Carlos Henrique de Carvalho: um cidadão dedicado à Educação
Professor começou a ministrar aulas aos 22 anos e só parou por força da lei
O professor Carlos Henrique de Carvalho é uma dessas pessoas inquietas. Aos 75 anos de idade, completados no dia 25 de fevereiro de 2022, teve que deixar a instituição compulsoriamente. “Às 23h59 minutos do dia 24 de fevereiro tive que deixar o IFS expulsoriamente; eu chamo de expulsoriamente porque eu não queria sair. Não foi nem a meia noite do dia 25; isso faz uma diferença enorme”, brincou. Foram 53 anos dedicados ao ensino. Sensação de dever cumprido, deixou todas as atividades acadêmicas em dia, mas no peito um desejo de querer ficar mais. Formado em Engenharia Civil no ano de 1968, ingressou pela primeira vez na antiga Escola Técnica Federal de Sergipe, para ministrar aulas do Curso Técnico em Edificações e não parou mais. “Lembro que foi na gestão do Engenheiro Pedro Braz. Ele era o diretor da instituição. Comecei aos 22 anos de idade e só parei por força da lei”, falou Carlos Henrique com um ar de vazio.
Vazio foi a palavra que ele encontrou para definir os dias que se seguiram após a aposentadoria no serviço público. “A gente sabe, se prepara, mas quando chega o dia... a medida de saber do que se gosta, do que se tem é quando se perde”, sentenciou. E para ocupar o vazio, Carlos Henrique procurou manter a atividade acadêmica. Está com projetos e propostas para ministrar aulas em formato EAD em uma universidade privada fora do estado. “Fui convidado por uma instituição de São Paulo onde fiz uma de minhas especializações. Por enquanto são 16 horas/aulas, mas já vai preenchendo meus dias”, disse.
Homenagem
Recentemente, Carlos Henrique recebeu uma homenagem do Instituto Federal de Sergipe pelos serviços prestados à instituição e à sociedade sergipana; diante dos 53 anos dedicados à Educação. “Fiquei muito feliz e emocionado pela preocupação humana e social do IFS. É um reconhecimento e uma gratidão que nunca vi em lugar nenhum. Não saí como resíduo; saí convicto que não fui mais um. Uma homenagem dessa ajuda muito a cabeça de quem está saindo”, revelou.
A homenagem que o professor Carlos Henrique de Carvalho recebeu foi a primeira de uma série que virá. Um desejo antigo da reitoria de reconhecer as pessoas que estão deixando a instituição e que só agora está sendo concretizado. “Essa preocupação em homenagear os colegas vem de longas datas. Primeiro porque entendo que a coisa mais importante é respeitar o próximo e a sua construção. Cada um de nós somos únicos, somos ímpares. Sempre me incomodei com a postura da gestão de pessoas da instituição; sempre achei que ela tinha que ser apoiada e estimulada a ter esse olhar mais humano. E hoje temos uma pessoa que tem esse mesmo entendimento no setor, com relação ao respeito, ao acolhimento, ao aconchego mesmo, visto que todos nós, no decorrer de nossas vidas necessitamos de muita atenção e temos a responsabilidade de preparar as pessoas para o próximo passo que é a aposentadoria. Não para elas saírem e ponto, mas de forma que elas possam manter o vínculo com a instituição e continuarem com o sentimento de pertencimento”, declarou Ruth Sales, reitora do IFS.
De acordo com Ruth Sales, as homenagens faram parte de um programa institucionalizado que ainda está em construção. A que foi concedida ao professor Carlos Henrique é apenas a primeira de muitas. “Essa é uma homenagem muito especial. O professor Carlos Henrique sempre foi uma pessoa muito admirada e sempre trouxe todos os seus conhecimentos acadêmicos e do mercado para a instituição e para seus alunos. Hoje ele está deixando o instituto, mas em plena atividade; com a certeza de quem tem muito a oferecer. Ficou dito a ele, inclusive, o pedido de que continue a contribuir com o Instituto. Ele tem vivência, uma história acadêmica brilhante e é uma pessoa que constantemente se dispôs a estudar e já com idade bem próxima da aposentadoria, desafiou-se num doutorado. Acho a história dele um exemplo e é através dos exemplos que a gente vive”, concluiu Ruth Sales.
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