Sessão de cinema com debate encerra programação do mês da mulher no Campus Glória
Filme sobre igualdade de gênero pauta roda de conversa
O mês de março no Campus Glória foi marcado por diversas atividades alusivas ao Dia Internacional da Mulher. Encerrando a programação que contou com três momentos, foi exibido, na manhã da última quinta-feira, 21, o filme “A Guerra dos Sexos”. A projeção aconteceu numa sessão fechada no Mobi Cine Glória e contou com a participação de alunos, funcionários terceirizados, docentes e técnicos do campus.
O filme exibido traz discussões sobre igualdade de gênero e foi seguido de uma roda de conversa mediada pela diretora de Ensino Profissional e Superior da Proen/IFS, professora Elza Ferreira e as mediadoras do Coletivo Leia Mulheres - Nossa Senhora da Glória, Daynara Côrtes e Iasmin Ferreira, ambas mestrandas em Estudos Literários pela Universidade Federal de Sergipe.
Durante a roda de conversa, a professora Elza Ferreira discorreu sobre o feminismo. “Há muita confusão sobre o termo feminismo. Não é se igualar ao homem, é buscar os direitos, buscar espaço, é dizer que se eu quiser fazer Eletrotécnica, por exemplo, eu vou fazer e as empresas vão ter que me aceitar como profissional. Hoje, nenhuma empresa pode oferecer vagas apenas para homens e isso é uma conquista do Feminismo, mas sabemos que ainda vivemos uma igualdade falsa na prática”, destacou a professora.
A representante do Coletivo Leia Mulheres, Iasmin Ferreira, também enriqueceu o debate com colocações relacionadas à ocupação dos espaços pelas mulheres. “Crescemos numa sociedade que nos dita a todo instante o que devemos ser. Nós podemos ser o que quisermos. O espaço da pós-graduação, por exemplo, é um espaço para mim também, para eu estudar o que eu quiser, para eu adentrar e pensar que muitas mulheres estão sendo representadas ali, que estou chegando onde elas não puderam por uma questão de acesso. As mulheres chegam onde quiserem, mas se elas tiverem acesso, pois há que se considerar a problemática do capital e muitas outras problemáticas que nos perseguem especialmente”, colocou Iasmin.
Complementando o diálogo, Daynara Côrtes, também representante do Leia Mulheres, falou sobre a questão de acesso. “Uma sociedade baseada numa estrutura desigual capitalista não permite que todos cheguem ‘lá em cima’ e temos que considerar que para que haja os que sobem, uma base tem que sustentar e aí também está o feminismo que vem tanto para juntar as mulheres num bem coletivo, quanto para preparar uma sociedade mais humanizada, onde mulheres e homens tenham os mesmos direitos e consigam lograr as mesmas oportunidades, para que todas e todos sejam vistos com a mesma importância”, acrescentou.
Outras atividades foram realizadas dentro do mês de março em alusão ao Dia Internacional da Mulher. A primeira ação ocorreu no dia 11 de março e compreendeu a distribuição de cactos e outras cactáceas com o objetivo de, além de homenagear as mulheres do campus, ser um convite para entrar na luta pelos direitos das mulheres. “Os cactos, por serem espécies que resistem ao sol forte, calor excessivo, climas secos e hostis, representam resistência a toda forma de agressão que as mulheres enfrentam atualmente na sociedade”, pontuou Cassiana Matos, pedagoga do Campus Glória e membro da equipe organizadora das atividades alusivas ao Dia Internacional da Mulher.
Já no dia 13 de março, aconteceu a exibição do documentário “Sem medo de ser mulher” que abordou a temática da luta das mulheres nordestinas contra o machismo e foi seguido de uma roda de conversa mediada pela coordenadora Municipal de Políticas para Mulheres, Maria do Carmo, e a representante do Fórum de Mulheres Glorienses, Itanamara Guedes, as quais falaram sobre a situação da mulher na atualidade, sua vulnerabilidade e suas lutas, provocando os participantes a refletir e compartilhar como cada um percebia o machismo no seu cotidiano. A atividade aconteceu na quadra poliesportiva do conjunto Joviano Barbosa e contou com a participação de alunos, terceirizados e servidores do campus, bem como moradores locais.
“É de suma importância a realização de ações como essas por abrir espaço para discussão sobre temáticas do cotidiano. Proporciona aos discentes a oportunidade de ter uma visão crítica sobre a temática proposta, questão de gênero, e não naturalizar toda e qualquer violação de direitos”, destacou Luciara Fernandes, assistente social do campus e membro da equipe organizadora.
Todas as ações alusivas ao dia Internacional da Mulher, realizadas no mês de março, estão contempladas no projeto “Feminismo em Cena” aprovado pelo edital Mulheres em Ação do Sinasefe Sergipe e projeto “IFeminino” aprovado pelo edital nº 21/2018 do PPTAE/Propex/IFS.
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