IFS acerta detalhes finais para o início do ensino remoto

Criado: Quinta, 13 de Agosto de 2020, 17h55 | Publicado: Quinta, 13 de Agosto de 2020, 17h55 | Última atualização em Quarta, 19 de Agosto de 2020, 11h23

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Por Carole Ferreira da Cruz

Cresce a expectativa para o retorno às aulas na modalidade de ensino remoto, previsto para começar no mês de setembro. Enquanto o Instituto Federal de Sergipe (IFS) está concluindo os detalhes finais do planejamento das aulas, da readequação dos conteúdos e dos investimentos em conectividade, a equipe de reportagem Departamento de Comunicação Social (Dcom) apurou informações estratégicas para guiar os alunos sobre o funcionamento das disciplinas práticas, dos laboratórios e da biblioteca na retomada do ano letivo.

O desafio principal dos gestores, coordenadores de curso, professores e equipes multidisciplinares foi oferecer o máximo possível de disciplinas remotamente sem comprometer o aprendizado, de modo a garantir a segurança da comunidade acadêmica e reduzir os impactos sobre aspectos como: a organização das ofertas das disciplinas e dos processos seletivos nos semestres seguintes; a carga horária futura dos docentes; a conclusão dos cursos e a emissão dos diplomas dos estudantes concluintes.

O Campus Aracaju conseguiu o feito de adequar quase todas as disciplinas da graduação ao formato remoto. Das 250 matérias que integram os cursos de Licenciatura em Química, Licenciatura em Matemática, Engenharia Civil, Tecnólogo em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Tecnólogo em Saneamento Ambiental e Tecnólogo em Gestão de Turismo, apenas duas serão ofertadas só após o retorno das aulas presenciais. No momento, os professores estão elaborando os planos de ensino correspondente ao primeiro mês da nova modalidade.

Segundo o gerente de Graduação e Pós-graduação do Campus Aracaju, Francisco Luiz Gumes Lopes, foi recomendado que cada professor inicie as aulas com a ambientação dos softwares e dos dispositivos tecnológicos que usará ao longo da disciplina e uma revisão dos conteúdos para compensar os quase seis meses de suspensão do calendário acadêmico. Todo o esforço foi direcionado para que o aluno se adapte plenamente e o ensino remoto construído no IFS seja de excelência.

Para Francisco Luiz Gumes, foi uma experiência desafiadora promover tamanha quebra de paradigma para uma instituição com mais de 100 anos de tradição em educação presencial. “Passamos nossas vidas com aulas presenciais e, na maioria das vezes, tendo muita desconfiança do ensino a distância. De um momento para o outro, diante de uma situação mundial, tivemos que quebrar esse paradigma e em seis meses desenvolver todo um know how em ensino remoto”, ressaltou.  

Como ficarão as disciplinas práticas?

As ementas das disciplinas práticas foram analisadas para verificar qual percentual poderia ser ministrado de forma remota, sem prejuízo ao desenvolvimento de aprendizagens e habilidades. O uso das tecnologias fez a diferença em todo o processo. “As disciplinas que requerem práticas em laboratórios, por exemplo, serão empregados recursos tecnológicos que possam substituir as experiências em laboratórios por simulações”, explicou a diretora de Ensino Profissional e Superior, Elza Ferreira Santos.

Como medida compensatória, estão sendo planejadas medidas de reforço pós-pandemia. “No retorno das atividades presenciais, os campi organizarão oficinas, cursos de extensão e workshops a fim de que possam ser realizadas atividades práticas de modo intensivo. Os professores poderão também se valer de games que possibilitem a simulação de experiências. Mas todos os discentes terão direito a, posteriormente, experimentarem concretamente as práticas nas jornadas e semanas científicas”, esclareceu Elza Ferreira.

Para subsidiar a readaptação dos conteúdos práticos, os alunos do IFS foram divididos em três grupos: concluintes/formandos, que têm mais urgência na conclusão do curso; módulos/períodos intermediários, que têm a possibilidade de executar as atividades práticas ao longo dos demais períodos, seja em sala de aula, laboratórios e visitas técnicas; início de curso, que dispõem de tempo suficiente para desenvolver as habilidades práticas em outro momento.

Quem terá acesso aos laboratórios?

Está previsto no Regulamento do Ensino Remoto a realização de atividades práticas presenciais, embora restritas aos alunos que precisam fazer experimentos nos laboratórios para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). No entanto, os Comitês Locais de Prevenção ao Covid-19 (Coronavírus), em atuação nos campi, adotaram uma séria de medidas de segurança, entre as quais o reforço à higienização e o treinaram dos servidores e colaboradores que terão algum contato com os estudantes nesse período.

Caso algum formando ou concluinte de curso precise se deslocar ao laboratório, a comissão local será previamente avisada para que sejam tomadas todas as precauções e cuidados. O estudante deverá ser acompanhado pelo professor e só será permitida a presença de um aluno por vez no laboratório. Contudo, a recomendação é que deve aguardar o retorno presencial das aulas toda e qualquer atividade prática cuja presença nos laboratórios não seja imprescindível.

É possível usar as bibliotecas?

As regras para o uso das bibliotecas durante o ensino remoto devem ser definidas na semana que vem. Mas, em linhas gerais, a orientação é que os alunos façam preferencialmente o uso das bases de dados livres da ABNT, do portal de periódicos da CAPS e dos títulos online disponibilizados pelo acervo digital do IFS. Além dos 7 mil títulos existentes, estão sendo adquiridos mais 5 mil em caráter emergencial para reforçar as atividades escolares durante a pandemia.

Caso o estudante necessite, excepcionalmente, ter acesso a algum livro físico, deverá entrar em contato com a coordenação da biblioteca do seu respectivo campus e solicitar o agendamento do dia e horário para a retirada, que deverá ser feita mediante o uso de máscara, prévia higienização e respeitando às regras de distanciamento. O aluno não terá acesso direto ao acervo. Caberá ao servidor receber o pedido e fazer a entrega. Os livros devolvidos ficarão em quarentena e só voltarão a ser emprestados no 15º dia.

A Direção Geral de Bibliotecas (DGB) elaborou um documento com as diretrizes para o funcionamento das bibliotecas quando o IFS retornar às atividades presenciais, que será adaptado para o ensino remoto. Estão em processo de compra alguns itens fundamentais para garantir a segurança dos usuários e servidores, a exemplo de equipamentos como medidores de temperatura, produtos para a higienização do acervo, luvas, máscaras, jalecos e demais EPIs.

Também estão sendo providenciadas videoaulas, slides e demais materiais audiovisuais para orientar os alunos a consultar o acervo digital do IFS. Os bibliotecários e as equipes de apoio foram capacitados para instruir e tirar todas as dúvidas que surjam na hora de acessar os títulos online e as bases de dados durante os momentos de estudo em casa e de realização das atividades acadêmicas.

O Regulamento do Ensino Remoto Emergencial do IFS (resolução nº 28/2020/CS/IFS) foi construído coletivamente com ampla participação da comunidade acadêmica e publicado no último dia 14 de julho. A nova modalidade de ensino será adotada em caráter de emergência até enquanto durar a pandemia. No período de suspensão do calendário acadêmico, os estudantes estavam sendo assistidos pelo atendimento remoto e por lives transtidas nas mídias sociais, enquanto os professores se capacitavam e, juntamente com a gestão, planejavam o regulamento.