Projetos de pesquisa do IFS recebem Prêmio Jovem Cientista
IFS conquistou terceiro lugar e menção honrosa na premiação
Por: Monique de Sá
Dois projetos de pesquisa do Instituto Federal de Sergipe (IFS) foram premiados no 11º Encontro de Jovens Cientistas, promovido pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Os trabalhos foram desenvolvidos por um grupo de alunos do Campus Aracaju e orientados pelas professoras, Adeline Carneiro e Iara Bichara, recebendo o Prêmio Jovem Cientista.
O primeiro, intitulado: “111 anos de história do IFS/Campus Aracaju: desafios metodológicos para realização de coleta de dados em tempo de pandemia”, recebeu menção honrosa; e o outro garantiu o terceiro lugar entre os trabalhos apresentados, sendo bastante conhecido pela comunidade acadêmica: “Quem quer ser um cientista? Utilização de redes sociais para divulgação científica, ressaltando a relevância da Ciência para a sociedade”. Ambos foram premiados na categoria: Vida de Jovem Cientistas (apresentação oral).
O Encontro Jovens Cientistas é uma iniciativa da UFBA, sendo voltado para alunos da educação básica e do ensino técnico, com o intuito de que estes possam apresentar trabalhos nos mais diversos temas das ciências.
Este ano, o evento foi realizado entre os dias 16 e 19 de novembro, sendo totalmente on-line e contemplou cinco modalidades de participação: Vida de Jovem Cientista (apresentação oral), Ciência Lúdica (apresentação de jogos), Jovens Repórteres Científicos (apresentação de vídeos), Grande Angular (apresentação de fotografias) e Jovens Podcasters Científicos (apresentação de podcasts).
Quem quer ser um cientista? Uso de redes sociais e divulgação científica
O trabalho foi desenvolvido pelos alunos: Fábio Souza, Giulia Viana, Keven Lima, Pablo Cardoso e Rafael do Espírito Santo, tendo como problema de pesquisa a seguinte questão: “a carreira científica se apresenta aos jovens aracajuanos enquanto possibilidade de atuação profissional no futuro?”.
“Partimos da necessidade de mais investimentos no fomento, produção e divulgação científica, enquanto estratégia de popularização da ciência, visando tornar a linguagem científica mais presente e acessível na formação escolar dos jovens, contribuindo para que avaliem seguir carreiras profissionais científicas”, explica a professora e orientadora, Adeline Carneiro.
Por meio de redes sociais, como o Twitter, Facebook e Instagram, o grupo realiza divulgação científica através desses meios, utilizando-os como espaço para dar visibilidade e relevância a produções científicas e tecnológicas, especialmente as brasileiras. Assim, os pesquisadores buscam conhecer as percepções dos jovens residentes em Aracaju-SE acerca da relevância das carreiras científicas.
Neste trabalho, eles identificaram a urgência de se investir na popularização da ciência, de forma que a sociedade, especialmente os jovens, possam ter uma melhor compreensão sobre a importância das descobertas científicas e como estas estão presentes em todas as áreas do cotidiano.
O projeto foi submetido e selecionado pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC Ensino Médio/CNPq). Uma das alunas bolsistas é Giulia Viana, do curso técnico integrado em Edificações. Há cerca de um ano, ela integra o grupo de pesquisa e relata que desde o começo sentiu que seria algo desafiador, por nunca ter participado de uma pesquisa científica, e que por isso, seria um fator agregador à sua formação acadêmica.
“Conhecer as percepções dos jovens quanto às carreiras científicas é realmente muito interessante! E agora vejo o quanto tudo é tão significativo: a relevância da divulgação de cientistas e suas contribuições para a sociedade e, também, mostrar que carreira científica é acessível e possível para os jovens seguirem. Este projeto contribuiu muito para minha formação. Além das produções realizadas a partir dele, como capítulos em livros e participações/apresentações em eventos e feiras científicas, o projeto tem um forte impacto no meu aprendizado, pelas pesquisas feitas, pelo trabalho em grupo, pelos ensinamentos das orientadoras e pelas leituras de artigos científicos”, relata a garota de apenas 17 anos.
Para ela, ter esse reconhecimento em um evento tão importante é algo que traz motivação para todos. “Ver o nosso trabalho, com todo o empenho envolvido, ser reconhecido e premiado é muito importante, faz com que tenhamos ainda mais vontade e garra para continuarmos prosseguindo e buscando mais conquistas com esse projeto”, diz Júlia.
Com a conquista da 3ª colocação, o trabalho garantiu uma vaga em um importante evento científico nacional: a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), prevista para março do próximo ano.
História do Campus Aracaju e desafios metodológicos
A produção de registros da história recente do Campus Aracaju, a partir da percepção de atores sociais que compõem essa instituição, além da consolidação das informações coletadas, por meio da produção de um livro, é um dos intuitos do grupo de pesquisa, que garantiu menção honrosa no Encontro de Jovens Cientistas.
A professora Iara Bichara explica que a pesquisa foi realizada através de entrevistas na plataforma Google Meet, com seis grupos de informantes (gestores/ex-gestores, aposentados, alunos, egressos, servidores técnicos e docentes), além da aplicação de questionário eletrônico utilizando o Google Forms. Todas essas técnicas foram desenvolvidas durante o cenário pandêmico, mas sempre superando desafios e respeitando as recomendações sanitárias.
“Buscamos dar voz a atores sociais cujas histórias foram/estão atravessadas pelo fazer educacional do Campus Aracaju, preservando e valorizando a contribuição dos mesmos para o cumprimento do papel social da instituição, além de fomentar o sentimento de pertencimento a todos aqueles que fizeram e fazem parte desse campus centenário”, explica Iara.
O trabalho teve a participação dos alunos do IFS: Nalan da Silva, Ygor Torres, Samuel de Araújo e Miguel Passos. Representando os discentes, Samuel relata que esta experiência tem sido engrandecedora, já que através da publicação do livro sobre a pesquisa, haverá a perpetuação dos registros desses atores sociais pertencentes à unidade de ensino e também de sua história. Além disso, o estudante lembra da importância de se fazer pesquisa.
“O projeto nos proporcionou um grande conhecimento acadêmico em relação à metodologia científica e também sobre como trabalhar em equipe. Com a abordagem do nosso trabalho, nós tivemos um grande aprendizado sobre como lidar com essas dificuldades de forma remota em relação às metodologias para realização da pesquisa. Foi uma experiência válida, já que daqui para frente haverá uma maior presença dessas tecnologias”, lembra o aluno do curso técnico em Informática.
Para ele, estar em um projeto científico proporciona tanto um crescimento acadêmico quanto cultural pela valorização da ciência em si. Sem falar que ter a oportunidade de participar de eventos grandiosos, como os promovidos pela UFBA, e ser reconhecido, é um “combustível” para seguir em frente.
“Como soteropolitano, tenho noção da importância desta universidade, por se tratar de uma das maiores universidades federais do Brasil. Só de poder apresentar já é uma valorização do nosso trabalho e receber uma menção honrosa é um incentivo para todos nós bolsistas e para as orientadoras para que se sintam mais motivadas a fazer outros projetos, estimulando mais jovens à produção científica”, concluiu Samuel.
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