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INOVAÇÃO

Com projetos aprovados, IFS receberá três laboratórios IFMaker

Criado: Terça, 20 de Outubro de 2020, 15h22 | Publicado: Terça, 20 de Outubro de 2020, 15h22 | Última atualização em Quarta, 21 de Outubro de 2020, 11h42

Após concorrer em um edital da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), IFS terá laboratórios nos campi Estância e Lagarto, além da Reitoria.

Por: Monique de Sá

IFMAKERLearning by doing, em português, “aprender fazendo”. Refere-se a uma metodologia de ensino em que por meio da prática, a experiência educacional tem maior relevância, tornando o aluno protagonista no processo de ensino-aprendizagem. Sabe a expressão “mão na massa”? Assim é a cultura do learning by doing, que faz parte de um dos objetivos principais dos Laboratórios IFMaker, que estão previstos para serem implantados até o primeiro trimestre de 2021 em unidades do Instituto Federal de Sergipe (IFS).

Concorrendo pelo edital nº 35/2020 da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), o IFS garantiu, através de uma rigorosa seleção, a implantação de três laboratórios em dois campi do Instituto: Estância e Lagarto e um outro que será instalado na Reitoria. O Lab IFMaker é um laboratório de suporte para prototipagem, onde dará liberdade ao estudante para criar, inventar e desenvolver. Tratando-se de um espaço importante para toda a comunidade, pois trará como foco, também, projetos ligados a problemas locais.

Chirlaine Gonçalves é pró-reitora de Pesquisa e Extensão do IFSImpressoras 3D, notebooks, parafusadeira, smartTV, scanner 3D e kit de robótica são alguns dos itens que serão encontrados neste espaço e que fazem parte da 1ª fase de implementação dos laboratórios. Chirlaine Gonçalves, pró-reitora de Pesquisa e Extensão do IFS, destaca que o Lab IFMaker é algo inédito para o Instituto, sendo uma grande e boa novidade para a Rede Federal.

“Participamos de um edital a nível nacional, em que cada instituição pôde enviar até três propostas de laboratório. Todos os campi e a Reitoria tiveram a chance de concorrer e nós fizemos uma chamada interna. Realizamos a seleção dessas três propostas e pedimos a correção de alguns aspectos dos projetos, sendo prontamente atendido. Conseguimos o número máximo de aprovações (três) e ficamos muito felizes com este êxito”, ressalta Chirlaine acerca do processo de seleção dos projetos dos laboratórios.

Nesta primeira fase, serão investidos R$ 132.900, 00 para cada laboratório que ficará situado nos campi: Lagarto e Estância; e o valor de R$ 82.800,00 para o espaço que será instalado na Reitoria. “Nosso objetivo é colocar em pleno funcionamento e fazer os cursos necessários para que possamos concorrer em 2021 na fase de ampliação (segunda etapa do edital)”, completa Chirlaine.

Space Maker: um universo de possibilidades

O nome da proposta é bastante atrativo: “um universo de possibilidades” e o projeto do Campus Estância não é apenas atrativo. Ele é multidisciplinar com ações voltadas à comunidade externa. Elaborado pelos servidores: Danilo Tannus, Deivesson de Sousa, Elaine Meneses, Herbet Alves, Luciano de Melo, Maria Simone Morais, Matheus Canuto, Roberto Macena, Tatiane Heinemann e Tiago Cordeiro, o projeto Space Maker busca impulsionar o processo de crescimento da unidade de ensino, aumentando as possibilidades de desenvolvimento de pesquisas e atendendo ao mercado de trabalho da indústria 4.0.

Roberto Macena um dos idealizadores do IFMaker em Estância“Nosso campus possui capacidade de desenvolvimento da cultura learning by doing aplicada às mais diversas áreas. A implantação deste laboratório no campus fortalecerá o desenvolvimento destas atividades e vai proporcionar um ambiente de desenvolvimento amigável, de alto valor agregado, com equipe gestora capacitada que auxiliará no processo de desenvolvimento das atividades”, justifica o professor dos cursos técnicos em Eletrotécnica e Sistemas de Energia Renovável, Roberto Macena.

Neste ambiente, serão desenvolvidas atividades que vão contemplar as áreas de robótica educacional, tecnologias assistivas, capacitação em impressão 3D e corte a laser, desenvolvimento de equipamentos para promover melhorias nas práticas de ensino, a educação ambiental e o desenvolvimento de ações empreendedoras e sustentáveis. “O Space Maker também poderá ser utilizado como uma pré-incubação para startups que venham a surgir, ofertando capacitação e apoio em seus primeiros passos, além de poder também estender essa atuação à comunidade externa”, lembra o docente.

