IFS tem quatro propostas aprovadas em edital para implementação de oficinas 4.0
Seleção avaliou projetos em âmbito nacional e o IFS se destacou com nota máxima
Por: Carole Ferreira da Cruz e Monique de Sá
O Instituto Federal de Sergipe (IFS) participou do edital nacional 67/2021 da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do Ministério da Educação (MEC), cujo objetivo é o de promover a imersão de estudantes em atividades de formação e pesquisa aplicada, além de capacitar professores nas metodologias da Oficina 4.0 e orientação de projetos de inovação tecnológica.
Após submissão das propostas de inovação tecnológica, quatro projetos da instituição foram aprovados e contemplados com o valor de R$ 25 mil para concessão de bolsas de pesquisa.
Os projetos selecionados através do edital foram: “Guia Turístico Virtual – Aracaju em 07 dias”, do Campus Aracaju, sendo este aprovado em 1º lugar nacionalmente com nota máxima e idealizado pelos professores, Amâncio Cardoso e Mirela Araújo; “Irrigação Automática de horta comunitária utilizando energia solar”, cuja autoria é do professor Diego Coriolano, do Campus Lagarto; “Ecotech: ecoturismo com assistência tecnológica” e “Berçário de plantas com irrigação automatizada e assistida remotamente”, ambos do Campus Estância e submetidos, respectivamente, pelos docentes: Márcia de Jesus e Roberto Mecena.
O edital da Setec foi lançado em outubro deste ano e o resultado foi divulgado este mês. No entanto, a previsão é que as oficinas tenham início em março do próximo ano, tendo duração de dez meses. No total foram selecionadas 110 propostas de diferentes campi das instituições da Rede Federal, destas, quatro são do IFS.
Conheça mais os trabalhos
É do Campus Aracaju que vem o trabalho aprovado em 1º lugar em âmbito nacional. Os professores Amâncio Cardoso (orientador) e Mirela Araújo (coorientadora) submeteram a proposta de um guia turístico virtual, cuja finalidade é criar um guia da capital sergipana, que possibilite a ampliação da média de permanência dos turistas em Aracaju.
Para o professor Amâncio, é motivo de orgulho poder representar o Instituto atingindo nota máxima em um edital nacional como o da Setec, aumentando a responsabilidade nos trabalhos que serão conduzidos. Segundo o docente, o projeto tem uma grande relevância socioeconômica para Aracaju, já que traz um acréscimo de dias da permanência do turista em terras aracajuanas.
“À medida que nosso projeto proporciona a permanência desses visitantes em mais dias, estamos promovendo emprego e renda e isso movimenta a cadeia produtiva do turismo em Aracaju, sendo importante no momento de crise socioeconômica e sanitária numa retomada da nossa economia e da diminuição do índice de desemprego. Esse projeto pode ser uma ferramenta para alavancar a economia de Aracaju em relação ao turismo”, explica o professor.
A proposta do guia foi dividida em sete roteiros temáticos, contemplando os sete dias de visitação. Cada dia um roteiro. No 1º, por exemplo, estão as praias. No 2º, feiras e mercados. Já no 3º, igrejas católicas. No 4º, praças. Enquanto no 5º, os parques e no 6º, a gastronomia local. No último dia, o turista poderá conhecer centros de memória como museus, galerias e institutos.
No Campus Lagarto, o professor Diego Coriolano, da área de Automação Industrial e Engenharia Elétrica, projetará um sistema de irrigação automatizado, utilizando energia solar, que consiga mensurar a umidade do solo solucionando os problemas de solo seco demais e encharcado, visando também o uso mais racional da água, uma vez que o sistema só irrigará a terra quando o solo realmente necessitar de água.
O docente ressalta que a aprovação da proposta no edital 67/2021 da Setec vem para contribuir com sua pesquisa, afinal será plantada uma horta comunitária em uma escola pública parceira do projeto. “Teremos um sistema de irrigação automatizado e alimentado via placas fotovoltaicas, contribuindo assim para o empreendedorismo, inovação e fazendo uso das tecnologias digitais”, conta o docente.
O Campus Estância conseguiu aprovar dois projetos que dialogam com as áreas de meio ambiente e de tecnologia numa perspectiva multidisciplinar, solidária e coletiva. As propostas contribuem para o fortalecimento das atividades de educação ambiental que vêm sendo desenvolvidas por professores e alunos desde 2018 e convergem com o compromisso social da instituição de contribuir com a melhoria da qualidade de vida da comunidade escolar e da sociedade como um todo.
O “Berçário de plantas com irrigação automatizada e assistida remotamente”, de autoria do professor Roberto da Silva Macena, vai possibilitar a produção de mudas com a ajuda das tecnologias digitais. Hortaliças, frutas, flores, ervas culinárias e medicinais vão ser irrigadas a partir de um sistema automático. Em paralelo, será criado um aplicativo para gerenciar informações sobre o desenvolvimento do plantio e facilitar a doação das mudas a pessoas físicas e instituições interessadas.
O projeto “Ecotech: ecoturismo com assistência tecnológica” é um desdobramento da pesquisa de pós-doutorado da professora Márcia Maria de Jesus Santos e busca criar trilhas ecológicas que possibilitem a aproximação com a natureza e o fortalecimento do comprometimento ambiental a partir da integração entre escola, sociedade e poder público. As atividades serão realizadas em parceria com as secretarias de Educação, Turismo e Meio Ambiente do município de Estância.
Os roteiros terão o suporte de softwares para a criação de QR codes com informações sobre os diferentes aspectos socioambientais que caracterizam o ecossistema, distribuídos junto às placas sinalizadoras ao longo das trajetórias das trilhas construídas e percorridas. Além disso, será desenvolvido um aplicativo que possibilitará um tour virtual para os visitantes interessados em educação ambiental e no ecoturismo da região.
Para o coordenador de Pesquisa e Extensão do Campus Estância, Tiago Cordeiro de Oliveira, é fundamental que as ações sustentáveis e solidárias, associadas à tecnologia, integrem o cotidiano dos cidadãos e da sociedade em geral. “É muito gratificante aprovar projetos que contribuem para o desenvolvimento sustentável da região Sul e são um reconhecimento à dedicação e ao trabalho dos nossos pesquisadores”, ressaltou.
O que são oficinas 4.0?
Trata-se de um programa de oficinas extracurriculares executadas em espaços de construção coletiva, por meio de aprendizagem baseada em projetos, voltadas à construção de soluções para demandas reais oriundas do setor produtivo, com o objetivo de desenvolver em estudantes do ensino médio técnico e de graduação e pós-graduação as competências requeridas para o empreendedorismo, a inovação e o uso das tecnologias digitais da Economia 4.0.
Ao longo dos dez meses de execução das propostas, pretende-se promover a imersão desses discentes em atividades de capacitação e pesquisa aplicada, proporcionando-lhes as experiências inerentes aos esforços de superação dos desafios tecnológicos enfrentados pelo setor produtivo.
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