Projeto Bibliocult aproxima estudantes da história de Sergipe
Já na segunda edição, a iniciativa contou ainda com atividades artísticas e visitas a espaços de preservação ambiental
No Brasil, não é incomum que pessoas frequentem lugares e não saibam das histórias que eles carregam. Esse cenário representa o desconhecimento do contexto das cidades e a incapacidade de refletir de forma mais apropriada sobre o presente. Uma das funções de uma instituição de ensino é justamente o contrário: deve-se desenvolver o senso crítico dos estudantes localizando-os no tempo e no espaço em que vivem. E esse foi justamente um dos objetivos alcançados pelo projeto “Bibliocult: Cultura Além da Leitura”, que aconteceu de 7 a 10 e no dia 18 deste mês no Instituto Federal de Sergipe – Campus Itabaiana.
A iniciativa de ir além do que compete às funções originais da biblioteca vem obtendo reconhecimento e ganhando adesão de alunos e servidores – o número de participantes do Bibliocult foi mais expressivo em relação ao do ano anterior. Já no primeiro dia, os inscritos puderam fazer uma imersão na história da cidade: acompanhados pela museóloga Ludmila Oliveira, foram ao museu Artístico e Histórico Antônio Nogueira, em Itabaiana, e conheceram as nuances da cultura do município que eram desconhecidas da maioria dos presentes.
"A museóloga Ludmila Oliveira fez questão de responder a todas as dúvidas dos alunos. É um museu tão cheio de belas histórias e tão próximo ao IFS, mas que grande parte desconhecia a existência", destaca Jeane Gomes, bibliotecária do campus. Após a visita, o grupo foi conhecer de perto alguns dos pontos citados no museu – eles realizaram um passeio pela cidade e pararam em lugares específicos para mais lições sobre a vida passada do local. Os pontos altos foram a Igreja Velha, lugar onde nasceu a cidade, e o Chiara Lubich, bairro com bustos de personalidades espalhados em toda sua extensão.
A importância de conhecer a conjuntura histórica da cidade em que se vive é inegável, mas o Bibliocult preocupou-se também de aproximar os alunos dos acontecimentos pregressos da capital Aracaju, que fica a apenas 54 km de Itabaiana. O grupo visitou o Palácio-museu Olímpio Campos, espaço que foi idealizado na época do Brasil Império e, inicialmente, teria sido criado para funcionar como sede do Governo do Estado e residência do governador na capital sergipana. "Todos ficaram encantados com a história e a beleza do local. O palácio hospedou presidentes da república e muitas peças têm acabamento em ouro", revela Jeane.
Preservação e arte
Dentro de Sergipe, há duas iniciativas ambientais que são referência nacional de atuação por permitirem a preservação de espécies ameaçadas. Uma delas, o Oceanário de Aracaju, é ligada ao projeto Tamar, que possui unidades espalhadas em vários locais do Brasil. Nele, os participantes do Bibliocult se aproximaram de 70 espécies diferentes que estavam expostas em 18 aquários. O maior deles, chamado de Grande Aquário Oceânico, possui 150 mil litros e abriga cerca de 30 espécies, entre elas arraias e tubarões. Alunos e servidores conheceram ainda o Parque dos Falcões, que fica localizado no agreste sergipano e realiza o trabalho de preservação das aves de rapina.
Ainda como forma de aproximar os estudantes do projeto, o Bibliocult abriu espaço para manifestações artísticas, inclusive as contemporâneas. Houve duas oficinas ministradas por servidores do próprio Campus Itabaiana - uma delas de noções básicas de vídeo, com o técnico em audiovisual Cícero Nascimento, na qual os participantes gravaram vídeos curtos e os exibiram ao final das atividades, e outra de artesanato, que foi conduzida pela auxiliar de biblioteca Luciana Gois e ensinou como decoupar sabonetes e criar decorações a partir de garrafas de vidro com barbante.
As atividades do Bibliocult buscaram, ainda, aproximar os estudantes da sétima arte através de mais uma edição do projeto Bibliocine. Dois curtas-metragens sergipanos foram exibidos pela produtora, roteirista e diretora de arte Jéssica Maria Araújo. A discussão após os filmes foi mediada pelo professor Vinícius Rodrigues e gerou reflexões, por exemplo, sobre empoderamento feminino e questões de raça. Por fim, Gilvan Bezerra, chefe de gabinete do campus, conduziu o evento de encerramento, que trouxe grupos musicais e permitiu que servidores e alunos realizassem apresentações de dança e cantassem diversas músicas, algumas inclusive autorais. Houve espaço também para uma exposição de banners sobre cultura itabaianense, além do sorteio de livros.
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