Campus Lagarto está na final da Olimpíada Nacional em História do Brasil
Trio de estudantes se classificou como a melhor equipe de Sergipe e aguarda a publicação do resultado final, que será divulgado no dia 22 de novembro
Por César de Oliveira e Monique Sá
69.800 inscritos. 17.400 equipes. 7 fases. Esse foi o percurso feito pelos estudantes Jacinta Vieira, Luís Calafell e Rógenes Santos, do Campus Lagarto, até a final da 12ª edição da Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB), que teve início em setembro deste ano. O trio, que escolheu ser chamado de Maracatu Atômico em homenagem ao cantor pernambucano Chico Science, foi orientado pelo professor de História Anselmo Machado e agora aguarda a avaliação da crônica dissertativa que definirá sua posição entre as 421 equipes finalistas.
O Campus Lagarto iniciou a competição com 47 equipes, das quais cinco chegaram à penúltima fase da olimpíada e uma se classificou para a grande final como a melhor equipe de Sergipe. Cada etapa da ONHB traz questões de múltipla escolha e/ou tarefas discursivas, sendo que as primeiras são conhecidas por não possuírem apenas uma resposta correta, mas sim a mais pertinente, o que torna a olimpíada particularmente desafiadora.
O professor Anselmo conta que a principal estratégia de preparação foram as reuniões periódicas com as equipes a fim de discutir as questões e fomentar o debate entre os alunos sobre os temas propostos. “A prova privilegia a análise de fontes históricas, músicas, charges, documentos escritos e textos literários”, comentou o docente, que está em sua sexta participação na competição e já chegou à final em 2013, quando recebeu menção honrosa.
Uma olimpíada voltada para as ciências humanas
Quando se fala em olimpíada do conhecimento, geralmente, pensa-se de imediato nas competições voltadas para as disciplinas da área de ciências, exatas e tecnológicas. Organizada pelo Departamento de História da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a ONHB surgiu para quebrar esse paradigma e inserir as ciências humanas nesse universo das competições acadêmicas.
O grande objetivo da olimpíada é motivar o debate sobre a história do Brasil entre adolescentes, já que seu público-alvo são os estudantes dos 8º e 9º anos do ensino fundamental ou de qualquer série do ensino médio. “A participação dos alunos do IFS nessa competição é de extrema relevância para a formação cultural deles. A ONHB enriquece o conhecimento e aproxima os jovens do saber historiográfico, além de promover a integração e interação entre estudantes e professores”, ressaltou o professor Anselmo Machado, lembrando que, para a última fase, recebeu o apoio dos professores de língua portuguesa do campus.
Uma das integrantes da Maracatu Atômico, a aluna Jacinta Vieira chama a atenção para a desconstrução de certos valores e lugares-comuns que competições como essa provocam. “Assim como matemática, biologia e física, a história é importante. A partir dela, revemos ideias e posicionamentos, fazemos descobertas e acima de tudo trabalhamos a interdisciplinaridade”, frisou a estudante, que é aluna do 2º ano em Rede de Computadores e participa da ONHB desde 2018.
Ela relata que a experiência dos anos anteriores foi decisiva na preparação de seu trio, que tem apenas um aluno estreante. “Como já conhecíamos bem o modelo de funcionamento da olimpíada, passamos a estudar um possível padrão de resposta adotado pela Unicamp nas edições passadas e traçamos uma estratégia específica de resolução”, apontou. A equipe agora aguarda ansiosamente pela avaliação da crônica dissertativa que produziu para a final: “Embora neste ano não haja a viagem para Campinas, a ansiedade está enorme. Estamos com boas expectativas e esperamos trazer alguma conquista para o Instituto”, asseverou Jacinta.
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