): www.saude.gov.br/fakenews/coronavirus
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