Saúde durante a pandemia é destaque no último dia do VI Encontro Pedagógico Multicampi
Evento teve encerramento com palestra sobre as Novas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Tecnológica
“Saúde em tempos de pandemia e seu impacto na comunidade acadêmica'' foi o tema da mesa redonda que abordou o assunto sob diversos aspectos. Primeiro, a psicóloga Karoline Neres falou do ponto de vista do isolamento social e suas implicações. “Os transtornos que as pessoas mais desenvolveram na pandemia foram ansiedade e depressão. É preciso observar alterações no funcionamento da pessoa; alterações persistentes no sono; apetite; humor; a presença constante de pesadelos; negação da situação que vivenciamos; dificuldade de manter relacionamentos afetivos e uso com abuso de substâncias psicoativas. Esses são indícios de comprometimento da saúde mental”, pontuou a psicóloga. Ela explicou ainda que sentir tristeza durante a pandemia é esperado, pois muitas pessoas perderam entes queridos ou estão solidários às perdas dos outros. “É preciso observar-se; estabelecer rotina mesmo em isolamento. Além de pedir ajuda quando sentir que não está bem”, concluiu.
Depois foi a vez do professor de Educação Física, Aldemir Smith Menezes, do Campus Itabaiana, esclarecer que a prática de atividades físicas em casa ou em outros espaços, seguindo as normas de prevenção ao contágio do coronavírus, traz benefícios ao indivíduo e promove saúde. Além disso, Ademir pontua que os estudantes que praticam regularmente exercícios físicos tem ainda uma melhora evidente no rendimento escolar. “A principal justificativa é porque reduz a ansiedade, relaxa a mente na hora da avaliação e oxigena melhor o cérebro favorecendo maior concentração. O ideal é que ocorra um planejamento do tempo diário, considerando o tempo de sono, tempo livre e tempo de estudo. Vale lembrar que o importante é praticar atividades físicas de leve a moderada por, no mínimo, 30 min (pessoas adultas) ou 60 min (adolescentes) diariamente”, disse.
Já o servidor do Ministério Público Federal (PR/SE) Manoel Belchior abordou o tema sob o aspecto do chamado home Office, na palestra: “Quando o trabalho invade o lar: gestão do tempo e do espaço no ensino remoto”. Ele apresentou alguns desafios dessa modalidade e esclareceu que é necessário fazer um pacto com familiares ou com pessoas que convivem na mesma casa. “Se esses familiares têm um entendimento diferente entre si, esse pedido tem que ser falado com uma comunicação não violenta e com assertividade. Ele deve ser repetido diversas vezes, com amorosidade, da maneira correta. Não se deve falar que a outra pessoa está incomodando, mas informe que você precisa trabalhar durante determinado período e precisa de silêncio”, explicou. Manoel Belchior ainda deu dicas de como negar pedidos dos familiares e até dos chefes enquanto estiverem em trabalho remoto. “É importante usar a palavra mágica NÃO. Não, nesse horário estou trabalhando ou, não, nesse horário já encerrei o meu expediente. Dizer não é uma forma de autocuidado”, finalizou.
EDUCAÇÃO
Para encerrar o evento, o professor do Instituto Federal de Brasília, Adilson César de Araújo, falou sobre as Novas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional e Tecnológica e criticou as mudanças. Para ele, elas colocam em xeque o currículo integrado da Rede Federal. "Eu vejo com muitas preocupações as novas diretrizes. Porque, na realidade, elas objetivam colocar na prática a reforma do ensino médio, ou seja, a Lei 13.415. Elas fazem uma opção clara pela oferta da concomitância o que pode significar uma ameaça ao ensino médio integrado que hoje a Rede Federal oferta. As novas diretrizes estimulam os convênios com o setor privado para oferta do itinerário de formação técnica e profissional, possibilitando, inclusive, que o setor privado se aproprie de fundos públicos na oferta desses itinerários formativos", pontuou o professor Adilson Araújo.
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