O impacto social deste espaço é bastante relevante e de suma importância, pois possibilitará que os alunos do IFS e de instituições parceiras sejam inseridos em ambientes tecnológicos que contribuirão para redução da desigualdade social. “Como espaço/fontes para levantamento de informações serão ofertadas oficinas de robótica, cursos de curta duração de impressão e modelagem 3D e de corte a laser, alcançando-se entre os produtos, a criação de materiais para inclusão de pessoas com necessidades especiais, a construção de maquetes de saneamento ambiental e de hidrologia e o desenvolvimento de materiais didáticos para o núcleo básico e técnico das disciplinas dos cursos ofertados no Campus”, lembra Roberto.

Em Estância, este será o primeiro laboratório de prototipação do campus. No entanto, a unidade de ensino possui iniciativas assim através de seus projetos de pesquisa. Além disso, foram realizadas várias edições de feiras de ciências. Ocasião em que foram desenvolvidos protótipos, que chamaram a atenção de toda a comunidade. “Muitos projetos apresentados foram construídos de forma artesanal e com o aproveitamento do conhecimento dos alunos e de espaços da comunidade como oficinas mecânicas, marcenarias, entre outras”, lembra o professor.

Laboratório de ideias para implementação de um campus sustentável

No campus Lagarto, uma equipe formada por oito docentes (cinco gestores e três coordenadores de subprojetos) foi a responsável pela criação do projeto que garantiu uma vaga no edital IFMaker, da Setec. Com um valor orçamentário de R$ 132.900,00, a proposta inicial do laboratório a ser instalado será de 40 m².

Ângelo Francklin Pitanga, um dos professores responsáveis pela elaboração do projeto, explica que este será um espaço voltado para Educação do século XXI, tendo como base as ideias das metodologias ativas e na pedagogia 5Cs: criatividade, criticidade, conhecimento científico, colaboração e cidadania. “Esta última representa um constructo teórico por mim desenvolvido ao longo dos últimos cinco anos. Ainda sobre o projeto, este foi gestado como um espaço interdisciplinar, aberto para receber propostas pedagógicas disruptivas e voltado para o desenvolvimento de ações de ensino, pesquisa, extensão, inovação, empreendedorismo, gestão; todas elas alinhadas com as ideias da cultura Maker”.

O docente lembra que infelizmente ainda predominam nos espaços escolares práticas pedagógicas tradicionais, sendo consideradas, por vezes, ultrapassadas. Assim, esses laboratórios vêm para dar novos ares a esta realidade. Por isso, a expectativa é que, em breve, a comunidade acadêmica do campus e toda sociedade civil da região centro-sul de Sergipe possa contar com esse laboratório de ponta.

“Ser de ponta não se deve simplesmente ao ferramental que estará disponível, mas sim, às formas de consecução de projetos e ideias, que estão fundamentadas em formas de ensino (metodologias ativas; STEAM; Cultura Maker) e pedagogia (pedagogia 5Cs) orientadas para atender às demandas da educação para o século XXI, e proporcionar experiências educativas que permitam superar as tradicionais formas de ensino”, justifica Ângelo.

Laboratório multicampi

Augusto Andrade é diretor da DinoveEm Aracaju, no bloco de Pós-graduação da Reitoria, ficará localizada a terceira unidade do Laboratório IF Maker do IFS. Este projeto foi idealizado pelo diretor de Inovação e Empreendedorismo da instituição, José Augusto Andrade; e pelas professoras Stephanie Kamarry (Campus Lagarto) e Eline Alves (Campus Socorro). A ideia, através deste laboratório, é que ele seja um espaço de integração entre os campi mais próximos: Aracaju, São Cristóvão, Socorro, entre outros.

“Nosso intuito é estimular estudantes e professores para que eles tenham acesso ao laboratório e realizem atividades. A vantagem de instalá-lo na Reitoria é que não vincula a um Campus específico e, sim, ao Instituto como um todo. Mas no caso de alunos de Tobias Barreto, por exemplo, por ser mais distante, eles poderão ter acesso ao de Lagarto. Afinal, todos fazemos parte do Instituto Federal”, destaca Augusto.

Com uma área aproximadamente de 30m², o local servirá de suporte para todos os campi. Para que isso seja possível, está sendo realizada uma capacitação no intuito de que se possa auxiliar os docentes a futuramente utilizarem esses laboratórios. “Este projeto é um espaço de aprendizado, de resolução de problemas. Lembrando que ele não será voltado para uma área de ensino específica; ele é destinado a qualquer curso! Por isso um professor de Geografia ou História poderá sim ministrar suas aulas nesses locais”, conclui o diretor de Inovação e Empreendedorismo, Augusto Andrade.

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